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quarta-feira, fevereiro 22, 2023

É difícil




É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste. É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada. É difícil ser fiel, assim como é fácil se aventurar.

É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre. É difícil agradecer por hoje, assim como é fácil viver mais um dia. É difícil abrir os olhos e enxergar o que de bom a vida te deu, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.

É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo. É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar. É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.

É difícil se pôr no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo. É difícil ver o trem partindo, assim como é fácil pedir para ficar quem quer te levar.

Se você errou, peça desculpas! É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado? Se alguém errou com você, perdoa-o! É difícil perdoar?

Mas quem disse que é fácil se arrepender? Se você sente algo, diga! É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar alguém que queira escutar? Se alguém reclama de você, ouça! É difícil ouvir certas coisas?

Mas quem disse que é fácil ouvir você? Se alguém te ama, ame-o! É difícil se entregar? Mas quem disse que é fácil ser feliz? Nem tudo é fácil na vida, mas com certeza nada é impossível!

Precisamos acreditar e lutar para que não apenas sonhemos, mas também tornemos sonhos em realidade!

A/D 

Estrangeiro


 

Sou um estrangeiro neste mundo.

Sou um estrangeiro, e há na vida do estrangeiro uma solidão pesada e um isolamento doloroso. Sou assim levado a pensar sempre numa pátria encantada que não conheço, e a sonhar com os sortilégios de uma terra longínqua que nunca visitei.

Sou um estrangeiro para meus parentes e amigos. Quando encontro um deles, penso: 'Quem é ele? Onde o encontrei? Que me une a ele? Por que me aproximo dele e o frequento?'

Sou um estrangeiro para minha alma. Quando minha língua fala, meu ouvido estranha-lhe a voz. Quando meu Eu interior ri ou chora, ou se entusiasma, ou treme, meu outro Eu estranha o que ouve e vê, e minha alma interroga minha alma. Mas permaneço desconhecido e oculto, velado pelo nevoeiro, envolto no silêncio.

Sou um estrangeiro para meu corpo. Todas as vezes que me olho num espelho, vejo no meu rosto algo que minha alma não sente, e percebo nos meus olhos algo que minhas profundezas não reconhecem.

Khalil Gibran

Gibran Khalil Gibran nasceu em Baharri um distrito Libanês no dia 6 de janeiro de 1883. Foi um ensaísta, professor, prosador, poeta e pintor, também considerado um filósofo, embora ele mesmo rejeitou esse título, e alguns tendo-lhe descrito como liberal. 

Seus livros e escritos, de simples beleza e espiritualidade, são reconhecidos e admirados para além do mundo árabe.

Em sua relativamente curta, porém prolífica existência, pois, viveu apenas 48 anos, Khalil Gibran produziu obra literária acentuada e artisticamente marcada pelo misticismo oriental. Sua obra, acentuadamente romântica e influenciada por fontes de aparente contraste como a Bíblia, Nietzsche e William Blake, trata de temas como o amor, a amizade, a morte e a natureza, entre outros.

Escrita em inglês e árabe, expressa as inclinações religiosas e mística do autor. Sua obra mais conhecida é o livro O Profeta, originalmente publicado em inglês, pela primeira vez nos Estados Unidos em 1923, e desde então se tornou um dos livros mais vendidos de todos os tempos, tendo sido traduzido em mais de 100 idiomas. Outro livro de destaque é o Asas Partidas, em que o autor fala de sua primeira história de amor.

Nascido em uma aldeia do Mutassarifado do Monte Líbano governada por otomanos, de uma família cristã moronita, o jovem Gibran imigrou com sua mãe e irmãos para os Estados Unidos em 1895.

Como sua mãe trabalhava como costureira, ele foi matriculado em uma escola em Boston, onde suas habilidades criativas foram rapidamente percebidas por um professor que o apresentou ao Fred Holland Day. Gibran foi enviado de volta à sua terra natal por sua família aos quinze anos para se matricular no Collège de la Sagesse, em Beirute.

Retornando a Boston após a morte de sua irmã caçula, em 1902, ele perdeu o meio-irmão mais velho e a mãe no ano seguinte, aparentemente contando depois com a renda restante de sua irmã por seu trabalho em uma loja de costura por algum tempo.

Em 1904, os desenhos de Gibran foram exibidos pela primeira vez no estúdio de Day em Boston, e seu primeiro livro em árabe foi publicado em 1905 na cidade de Nova York. Com a ajuda financeira de uma recém-recebida benfeitora, Mary Haskell, Gibran estudou arte em Paris de 1908 a 1910.

Enquanto esteve lá, ele entrou em contato com pensadores políticos sírios promovendo a rebelião no Império Otomano após a Revolução dos Jovens Turcos; alguns dos escritos de Gibran, expressando as mesmas ideias, seriam eventualmente banidos pelas autoridades otomanas. 

Em 1911, Gibran se estabeleceu em Nova York, onde seu primeiro livro em inglês, O Louco, seria publicado por Alfred A. Knopf em 1918, com escritos de O Profeta ou Os Deuses da Terra também em andamento. Sua arte visual foi exibida na Montross Gallery em 1914, e nas galerias de M. Knoedler & Co., em 1917.

