Propaganda

This is default featured slide 1 title

Go to Blogger edit html and find these sentences.Now replace these sentences with your own descriptions.This theme is Bloggerized by Lasantha Bandara - Premiumbloggertemplates.com.

This is default featured slide 2 title

Go to Blogger edit html and find these sentences.Now replace these sentences with your own descriptions.This theme is Bloggerized by Lasantha Bandara - Premiumbloggertemplates.com.

This is default featured slide 3 title

Go to Blogger edit html and find these sentences.Now replace these sentences with your own descriptions.This theme is Bloggerized by Lasantha Bandara - Premiumbloggertemplates.com.

This is default featured slide 4 title

Go to Blogger edit html and find these sentences.Now replace these sentences with your own descriptions.This theme is Bloggerized by Lasantha Bandara - Premiumbloggertemplates.com.

This is default featured slide 5 title

Go to Blogger edit html and find these sentences.Now replace these sentences with your own descriptions.This theme is Bloggerized by Lasantha Bandara - Premiumbloggertemplates.com.

Mostrando postagens com marcador Religião. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Religião. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, fevereiro 26, 2024

As Religiões são superstições elaboradas


As religiões são superstições mais elaboradas. Mais elaboradas porque no decorrer de sua formação elas foram criando seus livros, sua literatura, doutrina, teologia, sua própria cultura, o que serviu para o estabelecimento de sua respeitabilidade.

As crenças, alicerçadas, sobretudo no auto engano e nos medos, mantiveram-se por toda a história da humanidade graças aos costumes, tradições, doutrinação, educação e conveniências de poder.

Seus dogmas então estabelecidos levaram a muitos morticínios, dezenas de milhões morreram em seus conflitos, desde as guerras mais antigas.

Como também nas Cruzadas, na Guerra dos Trinta Anos, na Inquisição, na Noite de São Bartolomeu, nas guerras papais e em outros milhares de lutas religiosas, maiores ou menores.

Os conflitos entre xiitas e sunitas há séculos matam milhares a cada ano. As religiões são todas um exército do mal que não ajuda ninguém e que já mataram mais do que as guerras políticas e com mais crueldade.

As religiões são as piores coisas para a humanidade, principalmente os com pouca instrução. Esses são muito mais fáceis de serem lavados.

O Papa os pastores os políticos que usam a religião para o controle social, todos sabem que isso é tão somente uma forma de extorquir, na maioria, os mais pobres e ter a situação sob controle.

Os fiéis temem o fogo eterno do inferno e cumprem rigorosamente os sermões dos padres e pastores. 

sexta-feira, janeiro 26, 2024

O Confessionário


 

O confessionário é um estande pequeno e fechado, utilizada apenas para o Sacramento da Confissão. É o local habitual para realizar-se este sacramento na Igreja Católica, mas estruturas semelhantes são também utilizadas na Igreja Anglicana, e também na Igreja Luterana.

Quando é necessário caminhar perto de um confessionário, é considerado educado cobrir com a mão uma orelha, para mostrar respeito pela santidade do confessionário. Sua invenção remete-se a São Carlos Borromeu, bispo católico quem escreveu no ano de 1577 Instructiunoum Fabricae et Supellectilis Ecclesiasticae libri duo, primeira obra que discorre sobre a arquitetura religiosa.

A atual forma do confessionário foi criada no período Barroco. Os confessionários mais antigos eram compostos apenas de uma cadeira para o sacerdote, e ao lado um banco para o penitente. Porém, a partir da Alta Idade Média, cada vez mais foram construídos estandes para substituir a cadeira, geralmente perto do altar.

O padre e penitente estão em compartimentos separados e falam uns com os outros através de uma grelha ou látice. Muitas vezes um crucifixo está pendurado na tela. O padre normalmente irá sentar no meio e os penitentes vão entrar nos compartimentos de cada lado dele.

O padre pode fechar o outro compartimento por uma tela deslizante de modo que apenas uma pessoa poderá se confessar ao mesmo tempo, há um banco para o penitente ficar ajoelhado durante a confissão.

