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segunda-feira, abril 17, 2023

Mudanças



Lá um belo dia, você acorda e... Acorda mesmo! Não foi só um abrir de olhos... Acordar é muito importante.

O que acontece com a maioria das pessoas que se julgam desanimadas, tristes, frustradas, sozinhas, (mesmo acompanhadas), é a incapacidade de se olhar e de acordar para a vida.

É fácil reclamar dos outros..., mas, e você? Estará fazendo sua parte? A pessoa que você tem mostrado é mesmo você?

Quando sorri é por que está feliz ou por gentileza, educação ou sei lá quantos nomes tenha a hipocrisia?

Não estou defendendo a falta de educação ou de limites, mas a verdade!
E, a verdade pode ser dita com gentileza, sim... Experimente ensaiar algumas respostas.

- Muito obrigada, mas não gosto desse tipo de filme! (com um sorriso...) ou então pense em todas as outras coisas que diria na intenção de não "magoar" quem convida:

- Estou com muita dor de cabeça...

- Que pena, justamente hoje tenho um compromisso inadiável...

- Estou terminando um trabalho, se fosse um outro dia...

Comece a pensar na quantidade de mentiras que veio contando ao longo de sua vida, algumas completamente desnecessárias... Ao mesmo tempo em que ensinava seus filhos a não mentir.

Engraçado, não é?

Tão triste constatar que quando o homem descobriu a palavra, aprendeu a se esconder atrás dela...

Com certeza muitas pessoas que pensam conhecer você, conhecem apenas o personagem que você mostra: uma pessoa feliz, de bem com vida, incapaz de dar um basta, quando na verdade você gostaria é de botar a boca no trombone, jogar tudo para o alto, sair de cena!!!

Aproveite o dia. Comece hoje! Faça as seguintes perguntas: quem sou eu? Gosto dessa minha vida?

O que mais me incomoda em mim? Quantas oportunidades perdi para agradar aos outros?

De quantos projetos ou sonhos abri mão para não magoar ou não causar alguma desilusão, ou.... Honestamente por falta de coragem?

E aí vem aquela incômoda sensação de ser responsável pela própria vida! Pesado, não é?

Afinal é tão mais fácil dizer: "não me deixaram... ",

"se eu soubesse...",

"não tive escolha..."

Antes de lamentar por não estar tendo a vida que merece e quer, analise o que é realmente importante ou descartável em sua vida... Também não vale nesse momento apenas lamentar o desperdício de tempo.

Importante é o hoje, o agora, a atitude nova em função do seu acordar!
Tenha coragem, aproveite esse exato momento e mude alguma coisa que incomoda... Comece tentando respirar melhor, tome um bom copo de água, sorria para você e... Vá em frente!

Acorde bem! Tenha um muito bom novo dia!

Autor Desconhecido.

A Moda

A mãe vai visitar a filha recém-casada e a encontra andando nua pela casa. Acha estranho, mas nada diz. 

No dia seguinte ocorre o mesmo. Após uma semana, intrigada, cria coragem e pergunta o que está havendo.

- Nada - responde a filha - isso é roupa de fazer amor, mamãe.

A mão acha ótima a ideia e planeja fazer isso com o marido. Nesta noite, o marido chega em casa e topa com a velha peladona andando pra lá e pra cá.

- Que é isso, mulher? Ficou louca?

- Não bem, isso é roupa de fazer amor.

- Mas bem que você poderia ter dado uma passadinha nela antes.




domingo, abril 16, 2023

ABBA - Grupo sueco de música pop formado em Estocolmo em 1972

ABBA é um grupo sueco de música pop formado em Estocolmo em 1972 por Agnetha Fältskog, Björn Ulvaeus, Benny Andersson, e Anni-Frid Lyngstad.

O nome do grupo é um acrônimo formado pelas iniciais do primeiro nome de cada membro.

Se tornaram um dos grupos de maior sucesso comercial na história da música, liderando as paradas mundiais de 1974 à 1982. O ABBA venceu o Eurovision Song Contest 1974 no The Dome, em Brighton, Reino Unido, dando à Suécia seu primeiro triunfo no concurso. É o grupo de maior sucesso que participou da competição.

Desde então, o ABBA ganhou popularidade empregando ritmos cativantes em suas canções, com letras simples e um som único, caracterizado pela harmonia das vozes femininas e da técnica wall of sound, efeito criado pelo produtor musical Phil Spector.

Björn e Agnetha casaram-se meses antes da formação do quarteto, enquanto Benny e Frida se casaram apenas em 1978; os quatro lidaram com obrigações artísticas ao mesmo tempo que se ocupavam com as suas novas famílias.

