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terça-feira, outubro 17, 2023

Cartago - Cothon púnico de Cartago

 



Cartago era a capital da antiga civilização cartaginesa, a leste do lago de Túnia, onde hoje é a Tunísia. Cartago era o centro comercial mais importante do Mediterrâneo Antigo e uma das cidades mais ricas do mundo clássico.

A cidade desenvolveu-se a partir de uma colônia fenícia para a capital de um Império Púnico que dominou grande parte do sudoeste do Mediterrâneo durante o primeiro milênio a.C. 

A lendária rainha Alyssa ou Dido é considerada a fundadora da cidade, embora sua historicidade tenha sido questionada. De acordo com os relatos de Timeu de Teormina, ela comprou de uma tribo local a quantidade de terra que poderia ser coberta por uma pele de boi.

A antiga cidade foi destruída pela República Romana na Terceira Guerra Púnica em 146 a.C. e depois reconstruída como a Cartago Romano, que se tornou a principal cidade do Império Romano na província da África Proconsular.

A cidade foi saqueada e destruída pelas forças omiadas após a Batalha de Cartago em 698 para evitar que fosse reconquistada pelo Império Bizantino.

Permaneceu ocupada durante o período muçulmano e foi usada como forte pelos árabes até o haféssida, quando foi tomada pelos cruzados e seus habitantes foram massacrados durante a Oitava Cruzada.

Os haféssida decidiram destruir as defesas da cidade para que ela não pudesse ser usada como base por uma potência hostil novamente. Também continuou a funcionar como sé episcopal.

O poder regional mudou para Cairuão e a Almedina de Tunes no período medieval, até o início do século XX, quando se começou a desenvolver o subúrbio costeiro de Túnia, incorporado como município de Cartago em 1919.

O sítio arqueológico foi pesquisado pela primeira vez em 1830 pelo cônsul dinamarquês Christian Tuxen Falbe. As escavações foram realizadas na segunda metade do século XIX por Charles Ernest Beulé e por Alfred Louis Delattre.

O Museu Nacional de Cartago foi fundado em 1875 pelo cardeal Charles Lavigerie. Escavações realizadas por arqueólogos franceses na década de 1920 atraíram uma quantidade extraordinária de atenção por causa das evidências que apontavam para o sacrifício de crianças.

No entanto, esta não tem sido uma matéria consensual entre os estudiosos. O Museu Paleo-Cristão de Cartago ao ar livre tem exposições escavadas sob os auspícios da UNESCO de 1975 a 1984.

História

Cartago foi uma cidade da costa da África do Norte, numa península próxima da qual se encontra hoje a cidade de Túnis. Foi fundada pelos fenícios oriundos de Tiro (antes da data tradicional de 814 a.C.)

Cartago tornou-se, em pouco tempo, a capital de uma república marítima muito poderosa, que substituiu Tiro no Ocidente, criou colônias na Sicília na Sardenha, na Península Ibérica, enviou navegadores ao Atlântico Norte e sustentou contra Roma, sua rival, as longas guerras conhecidas pelo nome de guerras púnicas (264–146 a.C.). Possuía também uma potente marinha de guerra.

Entre os séculos V e III a.C. envolveu-se em frequentes guerras com a Grécia e a Sicília. Foi nesta última que Cartago teve seu primeiro choque com Roma, e as três Guerras Púnicas acabaram com a destruição da cidade em 146 a.C. 

A meio caminho entre estas duas cidades (e capitais de império) encontra-se a Sicília. O controle desta ilha foi determinante no decorrer das Guerras Púnicas porque a Sicília era o "celeiro" do mundo antigo.




Guerras Púnicas

A Primeira - Cartago tem forte controle marítimo no Mediterrâneo, tendo controle também de Sicília. Roma começa um embate para tomá-la, e sofre derrotas marítimas enormes. Apesar disso, os romanos conseguem descobrir o sistema usado por Cartago na produção de navios, usando de engenharia reversa nos navios cartaginenses capturados.

Assim, Roma consegue remontar rapidamente sua esquadra e começa a virar o jogo contra Cartago. No final da Primeira Guerra Púnica, Roma detém o controle do Mediterrâneo e de Sicília.

A Segunda Guerra Púnica

A Segunda Guerra Púnica foi o resultado da vingança cartaginense contra os tributos impostos pela derrota na Primeira Guerra Púnica, contra os esforços de Roma para tomar suas novas colônias na Península Ibérica e simplesmente por puro ódio a Roma.

Surge um grande general chamado Aníbal, com ódio a Roma criado e desenvolvido desde criança por seu pai. Aníbal acredita ser capaz de derrotar a república romana com um exército de elefantes partindo do sul da Península Ibérica, passando pelos Pirenéus até atingir a península Itálica, algo que os italianos achariam impossível de ser realizado com boas razões.

Considerando o caráter extremamente difícil e arriscado da missão de Aníbal, ele foi relativamente bem sucedido ao atacar a Itália, causando enormes estragos e quase fazendo Roma capitular.

Mas os Romanos souberam contra-atacar, criando um cerco a Aníbal para acabar com suas provisões ao mesmo tempo que fizeram um ataque direto a Cartago enquanto eram atacados por ele.

Aníbal foi obrigado a recuar e voltar para defender seu país. Apesar dos esforços de Aníbal, teve de pedir a paz aos romanos, comandados por Cipião, o Africano, ao fim da segunda guerra púnica.

Terceira - Sendo derrotado mais uma vez, Cartago foi extorquida por Roma, que lhe impôs uma dívida que, imaginavam os Romanos, levaria cerca de 50 anos para ser paga. Cartago, reconstruída novamente e com sua aptidão ao comércio, pagou tal dívida em 10 anos, o que deixou os romanos enfurecidos, e invejosos de seu sucesso comercial.

Começou então o lobby dentro do senado romano pela destruição total de Cartago, a ganância dos senadores por suas riquezas foi decisiva em seu destino, mas os romanos precisavam de uma desculpa, que veio depois que Roma impôs condições extorsivas e inaceitáveis a Cartago, visando a justamente enfraquecê-la e torná-la impreparada para uma guerra inevitável. A guerra então aconteceu e Cartago foi facilmente vencida.




Fim do Império Cartaginense

As duas primeiras guerras com Roma reduziram em muito o tamanho do antigo império cartaginense, restando apenas áreas adjacentes à cidade de Cartago. Cartago nunca foi forte militarmente falando, e ficou ainda menos depois dessas guerras.

Governada por comerciantes, sem um exército poderoso, Cartago valia-se de mercenários que se insurgiram contra os cartagineses, minando suas defesas - certamente uma das causas para a derrota face aos romanos (sobre este episódio Flaubert escreveu o romance Salammbô).

Cartago estava agora totalmente à mercê da vontade de Roma. Foi destruída ao fim da terceira guerra púnica por Cipião Emiliano (146 a.C.). A cidade foi arrasada até aos seus alicerces e o chão foi salgado (colocado sal) para que nada nele crescesse.

Esta atitude extrema deveu-se ao fato de Cartago ter sido a única potência que podia concorrer pelo domínio do Mediterrâneo ocidental. Roma e Cartago estavam sensivelmente colocadas no eixo central deste mar, num tempo que não comportava concorrência. A luta entre Roma e Cartago era exclusivista.

Refundada por César e Augusto como colônia romana (século I a.C.), novamente adquiriu grande prosperidade e sua população cresceu a ponto de se tornar a quarta maior cidade do Império Romano, com uma população estimada de meio milhão de habitantes.

Tornou-se a verdadeira capital da África romana e da África cristã. Como centro do cristianismo, opôs-se aos donatistas.

O vândalo Gerserico ocupou a cidade em 439 e estabeleceu ali sua capital, mas em 533-534 Belisário expulsou os vândalos e, a partir de então, até sua captura e destruição pelos árabes em 697, a cidade permaneceu como parte do Império Bizantino.

Comércio

Entre os produtos do artesanato fenício, os mais famosos eram, talvez, os tecidos tingidos cor púrpura. Os fenícios tinham alcançado uma notável habilidade na arte do tingimento e os tecidos eram apreciados a ponto de se tornarem sinal de riqueza e requinte.

Os fenícios usavam tecidos de lã ou linho, e os tingiam a partir de um pigmento obtido de moluscos chamados de múrices, classificados atualmente como Murex e Hexaplex, encontrados nas águas rasas das costas do Mediterrâneo.

O processo era muito complicado e demorado, e por isso o preço desses tecidos era elevado. Na região do Levante, os fenícios adquiriram grande prestígio devido à realização do tingimento de tecidos.

Em Israel, os judeus também realizavam a extração das tintas destes moluscos para obter as cores púrpuras e azul, que coloriam peças do vestuário religioso, como o éfode do Sumo Sacerdote.