Confissões e conversas são normalmente sussurradas. Às vezes, um confessionário é construído nas paredes da própria igreja e têm portas separadas para cada compartimento; outros confessionários podem ser estruturas independentes e permanentes com cortinas que são utilizadas para esconder penitentes (e até mesmo o padre, em alguns confessionários) do resto da Igreja.

Após o Concilio Vaticano II, o Sacramento da Confissão, foi mais claramente expresso em sua natureza e efeitos e para facilitar este sacramento, a confissão face a face foi permitida.

Para acomodar esta nova forma de sacramento, muitos confessionários atualmente compreendem apenas um quarto. Há uma tela, atrás da qual o penitente pode confessar-se anonimamente, mas também alguns tem uma cadeira que o penitente possa falar com o sacerdote de frente.

A tela pode ser qualquer coisa, de uma cortina à um estrado. Às vezes, o penitente pode ver o padre através da tela, mas o padre geralmente nunca vê o penitente. Muitas vezes é colocado no banco uma placa com as falas que devem ser ditas para iniciar a confissão.

Também pode haver outros materiais associados ao sacramento, como um cartão com a finalidade do Sacramento, com orações e outras informações úteis. Um crucifixo ou cruz pode ser colocado em cima da tela ou em qualquer lugar perto do penitente para ajudar na oração.

Alguns confessionários modernos, e mesmo alguns mais tradicionais, tem muitas vezes duas ou três luzes, que podem ser controladas pelo padre do interior, ou são automáticas (ativada pelo penitente quando se ajoelha).

A luz verde acima da localização do padre mostra que ele está no confessionário, e está disponível para a confissão, enquanto que uma luz vermelha acima da área do penitente, mostra que ele está ocupado com deveres paroquianos.

Outros motivos

Na verdade, confessionários foram inventados pela igreja não para dar privacidade aos fies que queriam confessar seus pecados aos padres, mas para impedir que os sacerdotes tivessem contato físico e até mesmo relações sexuais com as jovens que costumavam frequentar as confissões.


sábado, janeiro 13, 2024

Isso é justo?


A religião que você escolheu nos considera pecadores ao nascer, culpados antes de dar o primeiro suspiro, responsável por coisa que nunca fizemos.

Ela oferece perdão instantâneo e não merecido para os crimes mais horríveis e pune pessoas cujo único crime é a descrença.

Para sempre. Ela defende a escravidão, denigre as mulheres, amaldiçoa os homossexuais, ordena apedrejar crianças desobedientes, sanciona guerras e envenena toda mente que toca.

Ela inclui somente um crime imperdoável: A descrença.  – Isso é Justo?

Matt Dillahunty 

quarta-feira, janeiro 03, 2024

Mentiras sobre a aparição de Nossa Senhora de Fátima - Padre Mario de Oliveira



Mentiras sobre a aparição de Nossa Senhora de Fátima - Possivelmente, você já deve ter ouvido falar dos segredos de Fátima. Talvez você seja como eu e nunca tenha tido muito interesse no assunto. 

No entanto, vale a pena conhecer a opinião do Padre Mário de Oliveira sobre os supostos segredos que Maria de Nazaré teria revelado a três crianças em Portugal, em 1917. 

Não bastando o momento que a Igreja é assolada por escândalos de Pedofilia entre os padres católicos hoje se descobre que também as crianças de Aljustrel foram vítimas de uma “montagem” feita pelo clero de Ourém. 

A utilização de Jacinta, Francisco e Lúcia numa suposta aparição de Nossa Senhora de Fátima, em 1917, arruinou a vida das três crianças.

“Foi um crime pelo menos tão grave quanto o da pedofilia”, considera o Padre Mário autor do livro “Fátima Nunca Mais”, onde apresenta provas que desmentem as aparições de Fátima. 

Tudo não passou de uma grande farsa do Vaticano em conluio com a igreja de Portugal, para prender as pessoas à fé católica no momento em que a igreja estava em baixa de fiéis, mesmo que tudo isso custasse à vida de pessoas inocentes. O seu interesse de enriquecer os cofres da igreja era maior que o amor pela vida das pessoas.

