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quarta-feira, março 08, 2023

O Beijo


 

Um beijo é o toque dos lábios em outra pessoa ou objeto. Na cultura ocidental é considerado um gesto de afeição. Entre amigos, é utilizado como cumprimento ou despedida.

O beijo nos lábios de outra pessoa é um símbolo de afeição romântica ou de desejo sexual - neste último caso, o beijo pode ser também noutras partes do corpo.

Ainda há o chamado beijo de língua, em que as pessoas que se beijam mantêm a boca aberta enquanto trocam carícias com as línguas. Os antropólogos discordam sobre se beijar é um comportamento instintivo ou aprendido.

Aqueles que acreditam que beijar é um comportamento instintivo, citam comportamentos semelhantes em outros animais, como bonobos, que são conhecidos por beijar depois de brigar - possivelmente para restaurar a paz. 

Outros acreditam que é um comportamento aprendido, tendo evoluído de atividades como a amamentação ou pré-mastigação nas primeiras culturas humanas transmitidas aos humanos modernos.

Outra teoria postula que a prática se originou nos machos durante a era paleolítica, provando a saliva das fêmeas para testar sua saúde, a fim de determinar se seriam uma boa parceira para a procriação.

O fato de que nem todas as culturas humanas beijam é usado como argumento contra o beijo ser um comportamento instintivo em humanos; acredita-se que cerca de 90% da população humana pratique o beijo.

A primeira referência escrita ao comportamento semelhante ao beijo vem dos Vedas, escrituras sânscritas que informaram o hinduísmo, budismo e jainismo, cerca de 3.500 anos atrás, de acordo com Vaughn Bryant, antropólogo da Texas A&M University especializado na história do beijo.

Diz-se que na Suméria, antiga Mesopotâmia, as pessoas costumavam enviar beijos aos deuses. Ambos beijos de língua e de lábios são mencionados na poesia suméria.

Na Antiguidade também era comum, para gregos e romanos, o beijo entre guerreiros no retorno dos combates. Era uma espécie de prova de reconhecimento.

Aliás, os gregos adoravam beijar. Na Ciropédia (370 a.C.), Xenofonte escreveu sobre o costume persa de beijar os lábios na partida enquanto narrava a partida de Ciro, o Grande (c. 600 a.C.) como um menino de seus parentes medos. 

De acordo com Heródoto (século V a.C.), quando dois persas se encontravam, a fórmula de saudação expressa seu status igual ou desigual. Eles não falavam; antes, os iguais se beijavam na boca e, no caso em que um era um pouco inferior ao outro, o beijo seria dado na bochecha.

Durante o período clássico posterior, o beijo afetuoso boca a boca foi descrito pela primeira vez no épico hindu Mahabharata. O antropólogo Vaughn Bryant argumenta que o beijo se espalhou da Índia para a Europa depois que Alexandre, o Grande conquistou partes do Punjab no norte da Índia em 326 a.C.

Os romanos difundiram a prática. Estes eram apaixonados por beijos e falavam sobre vários tipos de beijos. Beijar a mão ou bochecha era chamado de osculum. Beijar nos lábios com a boca fechada era chamado de basium, que foi usado entre parentes.

Um beijo de paixão era chamado de suavium. Os imperadores permitiam que os nobres mais influentes beijassem seus lábios, e os menos importantes as mãos. Os súditos podiam beijar apenas os pés.

Na Escócia, era costume o padre beijar os lábios da noiva ao final da cerimônia. Acreditava-se que a felicidade conjugal dependia dessa benção. Já na festa, a noiva deveria beijar todos os homens na boca, em troca de dinheiro.

Na Rússia, uma das mais altas formas de reconhecimento oficial era o beijo do czar. No século XV, os nobres franceses podiam beijar qualquer mulher. Na Itália, entretanto, se um homem beijasse uma donzela em público, era obrigado a casar imediatamente.

No latim, beijo significa toque dos lábios. Na cultura ocidental, ele é considerado gesto de afeição. Entre amigos, é utilizado como cumprimento ou despedida; entre amantes e apaixonados, como prova da paixão.

Mas é também um sinal de reverência, ao se beijar, por exemplo, o anel do Papa ou de membros da alta hierarquia da Igreja.

No Brasil, D. João VI introduziu a cerimônia do beija-mão: em determinados dias o acesso ao paço Imperial era liberado a todos que desejassem apresentar alguma reivindicação ao monarca.

Em sinal de respeito, tanto os nobres, como as pessoas mais simples, até mesmo os escravos, beijavam-lhe a mão direita antes de fazer seu pedido. Esse hábito foi mantido por D. Pedro I e por D. Pedro II.

O estudo do beijo começou em algum momento do século XIX e é chamado de filematologia, que foi estudado por pessoas como Cesare Lombroso, Ernest Crawley, Charles Darwin, Edward Burnett Tylor e estudiosos modernos como Elaine Hatfield.

 

"Se eu tivesse que ir para o inferno depois de beijar você, eu iria. Então, mais tarde, posso me gabar aos demônios de ter estado no paraíso sem nunca entrar."

William Shakespeare 

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