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sábado, março 09, 2024

Nem tudo pode ser comprado


 

Nem tudo pode ser comprado - O homem que anda pelas ruas de São Petersburgo com cabelos desgrenhados, barba desgrenhada e sapatos gastos não é um vagabundo; na verdade, é Grigori (Grisha) Yakovlevich Perelman, o gênio matemático russo que conquistou um dos quebra-cabeças mais intrincados e persistentes da história da matemática: a Conjectura de Poincaré.

Em 2003, Perelman confundiu a comunidade acadêmica ao publicar uma série de artigos validando a hipótese, uma questão que intrigava os matemáticos há mais de um século.

Por esta conquista sem precedentes, o Clay Institute presenteou-o com o cobiçado Prêmio Millennium, que envolveu um prêmio em dinheiro de um milhão de dólares.

No entanto, num ato que desafiou as convenções e as expectativas, Perelman recusou o prêmio, argumentando: "Se a solução for correta, nenhum outro reconhecimento será necessário".

Sua história assumiu proporções míticas no mundo contemporâneo. Até hoje, a Conjectura de Poincaré continua sendo o único dos sete problemas do milênio que foi resolvido.

Apesar de suas contribuições notáveis, Perelman evitou os holofotes públicos e evitou qualquer contato com seus colegas matemáticos.

Rompendo com os cânones da comunidade científica, Perelman optou por um estilo de vida caracterizado pelo isolamento.

A sua abordagem ascética e eremita da vida e da ciência é tão notável que serviu de inspiração para a nova geração de jovens russos.

Em São Petersburgo, não é incomum encontrar camisetas com sua imagem acompanhadas da legenda: “Nem tudo se compra”.

Esta história demonstra que conquistas científicas importantes nem sempre correspondem à fama ou ao reconhecimento social.

Perelman personifica um paradoxo na ciência moderna: um indivíduo que alcançou o auge da aprendizagem matemática ao mesmo tempo que recusou os prêmios e aplausos que normalmente acompanham tais feitos.

Na sua solidão, ele encontrou a eficiência e a concentração necessárias para alterar irreversivelmente o curso da matemática. (Facebook Domingos das Neves)

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