Bateau Mouche IV - A Tragédia - O Bateau Mouche IV foi uma embarcação de turismo de que naufragou na costa brasileira no dia 31 de dezembro de 1988, mais precisamente na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, quando estava a caminho de Copacabana.
Das 142 pessoas a bordo, 55 morreram. Acredita-se que a embarcação estivesse superlotada, além de apresentar uma série de falhas.
A embarcação, um antigo barco de pesca fabricado em Fortaleza em 1970 e batizado inicialmente como "Kamaloka", havia sido modificada várias vezes, destacando-se o acréscimo de um terraço suplementar.
Durante as comemorações do Ano Novo de 1989, embora estivesse regularizada pelas autoridades competentes e fosse considerada um cartão-postal da cidade do Rio de Janeiro.
Ao se deslocar para fora da barra da baía de Guanabara para assistir à queima de fogos na praia de Copacabana, deparou-se com ondas pesadas no mar, vindo a adernar.
A rápida e acentuada movimentação de carga nos andares superiores causou o naufrágio, no qual morreram 55 dos 142 passageiros a bordo.
A traineira Evelyn Maurício tinha partido de Niterói com os pescadores Jorge de Souza, João Batista de Souza Abreu, Marcos Vinícius Lourenço da Silva, Francisco Carlos Alves de Moraes e Jorge Luiz Soares de Souza e as suas respectivas famílias, com destino a Copacabana.
No caminho cruzaram com o Bateau Mouche IV, iluminado e muito cheio. Os pescadores presenciaram o naufrágio, e tornaram-se heróis ao jogarem boias, cabos e cordas para salvar cerca de 30 náufragos, que foram retiradas do mar pelos braços.
No inquérito que se seguiu foram apontados diversos responsáveis, entre eles a empresa de turismo, os passageiros que disputavam um lugar a boreste do terraço da embarcação, as autoridades competentes do estado do Rio de Janeiro, e a Capitania dos Portos, dando lugar a um longo processo judicial.
O laudo pericial apontou
que o Bateau Mouche IV transportava mais que o dobro da
lotação permitida (62 passageiros).
Os sócios majoritários da
empresa Bateau Mouche Rio Turismo, Faustino Puertas Vidal e Avelino Rivera
(espanhóis) e Álvaro Costa (português), foram condenados por homicídio culposo
(sem a intenção de matar), sonegação fiscal e formação de quadrilha, em maio de
1993, a quatro anos de prisão em regime semiaberto (só dormiam na prisão), mas
em fevereiro de 1994 eles fugiram para a Espanha.
A atriz Yara
Amaral perdeu a vida na tragédia. Também se encontrava a bordo da
embarcação o ex–ministro do Planejamento, Aníbal Teixeira, que sobreviveu.
Principais causas do
Naufrágio
1. Excesso de peso (carga)
e passageiros;
2. Posicionamento de duas
caixas d'água no teto da embarcação e substituição do piso de madeira original
do convés superior por um piso de concreto, elementos que deslocaram o centro
de gravidade para cima, ajudando a embarcação a adernar ao ser exposta ao mar
revolto;
3. Os passageiros se
deslocaram, simultaneamente, para boreste do "Bateau Mouche";
4. As escotilhas e vigias
não eram estanques e, com o excesso de peso, ficaram abaixo do nível do mar e
alagaram os compartimentos inferiores;
5. As bombas de esgotamento
(que jogam a água para fora da embarcação, em caso de alagamento) não
funcionavam perfeitamente.