Arquitetura e urbanismo

Dada a grande destruição provocada pelos romanos após a Terceira Guerra Púnica tornou-se praticamente impossível reconstituir com exatidão a cidade de Cartago.

Sabe-se que era protegida no lado da península que a unia ao continente por uma tríplice fortificação: uma vala guarnecida por altos postos de observação e um parapeito, ou primeira muralha.

Uma segunda muralha e enfim uma terceira muralha, que abrigava grande quantidade de tropas, inclusive elefantes de guerra e cavalaria. Do lado em que está chegava ao mar ficava provavelmente a maior fortaleza da cidade.

Além disto, a cidade seria talvez totalmente cercada por outras duas grandes muralhas, circulando toda a extensão da península. Dividia-se em três partes: a byrsa, uma acrópole onde ficavam o tesouro, o arquivo público e a estátua do deus Ba'al Hammon; uma área urbana residencial onde ficavam os templos e a praça de julgamentos; um distrito aparentemente agrícola e separado do resto por outra muralha, chamado Megara.

Um grande cemitério separava a byrsa do restante da área urbana e cemitérios menores existiam entre esta última e as muralhas. Suas construções eram, ao que parece, de estilo pobre e feitas de materiais baratos, com grandes influências egípcias e gregas. Suas casas não teriam janelas, exceto para pátios internos.

Divindades

Baal Hammon era o principal deus fenício adorado na colônia de Cartago, geralmente identificado pelos gregos como Cronos e pelos romanos como Saturno. Baal significa "senhor", entretanto, o significado de Hammon é incerto, sendo possível sua origem no Amón (ou Ammón), "O oculto", símbolo do poder criador e "Pai de todos os ventos" na mitologia egípcia.

Em seu nome se faziam sacrifícios humanos, como oferenda religiosa. Durante algum tempo associou-se controvérsia a este respeito: os restos humanos encontrados no tofet de Cartago haviam sido atribuídos a restos procedentes de crianças mortas por causas naturais ou a produtos de abortos humanos, ainda que a abundância de restos, a idade da morte das crianças, assim como a presença de restos animais que se supõe eram sacrificados em substituição de algumas crianças, provavelmente filhos de famílias poderosas, praticamente descarta a primeira ideia.

Eu me despeço


 

Eu me despeço. Volto à minha casa, em meus sonhos. Volto à Patagônia, aonde o vento golpeia os estábulos e salpica de fresco o Oceano.

Sou nada mais que um poeta: amo a todos, ando errante pelo mundo que amo. Em minha pátria, prende-se mineiros e os soldados mandam mais que os juízes.

Entretanto, amo até mesmo as raízes de meu pequeno país frio. Se tivesse que morrer mil vezes, ali quero morrer. Se tivesse que nascer mil vezes, ali quero nascer.

Perto da araucária selvagem, do vendaval que vem do Sul, das campanas recém compradas.

Que ninguém pense em mim. Pensemos em toda a terra, golpeando com amor à mesa.

Não quero que volte o sangue... a molhar o pão, os feijões, a música: quero que venha comigo o mineiro, a criança, o advogado, o marinheiro, o fabricante de bonecas.

Que entremos no cinema e bebamos o vinho mais tinto. Eu não vim para resolver nada. Vim aqui para cantar e quero que cantes comigo.

Pablo Neruda

segunda-feira, outubro 16, 2023

A Inquisição ou Santa Inquisição

 

 

A Inquisição, ou Santa Inquisição foi um grupo de instituições dentro do sistema jurídico da Igreja Católica Romana cujo objetivo era combater a heresia, blasfêmia, bruxaria e costumes considerados desviantes. 

Violência, tortura, ou a simples ameaça da sua aplicação, foram usadas pela Inquisição para extrair confissões dos hereges. Começou no século XII na França para combater as dissidências religiosas, em particular, em relação aos cátaros e valdenses.

Entre os outros grupos que foram investigados pela Inquisição Medieval encontram-se os fraticellis, os hussitas (seguidores de Jan Hus) e as beguinas, e os conversos.

 A partir da década de 1250, os inquisidores eram geralmente escolhidos entre os membros da Ordem Dominicana para substituir a prática anterior de utilizar clérigos locais como juízes. 

O termo Inquisição medieval cobre os tribunais do século XII até meados do século XV.

No final da Idade Média e início do Renascimento, o conceito e o alcance da Inquisição foram significativamente ampliados em resposta à Reforma Protestante e à Contrarreforma Católica. Alargou-se a outros países europeus, resultando nas Inquisição Espanhola e Portuguesa.

