“Beba cerveja e você vai
dormir. Durma e você evitará o pecado. Evite o pecado e você será salvo.
Portanto, beba cerveja e você será salvo.”
Provérbio Alemão Medieval
Este provérbio pode ser
interpretado de várias maneiras. Em um nível superficial, ele parece sugerir
que beber cerveja é um caminho para evitar o pecado e, portanto, alcançar a
salvação.
Na Idade Média, a cerveja
era uma bebida comum e importante, muitas vezes mais segura para o consumo do
que a água não tratada, devido ao processo de fermentação que matava bactérias.
Dessa forma, o ato de
beber cerveja poderia ser visto como algo benéfico para a saúde e o bem-estar
das pessoas, o que, por sua vez, poderia ser considerado como evitando pecados
relacionados à negligência de cuidar de si mesmo.
Além disso, a cultura
medieval estava profundamente enraizada na religião cristã, e a ideia de evitar
o pecado para alcançar a salvação era uma preocupação central. Portanto, o
provérbio também pode ser interpretado como uma maneira humorística de
enfatizar a importância de levar uma vida virtuosa.
A cerveja é uma
bebida produzida a partir da fermentação de cereais, principalmente a
cevada maltada. Acredita-se que tenha sido uma das primeiras bebidas alcoólicas
que foram criadas pelo ser humano.
Atualmente, é a terceira
bebida mais popular do mundo, logo depois da água e do do café. É a bebida
alcoólica mais consumida no mundo atualmente.
História
Historicamente, a cerveja
já era conhecida pelos antigos sumérios, egípcios, mesopotâmios e iberos,
remontando, pelo menos, a 6 000 a.C. A agricultura surgiu
na Mesopotâmia em um período entre a revolução do Neolítico e a Idade
dos Metais.
A mais antiga lei que
regulamenta a produção e a venda de cerveja é a Estela de Hamurabi, que data
de 1 760 a.C. Nela, se condena à morte quem não respeita os
critérios de produção de cerveja indicados.
Incluía várias leis de
comercialização, fabricação e consumo da cerveja, relacionando direitos e
deveres dos clientes das tabernas.
O Código de Hamurabi também
estabelecia uma ração diária de cerveja para o povo da Babilônia: 2 litros para
os trabalhadores, 3 para os funcionários públicos e 5 para os administradores e
o sumo sacerdote.
O código também impunha
punições severas para os taberneiros que tentassem enganar os seus clientes.
A notícia mais antiga que
se tem da cerveja vem de 2 600 a 2 350 a.C. Desta época,
arqueólogos encontraram menção no Hino a Ninkasi, a deusa da cerveja, de
que os sumérios já produziam a bebida.
Já na babilônia dá-se
conta da existência de diferentes tipos de cerveja, originadas de diversas
combinações de plantas e aromas, e o uso de diferentes quantidades de mel.
Mesopotâmios estavam bebendo cerveja de vasos individuais há 3.500 anos.
Posteriormente, no antigo
Egito, a cerveja, segundo o escritor grego Ateneu de Náucrates (século
III), teria sido inventada para ajudar a quem não tinha como pagar o vinho.
Inscrições em hieróglifos e
obras artísticas testemunham o gosto deste povo
pelo henket ou zythum, apreciado por todas as camadas sociais.
Até um dos faraós
Remesses III (r. 1184–1153 a.C.), passou a ser conhecido como
"faraó-cervejeiro" após doar, aos sacerdotes do Templo de Amon, 466
308 ânforas ou aproximadamente um milhão de litros de cerveja provenientes
de suas cervejarias.
Praticamente qualquer
açúcar ou alimento que contenha amido pode, naturalmente, sofrer
fermentação alcoólica. Assim, bebidas semelhantes à cerveja foram inventadas de
forma independente em diversas sociedades em redor do mundo.
Na Mesopotâmia, a mais
antiga evidência referente à cerveja está numa tabua sumeriana com cerca de
6000 anos de idade na qual se veem pessoas tomando uma bebida através de juncos
de uma tigela comunitária.
