A Saga
de um povo grandioso. No desfiladeiro do rio Apurímac, na região peruana de
Cusco, uma obra de seis séculos está prestes a renascer. A 28 metros de altura,
vários homens transam os trechos finais da última ponte de corda Inca no mundo.
Todos
os meses de junho, os indígenas quíchuas realizam um rito extenuante de
conservação onde pulsava o antigo Império Inca. Fonte: Mistérios da Arqueologia
e História
As
pontes de corda incas eram simples pontes suspensas localizadas
sobre desfiladeiros e pontões para permitir viagens dentro do império inca. Este
tipo de pontes era suficiente para as necessidades dos Incas, visto que essas
pessoas não utilizavam transporte sobre rodas e o tráfego era limitado a
pedestres e rebanhos de animais.
Estas
pontes eram parte intrínseca do sistema viário Inca, e um bom exemplo da
engenharia Inca. Geralmente eram usados por chaski, mensageiros que
entregavam mensagens por todo o império.
A
construção dessas pontes envolveu o uso de um par de pedras que prendiam as
cordas em cada lado do cânion e enormes cabos de grama trançados que uniam os
dois pilares. Dois outros cabos serviam de parapeito, também conhecido
como corrimão.
Os
cabos que formavam o piso eram reforçados com galhos entrelaçados. Este
sistema tornou as pontes tão resistentes que até permitiram a passagem dos
espanhóis a cavalo. As pontes eram pesadas, tanto que tendiam a ceder no
meio, permitindo que os ventos fortes as fizessem balançar.
Parte
da resistência e confiabilidade da ponte provinha do fato de que cada cabo era
substituído anualmente pelos habitantes locais, como parte do serviço de mita que
deviam ao Inca. Em algumas circunstâncias, os agricultores tinham a única
tarefa de manter a ponte, reparando-a, para que o sistema rodoviário inca fosse
sempre eficiente.
As
maiores pontes deste tipo estão localizadas acima do cânion Apurimac, ao longo
da estrada principal ao norte de Cuzco. Estas pontes atravessavam o
desfiladeiro de 67 metros de largura, a uma altura de 36 metros acima do rio
abaixo.
Reconstrução da última ponte inca no Mundo
Após um
ano inteiro de uso, a última ponte de corda Inca se solta e precisa ser
substituída para garantir sua segurança. Embora exista uma ponte moderna
nas proximidades, os habitantes locais mantêm viva a antiga tradição e
conhecimento de construção, renovando periodicamente a ponte (cada ponte dura
cerca de dois anos).
Muitas
famílias assumem a tarefa de preparar inúmeras cordas de erva para preparar os
cabos, enquanto outras preparam as esteiras para a pavimentação da ponte, e a
sua reconstrução torna-se um esforço comunitário.
Antigamente
esta obra representava uma espécie de imposto, e os habitantes locais eram
obrigados a realizar a reconstrução; hoje em dia o trabalho é feito para
homenagear os antepassados e a Pachamama (mãe terra).
O
evento foi filmado pela série de TV Nova e pela BBC, e no documentário Big
CitiesI - Cusco - a ponte solidária de Renato Targherlini e se tornou uma
pequena atração turística, graças também ao pagamento de pequenos pedágios para
quem quiser experimentar a Ponte.
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