O Diário
de Merer são diários de bordo escritos há mais de 4.500 anos, que
registram as atividades diárias dos trabalhadores que participaram na
construção da Grande Pirâmide de Gizé.
O texto
foi encontrado em 2013 por uma missão francesa, sob a direção de Pierre Tallet,
da Universidade de Sorbonne em uma caverna, em Uádi Aljarfe. O texto está
escrito em hieróglifo e hierático, em papiro.
Estes
papiros são os mais antigos, com texto, já encontrados. O diário de Merer,
é do ano 26 do reinado do faraó Quéops. O texto descreve vários
meses de trabalho com o transporte de calcário, de Tora até Gizé.
Merer
foi um oficial médio, com o título de inspetor (sHD). Era responsável
por trazer as pedras das pedreiras de Tora para a pirâmide. As pedras eram
provavelmente utilizadas no revestimento externo da pirâmide.
A cada
dez dias, duas ou três viagens de ida e volta eram concluídas. Cerca de 40
marinheiros trabalhavam sob seu comando. O período abrangido nos papiros se
estende de julho a novembro.
Os
campos nos diários de bordo estão todos dispostos ao longo da mesma linha. No
topo há um cabeçalho nomeando o mês e a estação. Abaixo, há uma linha
horizontal listando os dias dos meses.
Abaixo
dos campos para os dias, há sempre duas colunas verticais descrevendo o que
aconteceu nestes dias (Seção B-II): [Dia 1] O diretor de 6 Idjeru manda
para Heliópolis, em um barco de transporte, para nos trazer comida de
Heliópolis enquanto a elite está em Tura, Dia 2 O Inspetor Merer passa o
dia com sua tropa arrastando pedras em Tora Norte; passando a noite em Tora
Norte.
Além de
Merer, algumas outras pessoas são mencionadas nos fragmentos. O mais importante
é Ancafé, que também é conhecido de outras fontes. Nos papiros ele é chamado
de nobre (iry-pat) e supervisor de Raxi-Cufu.
O
último lugar ficou o porto de Gizé, por onde as pedras para a construção da
pirâmide chegaram. Vários locais são mencionados nos diários de bordo.
Tora Norte e Tora Sul são as pedreiras. Raxi-Cufu é o porto de Gizé.
O diário de Merer é a primeira referência histórica que descreve a vida diária das pessoas que trabalharam na construção da grande pirâmide. O arqueólogo egípcio, Zahi Hawass, descreve os textos como "a maior descoberta no Egito, no século 21." O papiro está exposto no Museu Egípcio, no Cairo.