Esses dois reinos em particular operavam tribunais inquisitoriais ao longo de seus respectivos impérios (o Espanhol e o Português) na América, Ásia e África (resultando nas Inquisições Goesa, Peruana e Mexicana, entre outras). 

Um foco particular das inquisições espanhola e portuguesa foram os conversos, ou seja, judeus e muçulmanos que se tinham convertido ao catolicismo, e que eram considerados suspeitos de secretamente terem voltado a praticar suas religiões anteriores.

A instituição da Inquisição persistiu até o início do século XIX (exceto dentro dos Estados Pontifícios), após as guerras napoleônicas na Europa e depois das guerras hispano-americanas de independência na América.

Sobreviveu como parte da Cúria Romana, e recebeu um novo nome em 1908, sob o Papa Pio X, como "Sacra Congregação do Santo Ofício".

Em 1965, por ocasião do Concilio Vaticano II, durante o pontificado de Paulo VI e em clima de grandes transformações na Igreja após o papado de João XXIII, assumiu o seu nome atual: Congregação para a Doutrina da Fé.


Animais com cérebros mais simples são menos sencientes?


 

Uma visão por vezes defendida é a de que os animais que possuem cérebros mais simples são "menos sencientes" do que animais que possuem cérebros mais complexos.

Pela mesma razão, também é defendido que há estágios na vida de um mesmo indivíduo em que ele é menos senciente, como no caso de um feto já senciente (em comparação à depois de nascer) e em casos de demência.

Quem adota essa visão normalmente defende também que, por isso, estaria justificado hierarquizar a consideração moral devida aos animais: acima os humanos, depois os outros primatas, depois os outros mamíferos, e assim por diante.

Essa visão também é utilizada para defender que devemos uma consideração maior a adultos do que a filhotes. Entretanto, essa visão confunde três conceitos distintos: senciência, valência e cognição. Vejamos:

Senciência

A senciência é a capacidade de ter experiências. É a diferença entre ser algo e ser alguém. Um sapato é algo porque não é capaz de experiências, não tem uma consciência.

Não há o ponto de vista do sapato. Já o que há de comum entre um humano, uma galinha, um peixe e uma abelha é que são sencientes: há alguém "dentro" daqueles corpos, possuem consciência.

Nesse sentido, senciência é uma questão binária: ou se é senciente, ou não se é. Não há graus do quanto se é uma coisa ou do quanto se é alguém. Um ser com um cérebro muito simples é tão alguém quanto é um ser com um cérebro muito complexo.

Valência

O que existe são graus de valência, que dizem respeito ao quão positivas ou negativas são as experiências. Por exemplo, se bato de leve meu braço na parede, terei uma sensação de dor leve, mas, se quebrou uma perna, terei uma dor intensa.

Entretanto, isso não implica que, ao compararmos as sensações que dois tipos de seres estão sentindo, sempre um deles terá a sensação mais intensa.

Por exemplo, imaginemos que, certo dia, um humano quebra uma perna e um porco sofre um arranhão leve. Nesse caso, a sensação que o humano está sentido é mais intensa. Entretanto, suponha que no dia seguinte acontece o oposto. Nesse caso, a sensação que o porco sente é mais intensa.

É claro, é bastante possível que seres diferentes tenham intensidades de valência diferentes diante de um mesmo estímulo. Por exemplo, um tapa de mesma intensidade em um adulto e em um bebê provavelmente doerão muito mais no bebê (e isso é assim mesmo que os adultos tenham um grau de cognição maior).

Há animais que sentem de maneira mais intensa do que outros, diante de um mesmo estímulo, em todas as situações?

É possível, mas muito provavelmente de maneira contrária àquela pressuposta pela visão que estamos a discutir. Por razões evolutivas, é possível que cérebros menos complexos sintam de maneira mais intensa.

Vejamos por que:

Por pressão seletiva, é bastante possível que a valência seja mais intensa em estágios onde o animal não possui certas capacidades cognitivas desenvolvidas (por exemplo, quando são ainda filhotes, ou mesmo antes de nascerem ou de saírem dos ovos, desde que seu sistema nervoso já esteja formado).

Isso seria assim porque nesses estágios, como não possuem as capacidades cognitivas desenvolvidas ainda, a única motivação que teriam para o seu comportamento e aprendizado seria evitar experiências negativas e buscar experiências positivas.