As suas gravações tiveram um impacto comercial, fato que levou o grupo a tornar-se o mais bem-sucedido da gravadora Universal Music Group e ser a banda que mais vendeu discos nos anos 1970.



O ABBA foi o primeiro grupo pop europeu a fazer sucesso em países anglófonos fora da Europa, principalmente na Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, Canadá e, em menor proporção, nos Estados Unidos.

No entanto, no auge de sua popularidade, os dois casamentos foram dissolvidos e essas mudanças se refletiram em sua música, escrevendo letras mais profundas com um estilo musical diferente.

O grupo experimentou um declínio comercial, o que acabou levando à decisão do fim do grupo, de modo que em dezembro de 1982 ocorria a última aparição do quarteto.

Depois de um tempo fora do interesse público, na década de 1990 foram lançados vários álbuns de compilação que possibilitaram o retorno do grupo ao topo das paradas.

Confirmando, assim, o fato de ser considerado um dos grupos de maior sucesso do mundo, cujas vendas de álbuns são estimadas em 500 milhões em todo o mundo.

Suas canções foram interpretadas por vários artistas, além de ser a base do musical Mamma Mia! O grupo é um ícone no seu país de origem, bem como uma figura importante na expansão da europop. Sua popularidade abriu as portas para outros grupos do mesmo gênero, fato que culminou na entrada do grupo para o Rock and Roll Hall of Fame.

 

Meritocracia

A meritocracia esconde, por trás de uma aparente e aceitável "ética do merecimento", uma perversa "ética do desempenho".

Numa sociedade de condições desiguais, pautada por lógicas mercantis e formada por pessoas que tem não só características diferentes, mas também condições diversas, merecimento e desempenho podem tomar rumos muito distantes.

Mário Quintana merecia estar na ABL, mas não teve desempenho para tal.

O Paulo Coelho, o Sarney e o Roberto Marinho estão (ou estiveram) lá, embora muitos achem que não merecessem.

Quintana, pelo imenso valor literário que tem, não merecia ter morrido pobre nem ter tido que morar de favor em um hotel em Porto Alegre, mas quem amealhou fortuna com a literatura foi o Coelho. Um tem inegável valor literário, outro tem desempenho de mercado.

O José, aquele menino nota 10 na escola que mora embaixo de uma ponte da BR 116 merece ser médico, sua sonhada profissão, mas provavelmente não o será, pois não terá condições para isto (rezo para estar errado neste caso).

Na música popular nem é preciso exemplificar, a distância entre merecimento e desempenho de mercado é abismal. Então, neste mundo em que vivemos valor e resultado, merecimento e desempenho nem sempre caminham juntos, e talvez raramente convirjam.

Mas a meritocracia exige medidas, e o merecimento, que é um juízo de valor subjetivo, não pode ser medido; portanto, o que se mede é o desempenho supondo-se que ele seja um indicador do merecimento, o que está longe de ser.

Desta forma, no mundo da meritocracia - que mais deveria se chamar "desempenhocracia" - se confunde merecimento com desempenho, com larga vantagem para este último como medida de mérito.

A meritocracia escamoteia as reais operações de poder.

Como avaliação e desempenho são cruciais na meritocracia, pois dão acesso a certas posições de poder e a recursos, tanto os indicadores de avaliação como os meios que levam a bons desempenhos são moldados por relações de poder; e o são decisivamente.

Seria ingênuo supor o contrário.

Assim, os critérios de avaliação que ranqueiam os cursos de pós-graduação no país são pautados pelas correntes mais poderosas do meio acadêmico e científico.

Bons desempenhos no mercado literário são produzidos não só por uma boa literatura, mas por grandes investimentos em marketing; grandes sucessos no meio musical são conseguidos, dentre outras formas, "promovendo" as músicas nas rádios e em programas de televisão, e assim por diante.

Os poderes econômicos e político, não raras vezes, estão por trás dos critérios avaliativos e dos "bons” desempenhos.

Critérios avaliativos e medidas de desempenho são moldáveis conforme os interesses dominantes, e os interesses são a razão de ser das operações de poder; que, por sua vez, são a matéria prima de toda a atividade política.

Então, por trás da cortina de fumaça da meritocracia repousa toda a estrutura de poder da sociedade.

Até aí tudo bem, isso ocorre na maioria dos sistemas políticos, econômicos e sociais.

O problema é que, sob o manto da suposta "objetividade" dos critérios de avaliação e desempenho, a meritocracia esconde estas relações de poder, sugerindo uma sociedade tecnicamente organizada e isenta da ingerência política.

