Amar você é algo que não consigo explicar
plenamente. É como a magia das ondas do mar - imprevisível e hipnótica, eterna
em seu movimento contínuo. As águas avançam e recuam, quebram na praia em espumas
que parecem encantadas, e a cada instante se renovam, sem jamais serem as
mesmas.
Assim é esse sentimento: vivo, mutável,
impossível de conter em palavras definitivas. Amar você é gostar, é querer, é
também sofrer. É amar porque esse é o sentimento mais profundo e verdadeiro que
um ser humano pode experimentar, capaz de tocar a alma e transformá-la por
inteiro.
É querer porque o amor não se acomoda; ele
luta, insiste, protege e se reconstrói todos os dias para preservar aquilo que
o coração escolheu como essencial.
E é sofrer
porque, paradoxalmente, o sofrimento dignifica o amor verdadeiro. Não como
punição, mas como aprendizado. É no meio da dor que crescemos, que
amadurecemos, que compreendemos a profundidade do que sentimos.
O amor que nunca enfrenta o risco, a perda ou
o medo permanece raso; o amor que atravessa a dor se torna mais consciente,
mais humano e mais forte.
Amar você é
desejar estar sempre ao seu lado, compartilhar cada onda de alegria, cada
momento de calmaria e também cada tempestade que a vida insiste em lançar. É
aceitar que nem todos os dias serão serenos, mas que ainda assim vale a pena
permanecer, remar junto, resistir.
Estar sem você é
como uma noite fria e sombria em mar aberto. A escuridão parece infinita, o
horizonte desaparece, e o coração se vê envolto por uma angústia silenciosa, um
vazio que ecoa por dentro. Resta apenas a luz distante de uma lua melancólica,
bela, mas insuficiente para aquecer.
Mas quando você
aparece, tudo muda. É como o sol surgindo no horizonte ao amanhecer, dissipando
as sombras da noite, aquecendo o coração que estava gelado e devolvendo cor,
sentido e esperança ao mundo.
A presença traz vida, clareza e um recomeço
silencioso, como se o dia dissesse: ainda vale a pena. Assim como o mar, o amor
não é feito apenas de calmaria. Ele carrega marés altas e baixas, ventos
contrários e tempestades que testam a resistência de quem ama.
Mas também oferece auroras que lembram, com
suavidade, que depois da noite mais longa sempre existe a possibilidade da luz.
É nessa dança constante entre dor e êxtase que o amor se revela em sua forma
mais verdadeira - não como algo perfeito ou idealizado, mas como algo real,
imperfeito, transformador e indispensável.
Amar você é aceitar essa travessia, com todos os riscos e encantos que ela carrega. Amar você é navegar por esse oceano imenso com coragem, sabendo que, mesmo nas noites mais frias e incertas, o sol sempre retorna.
E quando retorna, ilumina o caminho de volta - não apenas aos seus braços, mas ao sentido mais profundo de continuar sentindo, apesar de tudo.
Francisco Silva Sousa - Foto: Pixabay.









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