Propaganda

terça-feira, julho 15, 2025

Classificações Napoleônicas



Um Ignorante com Iniciativa: O Perigo Silencioso

As Classificações de Napoleão

Napoleão Bonaparte, estrategista militar lendário, tinha uma visão pragmática para classificar seus soldados em quatro categorias distintas, com base em sua inteligência e iniciativa:

Inteligentes com iniciativa: Os estrategistas, líderes natos que comandavam exércitos, planejavam batalhas e definiam o rumo das campanhas.

Inteligentes sem iniciativa: Oficiais competentes, capazes de executar ordens com precisão e diligência, mas sem a ousadia de criar ou liderar por conta própria.

Ignorantes sem iniciativa: Soldados rasos, colocados na linha de frente como "buchas de canhão", seguindo ordens sem questionar, muitas vezes sacrificados em nome da estratégia maior.

Ignorantes com iniciativa: Os mais temidos por Napoleão. Ele os desprezava e os mantinha longe de seus exércitos, pois representavam um risco incalculável.

O Perigo do Ignorante com Iniciativa

O ignorante com iniciativa é uma figura singularmente perigosa. Movido por uma confiança injustificada e uma visão limitada, ele age sem reflexão, toma decisões precipitadas e, frequentemente, causa estragos irreparáveis.

Quando suas ações geram consequências desastrosas, ele recorre à dissimulação, negando responsabilidade ou alegando ignorância: "Eu não sabia."

Esse tipo de indivíduo compromete projetos promissores, desperdiça recursos valiosos e afasta aliados importantes. No mundo corporativo, um ignorante com iniciativa pode ignorar processos estabelecidos, improvisar soluções ineficazes e comprometer a qualidade de produtos ou serviços.

Em governos, o cenário é ainda mais alarmante: ele aparelha instituições com aliados igualmente ineptos, desvia recursos públicos, superfatura obras e estabelece redes de corrupção que corroem a confiança da sociedade.

Por exemplo, imagine um político que, sem conhecimento técnico, decide alterar unilateralmente um projeto de infraestrutura essencial. Ele ignora estudos técnicos, desrespeita especialistas e favorece empreiteiras amigas em contratos superfaturados.

O resultado? Obras mal executadas, atrasos, desperdício de dinheiro público e, em alguns casos, tragédias como desabamentos ou acidentes. Quando confrontado, ele se esquiva, culpa subordinados ou alega que "agiu de boa-fé".

A Mecanização da Corrupção

O ignorante com iniciativa não age sozinho. Ele constrói redes de proteção, cercando-se de cúmplices que compartilham de sua visão distorcida. Essas redes podem alcançar bancos estatais, fundos de pensão e grandes construtoras, que se beneficiam de licitações fraudulentas e propinas.

Em alguns casos, esses esquemas se estendem além das fronteiras, financiando regimes autoritários aliados em troca de favores econômicos ou políticos.

Quando finalmente exposto, o ignorante com iniciativa recorre ao sistema que ele próprio ajudou a corromper. Leis são alteradas para garantir sua impunidade, processos são anulados por "tecnicismos" e, em um ciclo vicioso, ele pode até voltar a se candidatar a cargos de poder.

Enquanto isso, a sociedade, exausta, assiste a um espetáculo de manipulação, onde pesquisas eleitorais - muitas vezes financiadas por interesses obscuros - projetam sua vitória iminente.

O Impacto Social e Político

O ignorante com iniciativa não é apenas um problema individual; ele é um sintoma de falhas sistêmicas. Sua ascensão reflete a fragilidade de instituições que permitem a ascensão de figuras carismáticas, mas desqualificadas.

Ele não anda livremente em público, temendo vaias ou agressões, mas ainda assim mantém uma base de apoio em encontros fechados, onde promete soluções simplistas para problemas complexos.

No contexto brasileiro, por exemplo, o risco de um ignorante com iniciativa chegar ao poder em eleições futuras, como as de 2026, é uma preocupação real.

Sistemas eleitorais vulneráveis a manipulações, aliados à desinformação e à polarização, criam o ambiente perfeito para que tais figuras prosperem. Quando motivados por rancor ou pela experiência de manobras políticas anteriores, esses indivíduos tornam-se ainda mais perigosos, pois aprendem a refinar suas táticas de controle e manipulação.

Como se proteger?

Eliminar o risco do ignorante com iniciativa exige ações coletivas e estruturais. Primeiro, é essencial fortalecer as instituições democráticas, garantindo transparência e responsabilidade.

Sistemas eleitorais devem ser reformados para priorizar mérito e competência, dificultando a ascensão de figuras populistas sem qualificação. A educação cívica, que ensina a população a avaliar criticamente candidatos e propostas, é outro pilar fundamental.

No âmbito individual, é preciso desconfiar de promessas fáceis e líderes que evitam o escrutínio público. Apoiar a imprensa independente, exigir prestações de contas e participar ativamente do processo político são formas de conter o avanço desses agentes do caos.

Conclusão

O ignorante com iniciativa é mais do que um inconveniente; ele é uma ameaça ao progresso, à justiça e à estabilidade. Seja no comando de uma empresa, de uma instituição pública ou de um país, sua capacidade de causar danos é proporcional à sua ousadia.

Em 2026, o Brasil enfrentará mais uma eleição que pode definir seu futuro. Cabe à sociedade, munida de informação e discernimento, impedir que o ciclo do ignorante com iniciativa se perpetue. A história nos ensina que o preço da omissão é alto demais.

0 Comentários: