Propaganda

segunda-feira, junho 30, 2025

Christina Onassis - Pobre Christina



 

Christina Onassis: A Trágica Herdeira do Império Onassis

Christina Onassis, nascida em Nova Iorque em 11 de dezembro de 1950, foi a filha caçula do magnata grego Aristóteles Onassis e de sua primeira esposa, Athina Livanos.

Herdeira de uma das maiores fortunas do mundo, sua vida foi marcada por luxo, tragédias familiares, instabilidade emocional e uma busca incessante por amor e estabilidade.

Apesar de sua inteligência e competência nos negócios, Christina enfrentou uma existência tumultuada, culminando em sua morte precoce aos 37 anos.

Infância e Primeiros Anos

Christina cresceu em um ambiente de opulência, mas também de pressões familiares. Aos dois anos, em Hamburgo, ela participou de um momento icônico ao quebrar, nos braços do pai, a garrafa de champanhe que batizou o cargueiro "Tina Onassis", na época o maior navio de carga do mundo.

Aos cinco anos, testemunhou o glamouroso casamento da atriz Grace Kelly com o príncipe Rainier III de Mônaco, um evento que simbolizava o mundo de riqueza e influência em que ela estava inserida.

Na infância, Christina era descrita como uma criança desajeitada, com traços que ela própria considerava pouco atraentes. Aos 17 anos, submeteu-se a uma cirurgia plástica para reduzir o tamanho do nariz e remover as olheiras escuras, numa tentativa de melhorar sua autoimagem e se adequar aos padrões de beleza da época.

Sua adolescência foi marcada por uma busca constante por aceitação, tanto na esfera pessoal quanto na pública. Christina frequentou o prestigiado Queen's College, em Londres, onde estudou moda, mas abandonou os estudos aos 19 anos, optando por mergulhar no mundo dos negócios da família e em uma vida social intensa. Sua educação formal pode ter sido breve, mas sua inteligência e habilidade para os negócios se tornariam evidentes mais tarde.

Uma Vida de Amores Frustrados

A vida amorosa de Christina foi tão conturbada quanto sua trajetória pessoal. Ela se casou quatro vezes, e todos os casamentos terminaram em divórcio. Seu primeiro marido, Joseph Bolker, era um corretor de imóveis americano 27 anos mais velho.

O casamento, realizado em 27 de julho de 1971, durou apenas nove meses, marcado por diferenças de idade e estilo de vida. Em 22 de julho de 1975, Christina casou-se com Alexandros Andreadis, um banqueiro grego.

A união, que prometia alinhar duas famílias poderosas, terminou em 1977 devido a incompatibilidades. No ano seguinte, em 1º de agosto de 1978, ela desposou Sergei Kauzov, um executivo russo, em Moscou.

Esse terceiro casamento, cercado por controvérsias devido às tensões geopolíticas da Guerra Fria, também foi breve.

Seu quarto e último casamento, com o francês Thierry Roussel, trouxe a maior alegria e, ao mesmo tempo, a maior dor de sua vida. Com ele, Christina teve sua única filha, Athina Roussel, nascida em 1985 após tratamentos contra infertilidade.

No entanto, o relacionamento foi abalado pela infidelidade de Thierry, que manteve um caso com a modelo sueca Marianne "Gaby" Landhage. Gaby deu à luz um filho de Thierry, Erik, enquanto Christina ainda estava casada, e, posteriormente, uma filha, Sandrine.

Desesperada para salvar o casamento, Christina chegou a oferecer dinheiro a Thierry para permanecer ao seu lado, mesmo após descobrir suas traições. O divórcio veio em 1987, mas Christina, em um gesto controverso e movida por sua obsessão, continuou a pagar grandes somas para manter contato físico com o ex-marido.

Tragédias Familiares e Depressão

A década de 1970 foi devastadora para Christina. Em 1973, seu irmão, Alexandre Onassis, morreu aos 24 anos em um trágico acidente aéreo na Grécia, um evento que abalou profundamente a família.