Nada mais ilusório e nada mais perigoso, pois a pior política é aquela que despolitiza, e o pior poder, o mais difícil de enfrentar e de combater, é aquele que nega a si mesmo, que se oculta para não ser visto.

A meritocracia é a única ideologia que institui a desigualdade social com fundamentos "racionais", e legitima pela razão toda a forma de dominação (talvez a mais insidiosa forma de legitimação da modernidade).

A dominação e o poder ganham roupagens racionais, fundamentos científicos e bases de conhecimento, o que dá a eles uma aparente naturalidade e inquestionabilidade: é como se dominados e dominadores concordassem racionalmente sobre os termos da dominação.

A meritocracia substitui a racionalidade baseada nos valores, nos fins, pela racionalidade instrumental, baseada na adequação dos meios aos resultados esperados.

Para a meritocracia não vale a pena ser o Quintana, não é racional, embora seus poemas fossem a própria exacerbação de si, de sua substância, de seus valores artísticos.

Vale mais a pena ser o Paulo Coelho e fazer uma literatura calibrada para vender.

Da mesma forma, muitos pais acham mais racional escolher a escola dos seus filhos não pelos fundamentos de conhecimento e valores que ela contém, mas pelo índice de aprovação no vestibular que ela apresenta.

Estudantes geralmente não estudam para aprender, estudam para passar em provas.

Cursos de pós-graduação e professores universitários não produzem conhecimentos e publicam artigos e livros para fazerem a diferença no mundo, para terem um significado na pesquisa e na vida intelectual do país, mas sim para engrossarem o seu Lattes e para ficarem bem ranqueados.

A meritocracia exige uma complexa rede de avaliações objetivas para distribuir e justificar as pessoas nas diferentes posições de autoridade e poder na sociedade, e estas avaliações funcionam como guiões para as decisões e ações humanas.

Assim, em uma sociedade meritocrática, a racionalidade dirige a ação para a escolha dos meios necessários para se ter um bom desempenho nestes processos avaliativos, ao invés de dirigi-la para valores, princípios ou convicções pessoais e sociais.

 A/D 




Quase

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase.

É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.

Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto. A resposta eu sei, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.

Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.

O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.

Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.

Não deixe que a saudade sufoque que a rotina acomode que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você.

Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

Sarah Westphal

sábado, abril 15, 2023

Perdas e ganhos



E por falar em perdas e ganhos, alguém notou que perdemos nossa capacidade de nos emocionar? Parou para pensar que gostar de alguém caiu em desuso?

Que contemplar a lua cheia virou demodê? Que amar é caretice?

Que ficar em casa sábado a noite é um passaporte para as fraldas geriátricas? Que o que poderia ser paz, encaramos como tédio?

A constar, alguém aí anda preocupado com a possibilidade de não suportar a própria companhia caso a internet dê pau e o mundo pare de girar por alguns minutos?

  Gabito Nunes.

Multidões



Eu sou vários. Há multidões em mim. Na mesa de minha alma sentam-se muitos, e eu sou todos eles. Há um velho, uma criança, um sábio, um tolo.

Você nunca saberá com quem está sentado ou quanto permanecerá com cada um de mim.

Mas prometo que, se nos sentarmos à mesa, nesse ritual sagrado eu lhe entregarei ao menos um dos tantos que sou, e correrei os riscos de estarmos juntos no mesmo plano.

Desde logo, evite ilusões: também tenho um lado mau, ruim, que tento manter preso e quando se solta me envergonha.

Não sou santo, nem exemplo, infelizmente. Entre tantos, um dia me descubro, um dia serei eu mesmo, definitivamente. Como já foi dito: ouse conquistar a ti mesmo.

Friedrich Nietzsche

sexta-feira, abril 14, 2023

Lindomar Castilho e Eliane de Grammont

Lindomar Castilho e Eliane de Grammont

Lindomar Castilho e Eliane de Grammont - Eliane Aparecida de Grammont era cantora e tinha 26 anos de idade quando foi assassinada. No dia 30 de março de 1981, ela can­tava no bar "Belle Epoque", situado na Alameda Santos, 1091, em São Paulo, quando seu ex-marido Lindomar Castilho, portando arma de fogo, surgiu de repente, em estado visivelmente alterado, aproxi­mou-se da moça e disparou cinco tiros.

Eliane foi alvejada no peito. Outro tiro acertou o violonista Carlos Roberto da Silva, cujo nome artístico era Carlos Randal, que tocava ao seu lado, era primo de Lindomar e foi ferido no abdômen. Dois tiros ficaram fixados na parede e a quinta bala não foi encontrada.

