O Monte
Kailash é uma montanha do Tibete, considerada como um dos lugares mais sagrados
para os hindus e budistas. Situado em Ngari, junto aos lagos Manasarovar e do
Rakshsta, é a nascente de quatro dos maiores rios da Ásia: o Ganges, o rio
Bramaputra, o rio Indo e o ria Sutlei.
Os
budistas consideram-na o centro do universo (cada budista aspira a dar-lhe
a volta) e para os hindus é a morada de Xiva. Os jainistas e os
bonpos também consideram a montanha sagrada. As proximidades da montanha
divina são lugares santos onde "as pedras rezam".
A
palavra Kailâsa significa cristal em hindi. Os Tibetanos
chamam-lhe Ghang Rimpoche ou Khang Ripoche, o que significa
a preciosa joia das neves e os jainistas Ashtapada. Também é
chamada Tise ou Meru.
Para os
hindus, o cume do Kailâsa é considerado a residência de Shiva e
de sua Shákti, Parvati - literalmente filha da montanha -, o que
explica seu carácter sagrado para os hindus, que vêm também a montanha como um lingan acompanhado
da voni simbolizada pelo Lago Manasarovar.
Para os
budistas, a montanha é o centro do universo e cada budista aspira em dar-lhe a
volta.
Os jainistas
e bonpos (religião tradicional do Tibete anterior ao budismo) também
consideram a montanha sagrada. As proximidades da montanha divina são lugares
santos onde "as pedras rezam".
Segundo
uma lenda, durante uma disputa com um monge bon, o mestre Milarepa, para
mostrar sua superioridade, ter-se-ia transportado no cimo da serra sobre um
raio de sol. Todos os anos, milhares fazem uma peregrinação a Kailash, seguindo
uma tradição que remonta milhares de anos.
Peregrinos
de várias religiões acreditam que circundar o monte Kailash a pé é um ritual
sagrado que irá trazer boa sorte. A peregrinação é feita no sentido horário por
budistas e hindus.
Seguidores
das religiões Jain e Bonpo circundam a montanha em um sentido anti-horário. O
caminho ao redor do Monte Kailash é 52 km (32 milhas) de comprimento. Alguns
peregrinos acreditam que a caminhada inteira em torno Kailash deve ser feita em
um único dia, o que não é considerado uma tarefa fácil.
Uma
pessoa em boa forma andando rápido levaria talvez de 15 horas para completar a
marcha de 52 km. O cimo desta montanha nunca foi atingido. Em 2001, o
anúncio duma autorização concedida pela China a um alpinista espanhol suscitou
grande emoção e reprovação unânime.
Numerosas
associações solidárias com os tibetanos e grupos de alpinistas protestaram, e
finalmente a China interditou todas as escaladas do Monte Kailash, afirmando
mesmo nunca ter dado autorização alguma.
A
Reinhold Messner fora dada a oportunidade pelo governo chinês para escalar
a montanha em 1980, mas ele recusou.
Messner,
referindo-se aos planos espanhóis, disse: "Se nós conquistamos essa
montanha, então nós conquistamos algo na alma das pessoas ... eu sugiro que vá
subir algo um pouco mais difícil. O Kailash não é tão alto e não tão difícil
".