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sábado, abril 20, 2024

Flávio Migliaccio - Ator Brasileiro


 

Flávio Migliaccio foi um ator, produtor, diretor e roteirista. Tornou-se conhecido pelos personagens Tio Maneco dos filmes Aventuras com Tio Maneco e Maneco, O Super Tio, e Xerife da novela O Primeiro Amor e do seriado infantil Shazan, Xerife & Cia.

Início de vida

Flávio Migliaccio nasceu na cidade de São Paulo no dia 26 de agosto de 1934, no bairro do Brás. Foi um dos dezessete filhos de Domingos Migliaccio (de ascendência sul-italiana) e Jandira Machado, entre eles a atriz e comediante Dirce Migliaccio, morta em 2009.

Casado com Yvonne Migliaccio, e pai do jornalista Marcelo Migliaccio, Flávio iniciou a carreira atuando em peças de teatro na periferia de São Paulo, onde logo descobriu a sua veia cômica.

Participou de um grupo de teatro da igreja de Tucuruvi, onde ficou por três anos, até chegar a ator principal e diretor. Como precisava ganhar dinheiro, teve que arrumar outras ocupações, trabalhando como balconista e mecânico. 

Em 1954, depois de fazer o curso de teatro do diretor italiano Ruggero Jacobbi, começou a carreira de ator profissional no Teatro de Arena. Seu primeiro papel foi o de um cadáver, na peça Julgue Você.

Aos 25 anos, estreou no cinema em O Grande Momento, de Roberto Santos. Em 1965, participou como corroterista e ator no filme sueco My Home Is Copacabana, obra que ganharia diversos prêmios internacionais. 

Atuaria também em clássicos do cinema brasileiro como Cinco Vezes Favela, A Hora e a Vez de Augusto Matraga, Terra em Transe e Todas as Mulheres do Mundo. Na Rede Globo, destacou-se pelos trabalhos nas novelas Rainha da Sucata, Perigosas Peruas, A Próxima Vítima, entre outras.

Flávio ganhou um processo contra a TVE (sucedida pela Acerp - Associação de Comunicação Educativa Roquete Pinto), e que já tramitava na Justiça havia mais de vinte anos, pela destruição de quatrocentos capítulos da série "Tio Maneco", que estrelou.

A indenização seria pela perda do acervo e por danos morais. No entanto, morreu antes de receber a indenização. Já tinha ganho a causa, mas o processo estava na fase de cálculo do valor por um perito.

Segundo seu advogado, a Acerp pediu a anulação da ação, mas em havendo a apresentação de um sucessor legal no processo, este seria habilitado a receber a indenização. Esse sucessor seria o único filho do ator, Marcelo Migliaccio.

Morte

O ator foi encontrado morto em 04 de maio de 2020 em seu sítio, na localidade da Serra do Sambê, no município fluminense de Rio Branco. A informação da morte foi confirmada pelo 35.º Batalhão da Polícia Rodoviária (BPRv) da Policia Militar do Rio de Janeiro.

O boletim de ocorrência foi registrado como suicídio. Segundo o boletim, o artista se enforcou com uma corda. Em sua residência foi encontrada uma nota de suicídio que dizia:

“Me desculpem, mas não deu mais. A velhice neste país é o caos como tudo aqui. A humanidade não deu certo. Eu tive a impressão que foram 85 anos jogados fora num país como este. E com esse tipo de gente que acabei encontrando. Cuidem das crianças de hoje! Flávio”

Lima Duarte reagiu

O ator Lima Duarte divulgou no dia seguinte em um vídeo, que "entendia a atitude de Migliaccio", lembrando os trabalhos que fizeram juntos e dos "momentos difíceis" durante o período da ditadura militar. Lima contextualizou aquele período, o comparando à situação política atual pela qual passa o país.

“Agora, quando sentimos o hálito putrefato de 64, o bafo terrível de 68, agora, 56 anos depois, quando eles promovem a devastação dos velhos, não podemos mais. Eu não tive a coragem que você teve.”

No vídeo, Lima Duarte também citou o trecho de uma peça do escritor alemão Bertolt Brecht: "Aqueles que lavam as mãos (...) fazem isso em uma bacia de sangue"

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