Isso é especialmente verdadeiro no caso de animais precociais, pois precisam ser bastante ativos para poderem quebrar a casca e sair do ovo, e também para terem alguma chance de sobreviver após saírem do ovo, uma vez que na maioria das espécies ovíparas os filhotes não recebem cuidado parental.

Isto é, por pressão seletiva, é bastante possível que animais com capacidades cognitivas menos desenvolvidas sintam de maneira ainda mais intensa. Isso é assim tanto se compararmos adultos e filhotes de uma mesma espécie, quanto se compararmos animais de espécies diferentes.

Grau de cognição

Já o grau de cognição é outra coisa, completamente distinta. Diz respeito ao quão inteligente é determinado animal. Isso não torna um animal mais senciente do que outro.

Seres pouco inteligentes são tão "alguém" quanto são seres muito inteligentes. Vimos também que sua menor inteligência também não faz com que suas experiências sejam menos intensas.

Como vimos no parágrafo anterior, é possível que seja ainda mais intensa. Richard Ryder, criador do termo especismo, enfatiza esse ponto: "Suas experiências podem ser mais simples do que as nossas, mas serão menos intensas?

Talvez a dor primitiva que uma lagarta sente ao ser esmagada seja maior do que nossos sofrimentos mais sofisticados".

Claro, há certas formas de alguém ser prejudicado que dependem de sua capacidade cognitiva. Somente alguém que entende que vai morrer daqui a algumas horas é capaz de sofrer por antecipação à sua morte.

Somente seres que se lembram de acontecimentos negativos passados podem sofrer por conta disso. Entretanto, como ilustra o caso dos bebês, existem vários outros contextos onde é a menor capacidade cognitiva que implica no sofrimento maior. Em resumo, não há uma correlação necessária entre maior capacidade cognitiva e experiência mais intensa.

Dadas as razões apresentadas acima, parece não haver como justificar dar uma consideração menor a seres cognitivamente menos capazes, com base na alegação de que são "menos sencientes" pois, como vimos, tal alegação não parece se sustentar.

 

Não há como conciliar ciência com religião, afirma Hawking


Não há como conciliar ciência com religião, afirma HawkingAos 21 anos, o físico e cosmólogo Stephen Hawking (na ilustração) recebeu a pior notícia de sua vida: os médicos diagnosticaram que ele era portador de uma rara doença degenerativa.

Uma atípica esclerose lateral amiotrófica, o que o deixou sem fala e imobilizou gradualmente todo o seu corpo.

Pessoas com essa doença morrem em média 14 meses após o diagnóstico. No entanto, o físico, que “fala” por intermédio de um computador, ultrapassou os 70 anos de vida. Para ele, não se trata de milagre. Hawking é ateu.

Stephen William Hawking nasceu no dia 8 de janeiro de 1942 em Oxford, na Grã-Bretanha. Divorciado, casou-se duas vezes. Tem três filhos.

É o mais famoso físico da atualidade. É teórico da termodinâmica, mecânica quântica e relatividade.

Em 1974, ele chamou a atenção da comunidade científica ao defender haver um vínculo entre a gravidade e a teoria quântica.

É um divulgador da ciência e cosmologia. Escreveu vários livros - o mais conhecido deles é “Uma Breve História do Tempo: do Big Bang aos Buracos Negros”, que, lançado em 1988 vendeu milhões de exemplares. O livro foi best-seller também no Brasil.

Ele tem participado de programas na TV e aparecido em séries como “Star Trek” e “Os Simpsons”. 

Em alguns de seus livros, Hawking faz referência a “Deus”, mas, “metaforicamente”, explica.

Para ele, a ciência e religião estão em confronto entre si. E o que vencerá é o conhecimento científico porque se baseia na observação e na razão, e, por isso, funciona. Já a religião, disse, tem como base a autoridade.

Disse em uma entrevista que a vida após a morte é um conto de fada e é para “quem tem medo de escuro”.

Hawking morreu em sua casa em Cambridge, Inglaterra, no começo da manhã de 14 de março de 2018, com a idade de 76 anos

 

domingo, outubro 15, 2023

A Cerveja


 

“Beba cerveja e você vai dormir. Durma e você evitará o pecado. Evite o pecado e você será salvo. Portanto, beba cerveja e você será salvo.”

Provérbio Alemão Medieval

Este provérbio pode ser interpretado de várias maneiras. Em um nível superficial, ele parece sugerir que beber cerveja é um caminho para evitar o pecado e, portanto, alcançar a salvação.

