A Engenharia dos Lobos - Quando, em 1995, 14 lobos
cinzentos trazidos do Canadá foram reintroduzidos no Parque Nacional de
Yellowstone, EUA, os cientistas não suspeitavam que isso mudaria radicalmente
os ecossistemas.
Não havia lobos na região
desde 1920, tendo sidos exterminados desde o século XIX durante a expansão do
agronegócio e construção de cidades.
A ausência desta espécie
levou a uma reprodução descontrolada de suas presas, principalmente os alces,
tendo impactos graves sobre os ecossistemas, como a perda da vegetação, erosão
dos solos, assoreamento dos rios e diminuição da biodiversidade.
A presença dos lobos
controlou a população e a área de cobertura dessas espécies impactantes,
levando ao reflorestamento de áreas inteiras em terra firme e na beira dos
rios, disponibilizando sementes e frutas, controlando a erosão e fazendo
prosperar espécies diversas.
Com mais árvores, a
população de castores aumentou, passando a construir mais represas, desviando o
curso dos rios para áreas antes secas e que passaram a servir de ninhos e
habitats para aves, mamíferos, répteis, anfíbios e peixes.
Os lobos também controlaram
a população de predadores menores, como chacais e raposas, o que levou a um
aumento de pássaros, insetos e espécies que contribuem com a dispersão de
sementes, a fertilização dos solos e o reflorestamento.
A experiência de
Yellowstone revelou que os lobos - antes considerados perversos e quase
extintos por pura vontade humana - são espécie-chaves, "engenheiros de
ecossistemas", contribuindo para o equilíbrio das florestas, dos rios e da
biodiversidade.
Referências:
Fischer, Hank. Wolf
Wars—The Remarkable Inside Story of the Restoration of Wolves to Yellowstone.
Helena, MT: Falcon Press Publishing Co, 1995.
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