Dos
medos nascem as coragens. Os sonhos anunciam outra realidade possível, e os
delírios, outra razão. Somos o que fazemos para transformar o que somos. A
identidade não é uma peça de museu, quietinha na vitrine, mas sempre assombrosa
síntese das contradições nossas de cada dia. Nessa fé, fugitiva, eu creio.
(Eduardo Galeano)
Crenças são
estados mentais em que se assume que algo é verdadeiro ou provável. Elas
são expressas linguisticamente por meio de afirmações.
Há
discordância sobre quais são as características essenciais das crenças:
os representacionalistas identificam crenças com atitudes
proposicionais em relação a representações, enquanto os funcionalistas veem
seu papel causal como essencial e os interpretacionistas se
concentram na dependência da interpretação de outra pessoa.
O
conceito de crença se aplica a diferentes tipos de atitudes mentais, que podem
ser classificadas usando algumas distinções básicas. As crenças ocorrentes são
conscientes ou causalmente ativas de outra maneira, enquanto as crenças deposicionais estão
atualmente inativas.
As crenças
plenas implicam a aceitação sem reservas de que algo é verdadeiro,
enquanto as crenças parciais incluem um certo grau de certeza com
respeito à probabilidade. Em seu significado principal, crença é considerada
como crença-de-que, ou seja, como uma atitude mental em relação a uma
proposição ou um estado de coisas.
Isto
contrasta com o uso como crença-em que geralmente se refere à confiança em
uma pessoa ou a uma atitude em relação à existência de algo. Este sentido
desempenha um papel central na crença religiosa com respeito à crença em Deus.
Há
várias teorias sobre como o conteúdo de uma crença depende do conteúdo de
outras crenças mantidas pela mesma pessoa. Os atomistas negam tais
relações de dependência, os molecularistas as restringem a crenças
intimamente relacionadas, enquanto os holistas sustentam que elas
podem existir entre quaisquer crenças.
Os externalistas assumem
que as crenças de uma pessoa dependem de sua relação com os arredores, enquanto
os internalistas sustentam que são determinadas apenas pelo que
ocorre na cabeça dessa pessoa.
As
crenças desempenham um papel central na epistemologia, onde o conhecimento tem
sido tradicionalmente definido como crença verdadeira justificada.
Concepções
Várias
concepções das características essenciais das crenças foram propostas, mas não
há consenso sobre qual é a correta. O representacionalíssimo é a
posição tradicionalmente dominante.
Em sua
forma mais comum, sustenta que as crenças são atitudes mentais em relação a
representações, que são geralmente identificadas com proposições. Estas
atitudes fazem parte da constituição interna da mente que mantém a atitude.
Esta
visão contrasta com o funcionalismo, que define as crenças não em termos
da constituição interna da mente, mas em termos da função ou do papel causal
desempenhado pelas crenças.
Segundo
o disposicionalismo, as crenças são identificadas com disposições para se
comportar de certas maneiras. Esta visão pode ser vista como uma forma de
funcionalismo, que define crenças em termos do comportamento que tendem a
causar.
O interpretacionismo constitui
outra concepção, que ganhou popularidade na filosofia contemporânea. Sustenta que
as crenças de uma entidade são, em certo sentido, dependentes ou relativas à
interpretação que outra pessoa faz dessa entidade.
O representacionalismo tende
a ser associado a um dualismo mente-corpo. As considerações naturalistas contra
este dualismo estão entre as motivações para escolher uma das concepções
alternativas.
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