Faltava pouco para a uma hora da manhã. A jovem cantora, de promissora carreira, terminava ali sua vida, fulminada pelo despeito e pelo rancor do ex-marido.

Lindomar, que praticou o ato na presença do público e depois tentou fugir, foi agarrado e dominado pelo dono do bar e pelos frequentadores do local. Quase foi linchado. 

A Polícia chegou algum tempo depois e encontrou o assassino com os pés e mãos amarrados, caído na calçada. Levaram-no ao Hospital das Clínicas e depois ao 4º Distrito Policial, onde foi autuado em flagrante e recolhido à Casa de Detenção.

Eliane morreu antes de ser atendida no Pronto-Socorro Briga­deiro, para onde chegou a ser levada. Seu corpo foi sepultado, à tarde, no cemitério do Araçá, sob grande revolta da família, dos amigos e dos fãs. Deixou uma filha de 2 anos, que tivera com Lindomar.



O violonista Carlos Randal, embora ferido, foi socorrido e recuperou-se.

Conforme declarações prestadas por Randal ao jornal Folha de S. Paulo, de 12 de abril de 1981, no dia dos fatos, acompanhava Eliane ao violão quando Lindomar chegou. "Levantei os olhos, deparei com Lindomar que apontava a arma na direção de Eliane, segurando com as duas mãos. 

Ele estava quase a dois metros dela quando disparou. Levantei do banco e atirei o violão no rosto do assassino, saltando em seguida sobre ele, sendo ajudado pelo proprietário do café, que desarmou Lindomar. 

Somente mais tarde, quando corria em direção à rua Pamplona para pedir socorro, percebi que também estava feri­do, com uma bala na barriga. Mesmo assim, acompanhei Eliane, que chegou morta no hospital".

O assassinato da cantora, na flor da idade, pelo ex-marido, também cantor, ambos conhecidos e estimados pelo público, gerou grande comoção popular. O homicídio fora cruel, desnecessário, despropositado.

Eliane havia conhecido Lindomar na gravadora RCA, na qual ambos gravaram discos. O cantor estava bem de vida, já tendo cons­tituído um patrimônio pessoal. 

Fixaram o regime nupcial de separa­ção de bens por exigência de Eliane, que não queria dar a impressão de estar interessada no patrimônio do consorte. Ela afirmava que realmente gostava dele. Sua família, porém, não via a união com bons olhos.

Casaram-se em 10 de março de 1979, depois de morar um tem­po juntos, e tiveram uma filha, mas o casamento nunca andou bem. 

O cantor era agressivo, ciumento, tinha conduta violenta e costuma­va fazer uso de bebidas alcoólicas sem nenhuma moderação. Espan­cava a esposa e, em episódio anterior, tentara estrangulá-la. 

Eliane teve de abandonar sua profissão de cantora, que somente retomou depois da separação do casal.

Quando morreu, fazia seis meses que tinha voltado a cantar e apenas vinte dias que o desquite havia sido formalizado.



Em 24 de abril do mesmo ano, o Juiz José Roberto Barbosa de Almeida, da 1ª Vara Auxiliar do Júri da Capital, atendeu ao pedido de liberdade provisória, formulado pelos advogados de Lindomar, e permitiu que ele aguardasse o julgamento em liberdade. 

A decisão que o libertou fundamentou-se na primariedade do réu e na inexistência de perigo para a sociedade, não estando presentes os pressupostos da prisão preventiva.

Em 8 de maio, Lindomar foi ao Fórum para ser interrogado, ocasião em que declarou ter certeza de que sua ex-mulher tinha um caso com Carlos Randal. Formou-se um grande tumulto no local, com feministas da organização "SOS Mulher" portando faixas de protesto. 

O advogado de defesa Valdir Trancoso Peres não quis que o acusado entrasse ou saísse pela porta dos fundos, insistindo para que Lindomar enfrentasse a imprensa e os manifestantes, utilizando-se dos espaços públicos do Fórum. "Meu cliente", disse ele, "não tem motivos para se esconder". 

Assim, foi necessário um pelotão forma­do por dezesseis policiais, comandados por um tenente, para acom­panhar réu e advogado na tumultuada saída da audiência.

Lindomar foi pronunciado por homicídio qualificado pelo motivo fútil e pelo emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, além de tentativa de homicídio. 

A defesa recorreu e, em decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, a qualificadora do motivo fútil foi afastada. O relator, Desembargador Prestes Barra, entendeu que "o ciúme, fonte de paixão, não pode ser considerado motivo fútil".