Na Idade Média, a cerveja era uma bebida comum e importante, muitas vezes mais segura para o consumo do que a água não tratada, devido ao processo de fermentação que matava bactérias.

Dessa forma, o ato de beber cerveja poderia ser visto como algo benéfico para a saúde e o bem-estar das pessoas, o que, por sua vez, poderia ser considerado como evitando pecados relacionados à negligência de cuidar de si mesmo.

Além disso, a cultura medieval estava profundamente enraizada na religião cristã, e a ideia de evitar o pecado para alcançar a salvação era uma preocupação central. Portanto, o provérbio também pode ser interpretado como uma maneira humorística de enfatizar a importância de levar uma vida virtuosa.

A Cerveja

A cerveja é uma bebida produzida a partir da fermentação de cereais, principalmente a cevada maltada. Acredita-se que tenha sido uma das primeiras bebidas alcoólicas que foram criadas pelo ser humano. 

Atualmente, é a terceira bebida mais popular do mundo, logo depois da água e do do café. É a bebida alcoólica mais consumida no mundo atualmente.

História

Historicamente, a cerveja já era conhecida pelos antigos sumérios, egípcios, mesopotâmios e iberos, remontando, pelo menos, a 6 000 a.C. A agricultura surgiu na Mesopotâmia em um período entre a revolução do Neolítico e a Idade dos Metais.

A mais antiga lei que regulamenta a produção e a venda de cerveja é a Estela de Hamurabi, que data de 1 760 a.C. Nela, se condena à morte quem não respeita os critérios de produção de cerveja indicados.

Incluía várias leis de comercialização, fabricação e consumo da cerveja, relacionando direitos e deveres dos clientes das tabernas. 

O Código de Hamurabi também estabelecia uma ração diária de cerveja para o povo da Babilônia: 2 litros para os trabalhadores, 3 para os funcionários públicos e 5 para os administradores e o sumo sacerdote.

O código também impunha punições severas para os taberneiros que tentassem enganar os seus clientes.

A notícia mais antiga que se tem da cerveja vem de 2 600 a 2 350 a.C. Desta época, arqueólogos encontraram menção no Hino a Ninkasi, a deusa da cerveja, de que os sumérios já produziam a bebida.

Já na babilônia dá-se conta da existência de diferentes tipos de cerveja, originadas de diversas combinações de plantas e aromas, e o uso de diferentes quantidades de mel. Mesopotâmios estavam bebendo cerveja de vasos individuais há 3.500 anos.

Posteriormente, no antigo Egito, a cerveja, segundo o escritor grego Ateneu de Náucrates (século III), teria sido inventada para ajudar a quem não tinha como pagar o vinho.

Inscrições em hieróglifos e obras artísticas testemunham o gosto deste povo pelo henket ou zythum, apreciado por todas as camadas sociais.

Até um dos faraós Remesses III (r. 1184–1153 a.C.), passou a ser conhecido como "faraó-cervejeiro" após doar, aos sacerdotes do Templo de Amon, 466 308 ânforas ou aproximadamente um milhão de litros de cerveja provenientes de suas cervejarias.

Praticamente qualquer açúcar ou alimento que contenha amido pode, naturalmente, sofrer fermentação alcoólica. Assim, bebidas semelhantes à cerveja foram inventadas de forma independente em diversas sociedades em redor do mundo.

Na Mesopotâmia, a mais antiga evidência referente à cerveja está numa tabua sumeriana com cerca de 6000 anos de idade na qual se veem pessoas tomando uma bebida através de juncos de uma tigela comunitária.

A cerveja também é mencionada na Epopeia de Gilgamesh. Um poema sumeriano de 3900 anos homenageando a deusa dos cervejeiros, Ninkasi, contém a mais antiga receita que sobreviveu, descrevendo a produção de cerveja de cevada utilizando pão.

A cerveja teve alguma importância na vida dos primeiros romanos, mas, durante a Republica Romana, o vinho destronou a cerveja como a bebida alcoólica preferida, passando está a ser considerada uma bebida própria de bárbaros. Tácito, em seus dias, escreveu depreciativamente acerca da cerveja preparada pelos povos germânicos.

Na Idade Média, vários mosteiros fabricavam cerveja, empregando diversas ervas para aromatiza-la, como mírica, rosmarino, louro, sálvia, gengibre e o lúpulo, este utilizado até hoje e introduzido no processo de fabricação da cerveja entre os anos 700 e 800.