Esta “montagem” fez com que Fátima seja hoje uma “galinha de ovos de ouro para a Igreja”, “Fátima é uma empresa que dá muito dinheiro à Igreja em Portugal e ao Vaticano”.

Usaram crianças inocentes para mentirem sobre a aparição de alguma coisa que eles nunca haviam visto, e que após a grande farsa, trancafiaram as crianças para que não (voltassem atrás) descobrissem a mentira imposta a elas pela igreja.

O fato já tinha ganhado terreno e isso levaria muitos devotos a fazer caminhada em busca das promessas de Fátima.

O fato é que o trancafiamento (prisão incomunicável) e abandono das crianças em conventos português custaram a vida de duas delas, pois os horrores que elas ali os viveram trouxeram vários problemas de saúde, opressão, depressão e medo.

Em consequência Francisco morreu em 1919 por problemas respiratórios (pneumonia) com apenas 11 anos de idade.

Jacinta faleceu no ano seguinte aos 9 anos do mesmo problema. Lúcia continuou reclusa e incomunicável.

Mas o mais importante para a igreja perdura até nossos dias, Fátima hoje é uma empresa que arrecada a cada dia mais dinheiro que qualquer outra empresa portuguesa.

Tudo em razão das mentiras impostas pela igreja e que ela mesma não tem interesse em se auto desmascarar, pois se assim fizer empobrecerá tanto ela quanto o Vaticano.

O Papa sabe, que as aparições de Fátima nunca existiram. A tese é defendida pelo Padre da Lixa, Mário de Oliveira, que disse ao site português SAPO que não vai acompanhar a visita do Papa a Portugal em virtude de continuar defendendo essa mentira.

É fácil notar que os interesses em Fátima são muitos e só com uma mudança radical no modelo institucional da Igreja as aparições seriam reconhecidas como “um grande equívoco”.



 

quarta-feira, dezembro 27, 2023

Padre Mário Pais de Oliveira – “Fátima nunca mais”


 

Mário Pais de Oliveira, também conhecido por Padre Mário de Oliveira ou Padre da Lixa, nasceu em Lourosa, Santa Maria da Feira no dia 8 de março de 1937. Foi um presbítero, filósofo, teólogo, jornalista e escritor português, de formação católica, mas aderente do Jesuísmo.

O Padre Mário (também conhecido por Padre Mário da Lixa, pelo fato de ter sido pároco de Macieira da Lixa) ficou conhecido por, antes da Revolução do 25 de Abril, ter criticado duramente a guerra colonial, vindo a ser perseguido pela PIDE e julgado por duas vezes em Tribunal Plenário.

Foi professor de Religião e Moral no Liceu Normal D. Manuel II e foi enviado como capelão para a guerra colonial, onde se confrontou com os dramas pessoais dos soldados e com a ocupação colonial.

Quando foi levado a um tribunal, durante a ditadura, começou por ter apoio de vastos setores progressistas, mas o bispo D. Antônio Ferreira Gomes acabou por lhe retirar a paróquia, em face das suas posições menos ortodoxas.

O Padre Mário manteve sempre uma ligação a meios progressistas da Igreja Católica (mas não só, já que assume uma postura ecuménica), ainda que alguns destes meios se situem nas franjas dessa igreja, e nem sempre sejam reconhecidos. A sua visão filosófica e religiosa liga-o sem dúvida ao Jesuísmo.

Destaca-se, em particular, a sua atividade de jornalista, como diretor do jornal "Fraternizar", que ainda continua a ser publicado.

A Comunidade que dirigiu, em torno de Lourosa, teve relevância no apoio à democratização da América Latina, e as atividades desenvolvidas em Portugal de solidariedade com esses povos durante os anos 70 e 80 do século passado, em que estavam submetidos a ferozes ditaduras.

Em abril de 1999 publicou em Portugal pela Editora Campo das letras o livro "Fátima nunca mais" e conseguiu oito edições em 12 meses. Padre Mário de Oliveira tenta desfazer o mito e apresenta provas que desmentem as aparições de Fátima.

