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terça-feira, dezembro 02, 2025

Uma história para conhecer - Władysław Szpilman


 

No dia 23 de setembro de 1939, em meio ao estrondo ensurdecedor das bombas que caiam sobre Varsóvia, Władysław Szpilman sentava-se ao piano da Polskie Radio e executava o Noturno em dó menor, de Chopin. O som das explosões era tão próximo e tão violento que ele mal conseguia distinguir suas próprias notas.

Ainda assim, continuou tocando - como se a música fosse o último fio que o ligava à civilização que desmoronava ao redor. Aquela apresentação entrou para a história como a última transmissão musical ao vivo da capital polonesa antes da escuridão absoluta imposta pela guerra.

Poucas horas depois, uma bomba alemã atingiu a sede da emissora. A rádio silenciou, e com ela calou-se uma era inteira. Szpilman, no entanto, sobreviveu, enquanto o mundo que conhecia começava a desaparecer. Sua família não teve a mesma sorte: mortos ou deportados, tornaram-se vítimas do extermínio sistemático levado a cabo pelos nazistas.

O pianista, obrigado a viver no gueto de Varsóvia, viu de perto o processo lento, cruel e burocrático de desumanização: fome, frio, doenças, execuções públicas e deportações diárias.

Trabalhou como músico em cafés clandestinos, testemunhou a degradação da comunidade judaica e enfrentou o medo constante de ser levado para Treblinka. Seus dias se transformaram em uma rotina de sobrevivência, silêncio e esperança frágil.

Após escapar por pouco da deportação, Szpilman passou meses escondido em ruínas e apartamentos abandonados. A cidade queimava, os prédios desabavam, as ruas viravam labirintos de escombros.

A solidão era tão brutal quanto a guerra em si. Vivendo de restos de comida, febril, fraco, reduzido quase a uma sombra, ele continuou resistindo - pelo instinto e pela lembrança da música que carregava dentro de si.

Foi então, já no fim do conflito, que o improvável aconteceu. Em um prédio devastado, onde Szpilman mal conseguia ficar de pé, um capitão alemão, Wilm Hosenfeld, o encontrou. Em vez de denunciá-lo, pediu-lhe para tocar.

Diante de um piano destruído pelo frio e pelo abandono, Szpilman executou o mesmo noturno de Chopin que tocara anos antes no rádio. Aquela música - frágil, trêmula e ao mesmo tempo sublime - salvou sua vida. Hosenfeld passou a ajudá-lo secretamente, fornecendo comida, roupas e proteção até o fim da ocupação alemã.

Em O Pianista, Szpilman narra com precisão e sensibilidade suas experiências entre 1939 e 1945: o colapso abrupto de sua vida, o cotidiano sufocante do gueto, a fuga improvável, os esconderijos, a destruição total de Varsóvia e o inesperado gesto de humanidade vindo de um oficial inimigo.

Sua narrativa expõe com clareza a dualidade do ser humano - a crueldade impensável e a compaixão inesperada - vivida no coração de um dos períodos mais sombrios da história.

O testemunho de Szpilman é, ao mesmo tempo, um documento histórico e literário: um mergulho profundo no horror do Holocausto e na força do espírito humano diante da barbárie.

O livro inspirou o filme homônimo de Roman Polanski, vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes e de três Oscars - Melhor Diretor, Melhor Ator e Melhor Roteiro Adaptado - tornando-se uma das obras mais impactantes já produzidas sobre a Segunda Guerra Mundial.No dia 23 de setembro de 1939, em meio ao estrondo ensurdecedor das bombas que caiam sobre Varsóvia, Władysław Szpilman sentava-se ao piano da Polskie Radio e executava o Noturno em dó menor, de Chopin. O som das explosões era tão próximo e tão violento que ele mal conseguia distinguir suas próprias notas.

Ainda assim, continuou tocando - como se a música fosse o último fio que o ligava à civilização que desmoronava ao redor. Aquela apresentação entrou para a história como a última transmissão musical ao vivo da capital polonesa antes da escuridão absoluta imposta pela guerra.

Poucas horas depois, uma bomba alemã atingiu a sede da emissora. A rádio silenciou, e com ela calou-se uma era inteira. Szpilman, no entanto, sobreviveu, enquanto o mundo que conhecia começava a desaparecer. Sua família não teve a mesma sorte: mortos ou deportados, tornaram-se vítimas do extermínio sistemático levado a cabo pelos nazistas.

O pianista, obrigado a viver no gueto de Varsóvia, viu de perto o processo lento, cruel e burocrático de desumanização: fome, frio, doenças, execuções públicas e deportações diárias.

Trabalhou como músico em cafés clandestinos, testemunhou a degradação da comunidade judaica e enfrentou o medo constante de ser levado para Treblinka. Seus dias se transformaram em uma rotina de sobrevivência, silêncio e esperança frágil.

Após escapar por pouco da deportação, Szpilman passou meses escondido em ruínas e apartamentos abandonados. A cidade queimava, os prédios desabavam, as ruas viravam labirintos de escombros.

A solidão era tão brutal quanto a guerra em si. Vivendo de restos de comida, febril, fraco, reduzido quase a uma sombra, ele continuou resistindo - pelo instinto e pela lembrança da música que carregava dentro de si.

Foi então, já no fim do conflito, que o improvável aconteceu. Em um prédio devastado, onde Szpilman mal conseguia ficar de pé, um capitão alemão, Wilm Hosenfeld, o encontrou. Em vez de denunciá-lo, pediu-lhe para tocar.

Diante de um piano destruído pelo frio e pelo abandono, Szpilman executou o mesmo noturno de Chopin que tocara anos antes no rádio. Aquela música - frágil, trêmula e ao mesmo tempo sublime - salvou sua vida. Hosenfeld passou a ajudá-lo secretamente, fornecendo comida, roupas e proteção até o fim da ocupação alemã.

Em O Pianista, Szpilman narra com precisão e sensibilidade suas experiências entre 1939 e 1945: o colapso abrupto de sua vida, o cotidiano sufocante do gueto, a fuga improvável, os esconderijos, a destruição total de Varsóvia e o inesperado gesto de humanidade vindo de um oficial inimigo.

Sua narrativa expõe com clareza a dualidade do ser humano - a crueldade impensável e a compaixão inesperada - vivida no coração de um dos períodos mais sombrios da história.

O testemunho de Szpilman é, ao mesmo tempo, um documento histórico e literário: um mergulho profundo no horror do Holocausto e na força do espírito humano diante da barbárie.

O livro inspirou o filme homônimo de Roman Polanski, vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes e de três Oscars - Melhor Diretor, Melhor Ator e Melhor Roteiro Adaptado - tornando-se uma das obras mais impactantes já produzidas sobre a Segunda Guerra Mundial.

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