O uso de lúpulo para dar o gosto amargo da cerveja e para preservá-la é atribuída aos monges do Mosteiro de San Gallo, na Suíça. Houve um tempo em que o papel da levedura na fermentação era desconhecido.

Na Era Viquingue, cada família tinha sua própria vara de cerveja que eles usavam para agitar a bebida durante a produção. Estas varas de cerveja eram consideradas herança de família, porque era o uso da vara que garantia que a cerveja daria certo.

Hoje em dia, sabe-se que estas varas continham uma cultura bacteriana de levedura. A Reinheitsgebot ("Lei da Pureza da Cerveja" Alemã de 1516) - definia os únicos materiais permitidos para fabricação de cerveja como sendo malte, lúpulo e água.

Com a descoberta do fermento e de sua função no final da década de 1860 por Louis Pasteur, a lei teve que ser alterada. 

A maior parte das cervejas, até tempos relativamente recentes, eram do tipo que agora chamamos de Ales. As Lagers foram descobertas por acidente no século XVI, quando a cerveja era estocada em frias cavernas por longos períodos; desde então, elas ultrapassaram largamente as cervejas tipo ale em volume.

O lúpulo é cultivado na França desde o século IX. O mais antigo escrito remanescente a registrar o uso do lúpulo na cerveja data de 1067 pela abadessa Hildegarda de Bingen: "Se alguém pretender fazer cerveja da aveia, deve prepará-la com lúpulo."

No século XV, na Inglaterra, a fermentação sem lúpulo podia dar origem a uma bebida tipo ale - o uso do lúpulo torná-la-ia uma cerveja. A cerveja com lúpulo era importada para a Inglaterra (a partir dos Países Baixos) desde cerca de 1400, em Winchester.

O lúpulo passou a ser cultivado na ilha a partir de 1428. A Companhia dos Fabricantes de Cerveja de Londres foi longe a ponto de especificar que "nenhum lúpulo, ervas, ou coisa semelhante será colocada dentro de nenhuma ale ou bebida alcoólica enquanto a ale estiver sendo feita - mas somente um licor (água), malte e uma levedura". Contudo, por volta do século XVI, "ale" veio a referir-se a qualquer cerveja forte, e todas as ales e cervejas continham lúpulo.

Ingredientes

Os ingredientes básicos da cerveja são: água; uma fonte de amido, tais como malte de cevada, capaz de ser sacarificado (convertidos em açucares), então fermentados (convertido em álcool e dióxido de carbono); uma levedura de cerveja para produzir a fermentação, e o lúpulo. 

Uma mistura de fontes de amido pode ser usada, com uma fonte secundária de amido, como o milho ou arroz, sendo muitas vezes denominado um adjunto, especialmente quando utilizado quando o objetivo é obter uma cerveja mais leve e refrescante.

Já a adjunção de outros cereais não maltados como a aveia e o centeio confere um caráter mais encorpado à cerveja. Fontes de amido menos utilizadas incluem milho, sorgo, raiz de mandioca na África, tubérculo de batata no Brasil, e agave no México, entre outros. 



Os beduínos


 

Os beduínos são parte de um grupo árabe habitante dos desertos, tradicionalmente dividido em tribos ou clãs. O termo "beduíno" deriva de uma forma plural da palavra árabe badawī, como pronunciado em dialetos coloquiais.

O termo árabe badawī deriva da palavra bādiyah, que significa deserto semiárido. O termo "beduínos" significa, portanto, "pessoas do deserto".

Os beduínos são originários da Arábia e, no século VII, durante as conquistas árabes, expandiram-se pelo Norte da África. Os beduínos, no século XXI estão organizados em tribos que falam a língua badawi e consideram-se descendentes dos árabes.

Com suas caravanas, praticavam o comércio de vários produtos pelas cidades da região. Já as tribos coraixitas habitavam a região litorânea e viviam do comércio fixo.

Na península Arábica, onde sempre viveram os grupos principais, as difíceis condições de vida no deserto geraram conflitos pelo uso de poços de água e pastagens, levando bandos de beduínos a eventuais ataques a caravanas e outras formas de roubo contra vizinhos e forasteiros. 

Na difícil vida no deserto, o camelo é fundamental para a sua sobrevivência. Além de meio de transporte, o animal fornece leite, carne e a pele.

Após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o estilo de vida desse povo começou a modificar-se. Submetidos ao controle dos governos dos países onde viviam, eles passaram a enfrentar dificuldades para perambular à vontade como nômades.