Refere que a utilização de Jacinta Marto, Francisco Marto e Lúcia de Jesus dos Santos numa suposta aparição de Nossa Senhora de Fátima, em 1917, arruinou a vida das três crianças.

Padre Mário de Oliveira acusa também o clero de Ourém e a Igreja Católica de ter abusado psicologicamente das 3 crianças, a ponto de duas delas terem morrido de pneumonia por estarem fracas devido aos jejuns religiosos, e de terem enfiado a sobrevivente num convento

Morte

Tendo sofrido um grave acidente de carro, a 26 de janeiro de 2022, em Macieira da Lixa, o Padre Mário de Oliveira, a poucos dias de fazer 85 anos, faleceu, a 24 de fevereiro do mesmo ano, no Hospital de Penafiel.

segunda-feira, dezembro 25, 2023

O Bom Samaritano é Ateu



O Bom Samaritano é Ateu - Se alguma vez – Deus queira que não – apanhar de assaltantes enquanto vai de Jerusalém a Jericó, é melhor que depois passe por ali um samaritano pouco religioso.

Ser religioso ou ateu não deixa as pessoas melhores, mas parece condicionar a forma de entender a generosidade e o altruísmo com desconhecidos. E as pessoas menos religiosas têm uma tendência mais espontânea a ajuda o próximo, segundo os últimos estudos.

O último trabalho surpreendeu ao mostrar que as crianças criadas em ambientes religiosos são menos propensas a ser generosas, que existe uma correlação inversa entre o altruísmo e a educação em valores identificados com a fé. 

Por meio de um experimento realizado com menores de 5 a 12 anos em seis países culturalmente muito diferentes (Canadá, EUA, Jordânia, Turquia, África do Sul e China), os pesquisadores descobriram que os estudantes que não recebem valores religiosos em suas famílias são notavelmente mais generosos quando se trata de compartilhar seus tesouros com outras crianças anônimas.

“É importante destacar que as crianças mais altruístas vêm de famílias ateias e não religiosas”, destaca o chefe do estudo, Jean Decety, neurocientista e psicólogo da Universidade de Chicago.

“Espero que as pessoas comecem a entender que a religião não é uma garantia para a moralidade, e que religião e moralidade são duas coisas diferentes”, acrescenta ao ser questionado da importância desse estudo.

Além disso, na pesquisa perguntava-se aos pais se seus filhos eram mais ou menos generosos e, curiosamente, os pais e mães mais religiosos acreditam que estão criando uma prole mais solidária: os religiosos dão como certo que seus filhos são mais altruístas, mesmo que na hora da verdade compartilhem menos. 

Outra descoberta importante é que a religiosidade faz com que as crianças sejam mais severas na hora de condenar danos interpessoais, como por exemplo, os empurrões.

“Essa última descoberta encaixa bem com pesquisas anteriores com adultos: a religiosidade está diretamente relacionada com o aumento da intolerância e das atitudes punitivas contra delitos interpessoais, incluindo a probabilidade de apoiar penas mais duras”.

Em resumo, os menores criados em ambientes religiosos seriam um pouco menos generosos, mas mais propensos a castigar quem se comporta mal.

Dois anos atrás, o sociólogo de Stanford Robb Willer publicou um estudo no qual, através de experimentos, mostrou que a compaixão levava as pessoas não religiosas a serem mais generosas enquanto nas mais apegadas à fé a compaixão não influenciava em seu nível de generosidade.

“Para os menos religiosos, a força de sua conexão emocional com outra pessoa é fundamental para decidir se irão ajudá-la ou não”, afirmou Willer na época.

“Os mais religiosos, pelo contrário, fundamentam menos sua generosidade nas emoções e mais em outros fatores, como o dogma, a identidade de grupo e a reputação”.

Há séculos diferentes autores abordam o debate sobre se a religião, acreditar e temer a Deus, provoca nos humanos uma atitude mais bondosa, mais solidária, mais empática com o sofrimento dos demais.

Nos últimos anos, entretanto, a pesquisa psicológica revelou várias tendências consistentes, como o fato dos religiosos motivarem seu altruísmo em valores diferentes e usarem critérios distintos para determinar quais ações são imorais.