Inicialmente, a família de Eliane contratou o advogado José Carlos Dias para assistente da acusação. 

Algum tempo depois, o caso foi entregue a Márcio Tomaz Bastos, então presidente da seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil, encarregado de atuar em plenário do Júri. 

Em entrevista concedida à Folha de S. Paulo (23-8-1984), em seu escritório, Márcio declarou: "Não se aceita mais um crime como este. Os ventos mudaram. É o chamado falso crime passional. Lindomar se dizia apaixonado e traído pela mulher, mas eles já estavam separados há um ano. 

Foi um crime premeditado. Quando Lindomar entrou naquele bar, ele entrou para fuzilar Eliane". E finalizou repetindo "quem ama não mata", frase cunhada pelos movimentos feministas de então.

O julgamento de Lindomar foi acompanhado por grande quan­tidade de pessoas, tanto no auditório do 1º Tribunal do Júri de São Paulo quanto do lado de fora do prédio. Havia manifestantes na rua cortando faixas e gritando: "quem ama não mata", "bolero de ma­chão só se canta na prisão", "sem punição, as mulheres morrerão". 

As feministas, bem organizadas, ficaram de vigília até o final do julgamento. Houve reação de um grupo que se autodenominou os "machistas", que proferia agressões verbais e atirava ovos nas mu­lheres. Gritavam "olê, olá, Lindomar tá botando pra quebrar". 

A Pra­ça da Sé transformou-se em área de conflito e a Polícia compareceu para evitar o tumulto.

Enquanto isso, em plenário, o Promotor de Justiça Antônio Visconti proferia a acusação. Saiu-se muito bem, em sua fala de uma hora. 

Seguiu-se o advogado assistente de acusação, Márcio Tomaz Bastos, por mais uma hora, empolgando a assistência. Concluída a acusação, o público aplaudiu de pé.


A tarefa da defesa, por sua vez, não foi fácil. Lindomar matou Eliane de surpresa, na frente de muita gente, depois de consolidada a separação do casal. 

Não havia desculpa para ele. O advogado Valdir Troncoso Peres não falou da legítima defesa da honra, mas de homi­cídio privilegiado, resultante de violenta emoção. Embora muito talentoso, Valdir não convenceu os jurados neste aspecto. 

A tese da violenta emoção, que atenua a pena do homicídio, não foi aceita. Quanto à tentativa de homicídio contra Carlos Randal, Valdir alegou não ter existido. Lindomar não teria tido a intenção de matar o primo, tendo-o atingido por imperícia na utilização da arma de fogo. 

Ele teria apontado a arma na direção de Eliane e atingido, sem que­rer, o violonista que se encontrava próximo. O crime seria apenas de lesão corporal culposa, de natureza leve, e nunca de tentativa de ho­micídio. Esta tese convenceu o Conselho de Sentença.

Ao final, por 4 votos a 3, o Júri decidiu ter ocorrido homicídio qualificado pelo meio que impossibilitou a defesa da vítima, sendo que, com relação a Randal, não teria havido tentativa de homicídio, mas sim lesão corporal culposa. 

A pena fixada foi de doze anos e dois meses de reclusão. Era 25 de agosto de 1984. Lindomar tinha 46 anos.

O condenado apresentou-se para ser preso e foi levado à Casa de Detenção de São Paulo. Posteriormente, foi transferido para Goiânia, sua terra natal e onde residia a maioria de seus parentes. 

Em 1986, conseguiu progredir para o regime semiaberto de cumprimento de pena, e, em 1988, recebeu o benefício do livramento condicional cumpriu integralmente sua pena, embora de forma flexível, em decorrência dos benefícios que lhe foram concedidos. 

A época, não havia a Lei dos Crimes Hediondos, que, a partir de 1994, considerou o autor de homicídio qualificado merecedor de maior rigor no regi­me de cumprimento de pena.

Durante o período em que esteve preso, Lindomar chegou a gravar um LP. A gravadora fez um play-back em estúdio e depois mandou uma equipe a Goiânia gravar a voz do cantor.

Em São Paulo, por iniciativa da Prefeita Luiza Erundina, em 9 de março de 1990, criou-se a "Casa Eliane de Grammont", que dá amparo às mulheres vítimas de violência e promove debates sobre o tema.

(A história de Lindomar e Eliane está baseada em material de impren­sa colhido nos arquivos dos jornais O Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde.)

Do Livro: A Paixão no Banco dos Réus

Autora: Dra. Luiza Nagib Eluf