Lucrécia
provavelmente nasceu em 508 a.C., foi uma nobre da Roma antiga, cujo estupro
por Sexto Tarquínio e subsequente suicídio precipitou uma rebelião que
derrubou a monarquia romana e levou à transição do governo romano de um
reino para uma república.
O
incidente acendeu as chamas da insatisfação sobre os métodos tirânicos do pai
de Tarquínio, Lúcios Tarquínius Superbus, o último rei de Roma. Como resultado,
as famílias proeminentes instituíram uma república, expulsaram a extensa
família real de Tarquínio de Roma e defenderam com sucesso a república contra
tentativas de intervenção etrusca e latina.
Não há
fontes contemporâneas sobre Lucrécia e o evento. Informações sobre Lucrécia,
seu estupro e suicídio, e a consequência de ser o início da República Romana,
vêm dos relatos do historiador romano Livio e do historiador greco-romano Dionísio
de Helicamasso, aproximadamente 500 anos depois.
Fontes
secundárias sobre o estabelecimento da república reiteram os eventos básicos da
história de Lucrécia, embora os relatos variem ligeiramente entre os historiadores.
As evidências apontam para a existência histórica de uma mulher chamada
Lucrécia e um evento que desempenhou um papel crítico na queda da monarquia.
No
entanto, detalhes específicos são discutíveis e variam dependendo do escritor.
De acordo com fontes modernas, a narrativa de Lucrécia é considerada parte da
mito-história romana.
Muito
parecido com o estupro das mulheres sabinas, a história de Lucrécia fornece uma
explicação para a mudança histórica em Roma através de um relato de agressão
sexual contra mulheres.
História
De
acordo com Tito Livio, um grupo de jovens romanos buscava formas de matar
o tempo enquanto sitiavam a cidade vizinha de Ardea. Uma noite, bêbados,
estavam competindo para ver quem tinha a melhor mulher, quando um deles, Lúcio Tarquínio
Colatino, sugeriu que deveriam simplesmente voltar para casa (ficava a poucos
quilômetros) e inspecionar as mulheres; isso iria demonstrar, afirmou ele, a
superioridade de sua Lucrécia.
O que
de fato ficou provado: enquanto todas as demais esposas foram descobertas divertindo-se
em festas na ausência de seus maridos, Lucrécia fazia exatamente o que se
esperava de uma mulher romana virtuosa - trabalhava em seu tear, na companhia
de suas criadas. Ela então, de modo submisso, ofereceu um jantar ao marido e a
seus convidados.
Mas a
consequência foi terrível, pois, durante essa visita, diz a história, Sexto Tarquínio,
filho do rei Tarquínio, o Soberbo, despertou interesse por Lucrécia e poucas
noites depois voltou à casa dela. Após ter sido gentilmente recebido, foi até o
quarto de Lucrécia e exigiu-lhe que fizesse sexo com ele, ameaçando-a com uma
faca.
Quando
viu que a simples ameaça de morte não a convencia a ceder, Tarquínio passou a
explorar o medo dela de uma desonra: ameaçou matá-la e assassinar também um
escravo para que ficasse a impressão de que havia sido flagrada na mais infame
forma de adultério.
Diante disso, Lucrécia cedeu, mas, depois que Tarquínio voltou para Ardea, mandou chamar o marido e o pai e contou-lhes o sucedido. Em seguida se matou. O estupro de Lucrécia chocou o povo e o exército romanos, que liderados por Lúcio Júnior Bruto exilaram Tarquínio, o Soberbo e seus filhos e deram início à Republica Romana.
0 Comentários:
Postar um comentário