A ideia de que a religião consolida o altruísmo, entretanto, aparece em diversos estudos, como os que vêm sendo publicados por autores como Azim Shariff, ao demonstrar na revista Science a importância da fé na hora de se mostrar mais generoso com os demais.

Em seus trabalhos testou o altruísmo das pessoas depois de fazê-las pensar (consciente e inconscientemente) em Deus e suas manifestações: aqueles que liam sobre Ele e assistiam vídeos relacionados antes do teste se mostravam notavelmente mais generosos do que os que não o faziam.

As motivações não eram a compaixão e a empatia, mas ajudavam mais ao próximo ao ter presente a figura divina.

Por isso, Shariff considera que os resultados do estudo em crianças publicados na sexta-feira “parecem superficialmente contraditórios” com seu trabalho.

Mas de grande importância: “Acho que são conclusões fascinantes a partir de um esforço impressionante. Esse estudo nos obriga a repensar seriamente as coisas a fim de conciliar o que sabemos”, resume Shariff, da Universidade do Oregon.

O difícil seria explicar por que ateus e religiosos (ou pouco religiosos frente à muito religiosos) agem de forma diferente quando se trata de pensar nos demais.

Mesmo que não existam respostas conclusivas, tanto Shariff como Decety mencionam uma certa licença moral outorgada por aqueles que já rezam pelos demais: se já cubro a quota de generosidade em minha paróquia, isso me exime de precisar ser altruísta com desconhecidos.

“É uma falha mental particularmente interessante: realizando algo bom, que ajuda a fortalecer nossa própria imagem positiva, se desinibe o comportamento egoísta e, portanto, somos mais propensos a tomar decisões imorais”, explica Decety, um dos maiores especialistas em empatia.

Isso explicaria o fato de crianças criadas em lares religiosos, que se percebem como mais sensíveis e justas, serem na verdade as menos altruístas entre seus colegas de classe.

Shariff, mais crítico, considera que isso tem uma leitura inversa. “Eles se limitam a um tipo específico de generosidade espontânea. É possível que alguém seja enormemente altruísta doando 20% de seus ganhos à caridade.

E como estruturou seu altruísmo dessa forma, não se sente obrigado a doar a um mendigo na rua que lhe pede dinheiro de forma espontânea, ou a um psicólogo que lhe dá a oportunidade de compartilhar com alguém em um experimento”.

Na parábola de Jesus descrita por Lucas nos Evangelhos, era o sacerdote a não se aproximar do necessitado, e somente o samaritano parou para ajudá-lo. Mas não sabemos quem era o mais religioso dos dois, e se isso teve alguma relação com a atitude tomada. (http://brasil.elpais.com/brasil)

 

domingo, dezembro 17, 2023

Contra o Livre Arbítrio


 

“Uma das objeções mais comuns à minha posição sobre o livre arbítrio é que aceitá-lo poderia ter consequências terríveis, psicológica ou socialmente.

Esta é uma réplica estranha, análoga à que muitas pessoas religiosas alegam contra o ateísmo: sem a crença em Deus, os seres humanos deixarão de ser bons uns com os outros.

Ambas as respostas abandonam qualquer pretensão de se preocupar com o que é verdade e apenas mudam de assunto. Mas isso não significa que nunca devamos preocupar-nos com os efeitos práticos de manter crenças específicas. [...]

Será que o livre arbítrio seria de alguma forma necessário para que a bondade se manifestasse? Como, por exemplo, alguém se torna cirurgião pediátrico?

Bem, primeiro você deve nascer com um sistema nervoso intacto e depois receber uma educação adequada. Não há liberdade lá, receio.

Você também deve ter talento físico para o trabalho e evitar quebrar as mãos no rugby. Escusado será dizer que não é bom ser alguém que desmaia ao ver sangue. Considere essas conquistas como boa sorte também.

Em algum momento você terá que decidir se tornar um cirurgião - provavelmente como resultado de primeiro querer se tornar um. Você será a fonte consciente desse desejo?