A cerveja também é
mencionada na Epopeia de Gilgamesh. Um poema sumeriano de 3900 anos
homenageando a deusa dos cervejeiros, Ninkasi, contém a mais antiga receita que
sobreviveu, descrevendo a produção de cerveja de cevada utilizando pão.
A cerveja teve alguma
importância na vida dos primeiros romanos, mas, durante a Republica Romana, o
vinho destronou a cerveja como a bebida alcoólica preferida, passando está a
ser considerada uma bebida própria de bárbaros. Tácito, em seus dias, escreveu
depreciativamente acerca da cerveja preparada pelos povos germânicos.
Na Idade Média, vários
mosteiros fabricavam cerveja, empregando diversas ervas para
aromatiza-la, como mírica, rosmarino, louro, sálvia, gengibre e o lúpulo, este
utilizado até hoje e introduzido no processo de fabricação da cerveja entre os
anos 700 e 800.
O uso de lúpulo para dar
o gosto amargo da cerveja e para preservá-la é atribuída aos monges do
Mosteiro de San Gallo, na Suíça. Houve um tempo em que o papel da levedura na
fermentação era desconhecido.
Na Era Viquingue, cada
família tinha sua própria vara de cerveja que eles usavam para agitar a bebida
durante a produção. Estas varas de cerveja eram consideradas herança de família,
porque era o uso da vara que garantia que a cerveja daria certo.
Hoje em dia, sabe-se que
estas varas continham uma cultura bacteriana de levedura. A Reinheitsgebot ("Lei
da Pureza da Cerveja" Alemã de 1516) - definia os únicos materiais
permitidos para fabricação de cerveja como sendo malte, lúpulo e água.
Com a descoberta do
fermento e de sua função no final da década de 1860 por Louis Pasteur, a lei
teve que ser alterada.
A maior parte das
cervejas, até tempos relativamente recentes, eram do tipo que agora chamamos de
Ales. As Lagers foram descobertas por acidente no século XVI, quando
a cerveja era estocada em frias cavernas por longos períodos; desde então, elas
ultrapassaram largamente as cervejas tipo ale em volume.
O lúpulo é cultivado na
França desde o século IX. O mais antigo escrito remanescente a
registrar o uso do lúpulo na cerveja data de 1067 pela abadessa Hildegarda de
Bingen: "Se alguém pretender fazer cerveja da aveia, deve prepará-la com
lúpulo."
No século XV, na
Inglaterra, a fermentação sem lúpulo podia dar origem a uma bebida
tipo ale - o uso do lúpulo torná-la-ia uma cerveja. A cerveja com
lúpulo era importada para a Inglaterra (a partir dos Países Baixos) desde cerca
de 1400, em Winchester.
O lúpulo passou a ser
cultivado na ilha a partir de 1428. A Companhia dos Fabricantes de Cerveja de
Londres foi longe a ponto de especificar que "nenhum lúpulo, ervas,
ou coisa semelhante será colocada dentro de nenhuma ale ou bebida
alcoólica enquanto a ale estiver sendo feita - mas somente um licor (água),
malte e uma levedura". Contudo, por volta do século XVI,
"ale" veio a referir-se a qualquer cerveja forte, e todas
as ales e cervejas continham lúpulo.
Ingredientes
Os ingredientes básicos
da cerveja são: água; uma fonte de amido, tais como malte de cevada, capaz
de ser sacarificado (convertidos em açucares), então fermentados (convertido em
álcool e dióxido de carbono); uma levedura de cerveja para produzir a
fermentação, e o lúpulo.
Uma mistura de fontes de
amido pode ser usada, com uma fonte secundária de amido, como o milho ou
arroz, sendo muitas vezes denominado um adjunto, especialmente quando utilizado
quando o objetivo é obter uma cerveja mais leve e refrescante.
Já a adjunção de outros cereais não maltados como a aveia e o centeio confere um caráter mais encorpado à cerveja. Fontes de amido menos utilizadas incluem milho, sorgo, raiz de mandioca na África, tubérculo de batata no Brasil, e agave no México, entre outros.
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