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quinta-feira, abril 17, 2025

Não há como conciliar ciência com religião, afirma Hawking


Stephen Hawking foi, sem dúvida, uma das figuras mais emblemáticas da ciência moderna, um gênio astrofísico cuja mente brilhante transcendeu as limitações impostas por seu corpo. Nascido em 8 de janeiro de 1942, em Oxford, Inglaterra, ele se tornou mundialmente reconhecido por suas contribuições revolucionárias ao entendimento dos buracos negros e da teoria da relatividade, expandindo o legado de Albert Einstein.

Desde os 21 anos, Hawking enfrentou a esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma doença neurodegenerativa que gradualmente paralisou seu corpo, mas nunca sua mente.

Apesar de sua condição, ele continuou a trabalhar incansavelmente, utilizando uma cadeira de rodas e, mais tarde, um sintetizador de voz para se comunicar, tornando-se um símbolo de resiliência e determinação.

Além de suas conquistas científicas, como a teoria da radiação de Hawking - que sugere que buracos negros podem emitir partículas e eventualmente "evaporar" -, ele também ganhou notoriedade por sua habilidade de popularizar a ciência.

Livros como Uma Breve História do Tempo, publicado em 1988, aproximaram conceitos complexos da cosmologia ao público leigo, tornando-se um best-seller mundial.

O filme A Teoria de Tudo (2014), baseado em sua vida e em seu relacionamento com sua primeira esposa, Jane Wilde, trouxe ainda mais visibilidade à sua trajetória, com Eddie Redmayne entregando uma performance tão impactante que lhe rendeu o Oscar de Melhor Ator.

Hawking também era conhecido por suas visões sobre o futuro da humanidade e por suas declarações frequentemente provocadoras. Ele alertou sobre os perigos da inteligência artificial descontrolada, do aquecimento global e da possibilidade de contato com civilizações extraterrestres hostis, sugerindo que a sobrevivência da espécie humana poderia depender da colonização de outros planetas.

Suas ideias sobre religião, no entanto, foram especialmente polêmicas. Embora em setembro de 2014 ele tenha adotado uma postura mais ambígua, evitando afirmar ou negar categoricamente a existência de Deus ao reconhecer os limites do conhecimento humano sobre questões de fé, sua posição pessoal permaneceu firme.

Em entrevista ao jornal El Mundo, ele reiterou seu ateísmo, declarando que a religião, com sua crença em milagres, era incompatível com os princípios da ciência, que busca explicações naturais e verificáveis para os fenômenos do universo.

Vale acrescentar que Hawking não apenas desafiou dogmas religiosos, mas também inspirou reflexões filosóficas profundas. Ele questionava a necessidade de um criador para o universo, argumentando em seu livro O Grande Projeto (2010), escrito em coautoria com Leonard Mlodinow, que as leis da física, como a gravidade, poderiam ter dado origem ao universo espontaneamente, sem intervenção divina.

Essa visão, embora controversa, reflete sua busca por uma "teoria de tudo" - uma unificação da relatividade geral e da mecânica quântica que explicasse a totalidade da existência.

Hawking faleceu em 14 de março de 2018, aos 76 anos, deixando um legado que vai além da ciência. Sua vida foi uma prova de que o intelecto humano pode superar adversidades inimagináveis, e suas ideias continuam a influenciar cientistas, filósofos e curiosos em todo o mundo.

Ele não apenas desvendou mistérios do cosmos, mas também nos desafiou a pensar sobre nosso lugar nele - com ou sem a presença de um Deus.

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