Conheça a história do escravo que viveu 130 anos e teve 200 filhos. Roque José Florêncio, escravo de um proprietário de terras dos arredores de São Carlos, no interior de São Paulo, teria nascido na primeira metade do século XIX e morrido, de acordo com sua certidão de óbito, em 1958.
Declarado "escravo
reprodutor" por seu porte físico, visto como ideal para gerar crianças
adequadas aos trabalhos forçados, seria pai de 200 crianças e antecessor direto
de 30% da população do vilarejo rural de Santa Eudóxia.
A história é relatada por
uma de suas netas, Maria Madalena Florêncio Florentino, em entrevista ao G1.
Florêncio, cujas mãos
longas e finas lhe renderam a alcunha de Pata-Seca, foi comprado pelo
latifundiário Francisco da Cunha Bueno em uma feira na então vila de Sorocaba.
Pata-Seca não trabalhava na
lavoura, nem vivia na senzala. Tinha boas relações com seu proprietário e era
responsável por percorrer todos os dias, a cavalo, os 35 quilômetros que
separam o vilarejo rural da cidade de São Carlos para buscar a correspondência,
além de cuidar dos demais animais de transporte da fazenda.
Na época, porém, corria o
mito de que homens altos de canelas finas seriam mais propensos a gerar filhos
também homens, uma superstição lucrativa nos longos e cruéis anos da escravidão
no Brasil.
Com 2,18 metros de altura,
Florêncio foi designado “escravo reprodutor”, e era obrigado a visitar a
senzala regularmente para ter relações com as mulheres.
Estima-se que 30% da
população do distrito de Santa Eudóxia, hoje, seja descendente de Pata-Seca,
que teria cerca de 200 filhos não registrados.
Foi no serviço de
mensageiro que conheceu Palmira, moça da cidade que pediu em casamento, colocou
na garupa do animal e levou para o sítio.
Os recém-casados ganharam
do dono da fazenda 20 alqueires de terra, em que construíram uma casa e tiveram
nove filhos.
Sem dinheiro para cercar o
terreno, perderam parte dele para os vizinhos. No espaço restante, Florêncio
criou galinhas e vendeu os ovos, plantou mandioca e abobrinha e produziu
utensílio doméstico que vendia nas redondezas até sua morte, em 1958.
Fonte: Revista Galileu
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