Você será responsável por isso prevalecer sobre todas as outras coisas que você deseja, mas que são incompatíveis com a carreira médica? Não.

Se você conseguir se tornar um cirurgião, simplesmente se verá um dia, com o bisturi na mão, na confluência de todas as causas genéticas e ambientais que o levaram a se desenvolver nessa linha.

Nenhum desses eventos exige que você, o sujeito consciente, seja a causa última de suas aspirações, habilidades e comportamento resultante. E, nem é preciso dizer, você não pode levar nenhum crédito pelo fato de não ter nascido psicopata.

É claro que não estou dizendo que você pode se tornar um cirurgião por acidente - você deve fazer muitas coisas, deliberadamente e bem, e na sequência apropriada, ano após ano.

Tornar-se cirurgião exige esforço. Mas você pode receber o crédito por sua disposição de fazer esse esforço? Para inverter a situação, sou responsável pelo fato de nunca me ter ocorrido que gostaria de ser cirurgião?

Quem leva a culpa pela minha falta de inspiração? E se o desejo de ser cirurgião surgir de repente amanhã e se tornar tão intenso que eu abandone meus outros objetivos profissionais e me matricule na faculdade de medicina?

Será que eu – isto é, a parte de mim que está realmente vivenciando a minha vida – seria a verdadeira causa desses desenvolvimentos?

Cada momento de esforço consciente – cada pensamento, intenção e decisão – terá sido causado por eventos dos quais não tenho consciência. Onde está o livre arbítrio nisso?" -

Sam Harris, Vida sem livre arbítrio, 9 de setembro de 2012

sexta-feira, dezembro 01, 2023

Jesus morreu para nos salvar?


 

Jesus morreu para nos salvar?Fiz a um crente a velha pergunta: “Por que o seu deus e não o deus dos outros?” Resposta:

 - “Deus enviou seu único filho para morrer por nós. Quer um deus melhor do que este?”

 Imaginem a situação: um rei condenou um bando de criminosos à morte, mas fica com pena e mata o próprio filho em lugar deles, libertando-os a seguir.

Não consigo ver a lógica em um rei sacrificar um inocente (seu próprio filho, ainda por cima) para que ele possa se permitir perdoar criminosos que ele mesmo condenou. Por que ele não os perdoa sem matar um inocente se ele tem esse poder?

Não consigo entender de que modo a morte de um inocente cancela a culpa de um criminoso. O que uma coisa tem a ver com a outra? Um crime anula o outro?

O criminoso não continua criminoso? Se foi o próprio criminoso que matou o inocente, o novo crime não deveria se somar ao anterior e piorar ainda mais sua situação?

No caso específico da Bíblia, não consigo entender como alguém que foi condenado por roubar uma fruta é perdoado depois que mata o filho do dono da fruta.

Até faz sentido uma situação em que um pai tenha que escolher entre a morte do próprio filho e a morte de várias pessoas.

Talvez ele ache que muitas vidas têm mais valor que uma única vida, mas, se esse pai tem o poder incondicional de salvar o grupo de pessoas, por que ele só o faz se essas pessoas matarem seu filho antes? Onde está a lógica?

Acho que isto é um belo exemplo de lavagem cerebral. Depois de crescer ouvindo que “Deus, em seu amor, enviou seu único filho para morrer pelo perdão de nossos pecados”, as pessoas param de raciocinar e aceitam o absurdo.

Claro que o absurdo é maior ainda quando se considera que quem cometeu o tal pecado não fomos nós e sim ancestrais remotíssimos e lendários, e que não temos nada a ver com eles, mas os crentes também aceitam sem discutir que já nascemos culpados de alguma coisa tão grave que foi necessário o sacrifício de um deus para que pudéssemos ser perdoados.

É incrível como o conceito de apaziguar os deuses através de sacrifícios humanos ou de animais, tão comum entre povos bárbaros, sobrevive em pleno século XXI.

É incrível que alguém acredite em que um deus faria um sacrifício para apaziguar a si mesmo, para nos salvar dele mesmo, ainda por cima o sacrifício de uma parte dele próprio. (Fernando Silva)