O
relacionamento amoroso de Salvador Dali e Garcia Lorca / décadas de 1920/30.
O
artista catalão surrealista Salvador Dalí (1904-1989), conhecido por retratar
sonhos e fantasias em suas telas, além de manter seu exótico bigode
extremamente fino e pontiagudo e de seus controversos quadros, a biografia de
Dalí esconde o caso de amor entre ele e o poeta, também surrealista, Federico
Garcia Lorca.
Em
2013, o pesquisador Vitor Fernández lançou na Espanha o livro “Querido
Salvador, querido Lorquito”, onde foram reunidas as cartas de amor entre o
pintor e o poeta durante o período de ano de 1923 a 1936, quando tiveram um
caso e trabalharam em parcerias artísticas.
Alguns
trechos foram publicados no jornal El País. “Você é uma tempestade cristã que
precisa do meu paganismo. Eu vou te dar a cura para o mar. Será inverno e vamos
acender o fogo”, diz um trecho escrito por Dalí. “Você vai se lembrar de que é
um inventor de coisas maravilhosas, e viveremos juntos com uma máquina de
criar”, responde Lorca.
Em 1926
Lorca publicou, na Revista de Occidente, a “Ode a Salvador Dalí”, reconhecido
por críticos o mais belo hino à amizade já escrito em espanhol.
Lendo o
poema é possível perceber o elogio à pintura de Dalí e rasga elogios ao
realismo e à objetividade da obra de Dalí deste período, além da evocação da
Razão do artista.
Dalí
também homenageou Lorca no quadro “O mel é mais doce que sangue”, pintado em
1927, e foi exposto no mesmo ano no Salão de Outono, em Barcelona.
A tela
chegou a pertencer a estilista Coco Channel, amiga de Dalí, e atualmente está
perdida. Só se tem dela uma reprodução fotográfica em branco e preto.
No
quadro, é possível observar diversos elementos da vida, do amor e da amizade
entre os dois. Salvador Dalí fez também várias gravuras e desenhos; muito
delas, ilustrações para livros como “Alice no País das Maravilhas”, “Fausto”,
“Dom Quixote” e “O Velho e o Mar”; 15 fotos, 40 documentos e 4 filmes, entre
eles o famoso “O Cão Andaluz”, dirigido com Luís Buñuel, provavelmente o
terceiro elemento que causou a separação de Dalí com Lorca.
O filme
contém diversas referências literárias da época. O título, por exemplo, “Um Cão
Andaluz”, é uma ironia contra Garcia Lorca, que entendeu a indireta e a partir
daí nunca mais conversou com os dois por causa do filme.
Buñuel
é uma peça fundamental na história de Garcia e Salvador. A história da relação
entre os dois pode ser conferida na película “Little Ashes” (Poucas Cinzas), de
2008, estrelando Robert Pattinson bem antes de ser o vampiro Edward, na
trilogia “Crepúsculo”. E rola cenas quentes com o ator.
Dalí
conheceu García Lorca aos 19 anos, na Residência Universitária, em Madri,
durante os primeiros meses de 1923. O pintor foi admitido em 1922 na Academia
de Belas Artes de San Fernando.
E já
era um personagem extravagante, sendo aceito no grupo de estudantes em que Luís
Buñuel e Lorca faziam parte, revelando-se moderno e talentoso.
No
filme Poucas Cinzas é possível perceber a intimidade de Lorca com Salvador e o
ciúme pela aproximação do pintor com Buñuel.
Via pagina Fotos Antigas – Histórias Esquecidas
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