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terça-feira, maio 09, 2023

Serás de outro!



Deixas-te me. Serás de outro!

Outro irá possuir a fortuna da tua meiguice, outro terá a glória do teu amor, do teu carinho que eu tanto cobicei que eu tanto quis. Será outro a te beijar, a ti acariciar, a te possuir, a te amar!

O outro afagara, beijaras, amaras e te entregaras sem reservas. E eu o sei, repito-o, escrevo-o... E não enlouqueci, ainda não morri de dor, de amargura.

Extravagante mundo, o que concede esta incoerência: Tu pertencendo a outro, querida; eu, continuando a viver. De tão ridículo, nem parece possível. É, no entanto, a verdade, toda a verdade.

Não estremecerá o teu corpo, não se rebelará tua carne quando outro a tocar? Não calaram os teus lábios, não se cerraram em protesto, quando te perguntarem se aceitará outro como teu homem?

Será que iras pronunciar sem lágrimas tristes, o “sim” que te levará de mim para sempre? 

Sim. Fará isso tudo, sem compaixão, sem melancolia.

Poderás fazer porque eu, querida, já morri para ti como dentro em pouco, morrerei para todos!

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