O número de beduínos diminuiu, e hoje o estilo de vida deles é cada vez mais sedentário. Entretanto, a fervorosa adesão ao islamismo e o caráter tribal das sociedades permanece.

Cada grupo reúne várias famílias sob a liderança máxima de um chefe hereditário (xeque). As várias tribos também têm estatuto diferente. Algumas são consideradas "nobres", porque teriam ancestrais importantes.

Outras, "sem ancestrais", servem às de maior status, com seus membros atuando como artesãos, ferreiros, artistas ou fazendo outros tipos de trabalho.

Vamos falar sobre a verdade?


 

A verdade na ciência refere-se à compreensão mais precisa e precisa que os cientistas têm sobre o mundo natural com base em evidências empiricamente verificáveis.

A ciência busca descobrir e descrever leis e princípios que governam o funcionamento do universo, e essas descobertas são consideradas verdadeiras dentro do contexto da teoria científica atual.

No entanto, é importante notar que a ciência não busca a verdade absoluta ou final, mas sim uma compreensão cada vez mais precisa e refinada do mundo natural.

As teorias científicas estão sempre sujeitas a revisão e ajustes à medida que novas evidências são coletadas e novas descobertas são feitas. Portanto, o que é considerado verdade na ciência pode mudar ao longo do tempo à medida que nosso conhecimento se expande e se aprofunda.

Em resumo, a verdade na ciência é uma representação atualizada e confiável do mundo natural com base em evidências e métodos científicos, mas está sempre sujeita a revisão e ajustes à medida que nossa compreensão evolui.

 Já no campo da filosofia o tema torna-se muito mais amplo com múltiplas perspectivas e nuances de pensamentos tais quais descritos como ''formas'' que a verdade se apresenta as seguintes:

Correspondência:

A teoria da correspondência afirma que uma afirmação é verdadeira quando corresponde ou se adequa aos fatos do mundo. Em outras palavras, a verdade é uma relação entre uma proposição e o estado de coisas que ela descreve. Por exemplo, a afirmação "o céu é azul" é verdadeira se o céu de fato for azul.

Coerência:

A teoria da coerência sugere que a verdade está relacionada à consistência interna de um conjunto de afirmações ou crenças. Se as afirmações se encaixam logicamente umas nas outras, então elas são consideradas verdadeiras. Essa abordagem é frequentemente aplicada na filosofia da lógica e da epistemologia

Pragmatismo:

O pragmatismo, associado a filósofos como William James e Charles Peirce, argumenta que a verdade está vinculada à utilidade prática das crenças. Em outras palavras, uma afirmação é verdadeira se funcionar bem na prática e levar a resultados desejados. A ênfase aqui está no valor das crenças para a ação humana.

Relativismo:

O relativismo sustenta que a verdade é relativa e depende do contexto cultural, social ou individual. De acordo com essa perspectiva, o que é considerado verdadeiro pode variar de uma cultura para outra ou de uma pessoa para outra.

Princípio da Pragmática:

Filósofos como Richard Rorty argumentam que não há uma verdade objetiva ou absoluta. Em vez disso, a verdade é moldada pelas práticas linguísticas e sociais, e as crenças verdadeiras são aquelas que são socialmente aceitas em uma determinada comunidade.

É importante se ater ao fato de que essas percepções da verdade tendem a destoar muito mas em suma elas acabam sendo em última instancia derivações de uma mesma raiz/origem, que é a afirmação de que algo é ou não factível e ''verdadeiro'' por mais redundante que isso possa soar.

Considerando tudo isso, provavelmente de todas a ideia de valor epistêmico relacionadas a verdade a mais polemica seja a da verdade absoluta, que seria em suma uma verdade evidentemente inegável, muitos associam isso a ideia de um deus absoluto como uma verdade, mas debater essa questão passa longe de ser algo de monopólio religioso.

Como ateu, reconheço a existência das verdades empíricas e temporais das ciências naturais, mas não vejo de forma alguma como seria possível negar a existência de verdades absolutas.

Por exemplo, a afirmação "2 + 2 = 4" é universalmente verdadeira, independentemente do contexto ou da perspectiva, ou o clássico argumento logico de que seria contradição performativa a própria afirmação de não existirem verdades absolutas, já que por si só a afirmar já se pressupõe que essa afirmação fosse uma verdade, a priori.

O Tema da verdade é muito interessante não é ''verdade''?

A/D