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quinta-feira, fevereiro 29, 2024

A Engenharia dos Lobos


 

A Engenharia dos LobosQuando, em 1995, 14 lobos cinzentos trazidos do Canadá foram reintroduzidos no Parque Nacional de Yellowstone, EUA, os cientistas não suspeitavam que isso mudaria radicalmente os ecossistemas.

Não havia lobos na região desde 1920, tendo sidos exterminados desde o século XIX durante a expansão do agronegócio e construção de cidades.

A ausência desta espécie levou a uma reprodução descontrolada de suas presas, principalmente os alces, tendo impactos graves sobre os ecossistemas, como a perda da vegetação, erosão dos solos, assoreamento dos rios e diminuição da biodiversidade.

A presença dos lobos controlou a população e a área de cobertura dessas espécies impactantes, levando ao reflorestamento de áreas inteiras em terra firme e na beira dos rios, disponibilizando sementes e frutas, controlando a erosão e fazendo prosperar espécies diversas.

Com mais árvores, a população de castores aumentou, passando a construir mais represas, desviando o curso dos rios para áreas antes secas e que passaram a servir de ninhos e habitats para aves, mamíferos, répteis, anfíbios e peixes.

Os lobos também controlaram a população de predadores menores, como chacais e raposas, o que levou a um aumento de pássaros, insetos e espécies que contribuem com a dispersão de sementes, a fertilização dos solos e o reflorestamento.

A experiência de Yellowstone revelou que os lobos - antes considerados perversos e quase extintos por pura vontade humana - são espécie-chaves, "engenheiros de ecossistemas", contribuindo para o equilíbrio das florestas, dos rios e da biodiversidade.

Referências:

Fischer, Hank. Wolf Wars—The Remarkable Inside Story of the Restoration of Wolves to Yellowstone. Helena, MT: Falcon Press Publishing Co, 1995.

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