No ano seguinte, sua mãe, Athina Livanos, cometeu suicídio, incapaz de lidar com a perda do filho e com os problemas pessoais. Em 1975, Aristóteles Onassis, cujo estado de saúde deteriorava desde a morte de Alexandre, faleceu de causas relacionadas a uma infecção respiratória.

A perda de toda sua família em um curto período de tempo lançou Christina em uma profunda depressão. Herdeira de um império bilionário, ela assumiu papéis de liderança nos negócios da família, trabalhando na sede em Mônaco, inicialmente como secretária e, mais tarde, como uma empresária competente.

Sua inteligência nos negócios contrastava com sua fragilidade emocional. Durante esse período, Christina começou a abusar de anfetaminas, barbitúricos e álcool, numa tentativa de lidar com a solidão e o sofrimento.

No início dos anos 1980, ela assumiu a presidência da Fundação Alexandre Onassis, criada em memória de seu irmão. A fundação, voltada para projetos culturais e filantrópicos, era uma forma de honrar a memória de Alexandre, mas também um fardo emocional para Christina, que carregava o peso de preservar o legado da família.

O Relacionamento com Jacqueline Kennedy

A relação de Christina com sua madrasta, Jacqueline Kennedy, viúva do presidente John F. Kennedy, era tensa. Quando Aristóteles se casou com Jacqueline em 1968, Christina, então adolescente, desaprovou a união.

Ela via Jacqueline como uma figura distante e evitava sua companhia, preferindo passar o tempo viajando pelo mundo ou fazendo compras em cidades como Paris e Londres. Essa relação fria refletia a dificuldade de Christina em encontrar laços afetivos estáveis.

Morte Prematura e Legado

Christina Onassis faleceu em 19 de novembro de 1988, aos 37 anos, em Buenos Aires, Argentina. Seu corpo foi encontrado na banheira de um quarto de hotel, e a causa oficial da morte foi edema pulmonar, agravado pelo uso prolongado de drogas e por drásticas flutuações de peso.

A imprensa da época especulou sobre as circunstâncias de sua morte, apontando para uma vida marcada por excessos e instabilidade emocional.

Seu corpo foi sepultado na ilha de Skorpios, o refúgio privado da família Onassis na Grécia, ao lado de seu pai e irmão. Christina deixou sua filha, Athina, então com apenas três anos, como herdeira de sua vasta fortuna.

A administração do patrimônio foi confiada a tutores, e Athina cresceu longe dos holofotes, sob a proteção de medidas rigorosas para preservar sua privacidade.

Impacto Cultural e Legado Material

A vida trágica de Christina inspirou o cantor espanhol Joaquín Sabina, que lhe dedicou a canção "Pobre Cristina", incluída no álbum Mentiras Piadosas (1990). A música reflete a melancolia e as contradições de uma mulher que, apesar de sua riqueza, nunca encontrou a felicidade.

Em 2008, parte da coleção de joias de Christina, herdada por sua filha Athina, foi leiloada pela Christie's. A coleção, composta por cerca de 40 peças, incluindo anéis, brincos e colares de diamantes, atraiu grande interesse do mercado. Um destaque foi um diamante em forma de pera de 38 quilates, avaliado em 2,2 milhões de libras esterlinas, símbolo do luxo que marcou a vida de Christina.

Reflexão sobre uma Vida de Contrastes

Christina Onassis viveu uma existência de extremos: riqueza incomensurável, tragédias familiares, amores frustrados e uma luta constante contra seus próprios demônios.

Apesar de sua competência nos negócios e de sua dedicação à filha, ela nunca conseguiu superar as cicatrizes deixadas pelas perdas e pela pressão de ser a herdeira de um império.

Sua história é um lembrete de que riqueza e prestígio nem sempre garantem felicidade, e seu legado permanece como uma narrativa de glamour, sofrimento e resiliência.

0 Comentários: