No início da década de 1930,
Stálin decidiu aplicar uma nova política para a URSS, através da transformação
radical e acelerada das suas estruturas econômicas e sociais. Essa mudança
visava aos seguintes objetivos.
A coletivização da
agricultura, ou seja, a apropriação pelo estado soviético das terras,
colheitas e gado pertencentes aos camponeses.
Dessa forma, o Estado
passaria a estabelecer planos de coleta para a produção agropecuária, que
lhe permitiam de modo regular e quase gratuito, abastecer as cidades e as
forças armadas, bem como exportar para o estrangeiro.
Por outro lado,
pretendia-se estabelecer um efetivo controle político-administrativo sobre os camponeses,
forçando-o a apoiar o regime soviético. Esse apoio seria igualmente garantido
com a eliminação da camada social mais próspera e favorável à economia de
mercado, os kulaks.
A industrialização acelerada
da União Soviética, com base nas receitas financeiras obtidas através da
exportação dos produtos agrícolas, sobretudo dos cereais.
O processo de coletivização
acelerada da agricultura e de "liquidação dos kulaks enquanto
classe" (deskulakização), desencadeado por decisão do comitê central do
Partido Comunista da União Soviética, em dezembro de 1929, teve consequências
trágicas para milhões de pessoas
Para a sua execução, os
funcionários e membros do Partido Comunista que estavam presentes nos campos,
foram apoiados por brigadas de operários e de “ativistas” vindos dos
centros urbanos.
Sendo a União Soviética um país em que a fraturas entre o
mundo dominante das cidades e o mundo dominado das aldeias continuava a ser
profunda, a coletivização foi sentida como uma verdadeira guerra declarada pelo
Estado contra o modo de vida e a cultura camponesa tradicionais.
Os camponeses (82% da população
soviética), depois de serem obrigados, através de todo o tipo de abusos e
violências, a entregar os bens, são forçados a aderir às explorações agrícolas
coletivas (kolkhozes) ou estatais (sovkhozes).
Estas se destinavam a abastecer,
de forma regular e quase gratuita, o Estado com produtos agrícolas e pecuários,
através de planos de coleta fixados pelas autoridades centrais.
Com base na acusação arbitrária
de pertencerem à categoria dos kulaks (camponeses ricos e hostis ao poder
soviético) os "socialmente estranhos" ao novo
sistema agrícola kolkhoziano, são desterrados a título definitivo para
outras regiões, principalmente para o Cazaquistão e a Sibéria.
Por outro
lado, as operações de deportação visavam fornecer os recursos humanos
necessários à colonização e exploração das imensas riquezas naturais,
existentes nesses territórios desabitados.
No total, são deportadas -
frequentemente de modo caótico e precipitado -
cerca de 2,8 milhões de pessoas:
2 400 000, dos quais
300 000 ucranianos, no contexto da campanha de deskulakização
(1930-1932);
340 000, devido à repressão
da resistência às requisições predatórias efetuadas pelos organismos estatais
encarregados de se apoderar dos cereais (1932-1933)
No entanto, em muitos casos, as
vítimas da repressão foram simplesmente abandonadas nesses territórios
distantes e inóspitos.
Em consequência disso, aproximadamente 500 mil
deportados, entre os quais muitas crianças, morreram devido ao frio, à fome e
ao trabalho extenuante.
Os sobreviventes, trabalhando
como “colonos de trabalho” nas empresas de exploração dos recursos
naturais – exploração florestal, carvão, minerais não ferrosos, metalurgia,
agricultura e artesanato - ou nos estaleiros de obras públicas -
construção e manutenção de estradas e vias férreas - são tratados
como verdadeiros párias, sendo sujeitos a todo o tipo de privações e abusos.
Por sua vez, cerca de 400 mil
camponeses foram enviados para uma rede de campos de trabalho forçado (Gulag),
gerida pelo O.G.P.U.- na época, sob a direção de Vyacheslav Menzhinsky - e
outros 30.000 foram punidos com a pena capital.
A resposta dos camponeses foi
desesperada e muitas vezes violenta, havendo numerosas manifestações,
revoltas e distúrbios por todo o país (mais de 14 000 casos registrados
pelo O.G.P.U.).
Essa resistência mobilizou cerca
de três milhões de pessoas, em particular nas regiões dos rios Don e Volga, no
Cáucaso do Norte, no Cazaquistão, e sobretudo, na Ucrânia.
As motivações da sublevação
camponesa foram múltiplas, surgindo de acordo com os novos desafios suscitados
pela intransigência do Estado soviético: recusa em aderir aos kolkhozes;
oposição à política antirreligiosa das autoridades (encerramento das
igrejas, confisco dos sinos, vandalismo antirreligioso dos ativistas da
Juventude Comunista); solidariedade com os kulaks e outros "elementos antissoviéticos", vítimas de perseguição; resistência à confiscação,
pelos órgãos estatais de coleta, de uma crescente percentagem da produção agropecuária, através de "desvios" e roubos da colheita "coletiva",
numa conjuntura econômica cada vez mais degradada.
Isso é o resultado do comunismo e
ainda tem idiota, - principalmente no Brasil - que não sabe nada sobre o que é
na verdade a tragédia causado pela mão do comunista, que apoia essa ideia.
Veja também:
O genocídio cambojano