Ele também se correspondia notavelmente com Mary Ziadeh desde 1912. Em 1920, Gibran refundou a Liga da Caneta com outros poetas mahjari. Na época de sua morte, aos 48 anos, por cirrose e tuberculose incipiente em um pulmão, ele alcançara fama literária em "ambos os lados do Oceano Atlântico", e O Profeta já havia sido traduzido para alemão e francês.

Seu corpo foi transferido para sua aldeia natal de Bsharri (no atual Líbano), para a qual ele legou todos os futuros royalties de seus livros e onde fica agora um museu dedicado a suas obras.

Conforme as palavras de Suheil Bushrui e Joe Jenkins, a vida de Gibran foi descrita como uma "frequentemente capturada entre a rebelião nietzschiana, o panteísmo blakeano e o misticismo sufi”. Gibran discutiu temas diferentes em seus escritos e explorou diversas formas literárias. Selma Khadra Jayyusi o chamou de "a influência mais importante na poesia e literatura árabes durante a primeira metade do século XX” e ele ainda é comemorado como um herói literário no Líbano.

Ao mesmo tempo, "a maioria das pinturas de Gibran expressava sua visão pessoal, incorporando simbolismo espiritual e mitológico", com a crítica de arte Alice Raphael reconhecendo no pintor um classista, cuja obra devia "mais às descobertas de Da Vinci do que a qualquer insurgente moderno" Seu "prodigioso corpo da obra" foi descrito como "um legado artístico para pessoas de todas as nações"

Gibran faleceu em Nova Iorque de cirrose e tuberculose no dia 10 de abril de 1931.

terça-feira, fevereiro 21, 2023

Um dia após o meu suicídio


 

Um dia após o meu suicídio, eu me apaixonei pelo meu marido ao vê-lo chorando no chão do meu quarto, abraçando minha camiseta suja de sangue com minhas fotos espalhadas ao seu redor. Eu vi tanto amor em seus olhos!

Um dia após o meu suicídio, eu senti o quanto meus pais me amavam, por mais que muitas vezes eles fossem durões. Em meio a tanta tristeza, eles falavam com os olhos cheios de lágrimas o quanto sentiam orgulho de mim e o quanto eu era sensível com o próximo! 

Um dia após o meu suicídio, vi que o Zé Bob (meu cachorro) era mais incrível do que eu podia imaginar. Toda vez que alguém saia do elevador, ele corria para a porta esperando por mim e, ao ver que não era eu, ele deitava na frente da porta e continuava a me esperar!

Um dia após o meu suicídio, eu me encantei pelos meus irmãos ao vê-los sentados na sala com os olhos cheios de lágrimas. Eles lembravam das vezes em que brincávamos na nossa linda infância... Que época boa!

Um dia após o meu suicídio, eu senti o quanto era querida e amada por aquele grande amigo. Ele estava olhando nossas fotos juntos, e lembrando de todos os nossos momentos! Ele chorava por não ter me encontrado todas vezes que insisti.

Um dia após o meu suicídio, senti que era importante para muitos amigos. Eles estavam se culpando por não terem feito nada. 

Já de noite, fui até o necrotério encontrar o meu corpo. Aquilo me incomodou. Olhei para mim e disse: Tantos sonhos que tínhamos. Tantos amores. Tanta gente para conhecer. Você tinha pessoas que te amavam e mesmo assim, jogou tudo para o alto.

Graças a Deus, isso foi só um sonho. Você pode ler isso! Você ainda está aqui e pode mudar a sua vida para sempre.

Ela não é tão ruim como parece. Existem pessoas que te amam, que te querem por perto! Dê mais uma chance para a vida e as pessoas que estão ao seu lado. Existe cura para a dor, se abra com alguém. Você já superou tantas coisas, tente mais uma!

Saiba que você não está sozinho (a)! Procure um profissional que possa ajudar você. Vai ficar tudo bem!

O Primeiro Amor

 



Dizem que o primeiro amor é o mais importante. Isso é muito romântico, mas não é o meu caso.

Algo entre nós houve e não houve, se deu e se perdeu. Não me tremem as mãos quando encontro as pequenas lembranças e o maço de cartas atadas com barbante - se ao menos fosse uma fita.

Nosso único encontro, anos depois foi um diálogo de duas cadeiras junto a uma mesa fria. Outros amores ainda respiram profundamente em mim.

Este não tem fôlego para suspirar. E, no entanto, tal como é consegue o que os outros ainda não conseguem: deslembrando, nem sequer sonhado, me acostuma com a morte.

Wislawa Szymborska 

***

Conhecida como Wisława Szymborska, e o nome completo de Maria Wisława Anna Szymborska, nasceu em Kórnik no dia 2 de junho de 1923. Foi uma escritora polaca ganhadora do Prêmio Nobel na área de literatura em 1996. Poetisa, crítica literária e tradutora, viveu na Cracóvia, onde se formou em Filologia Polaca e Sociologia pela Universidade Jaguellonica.

A sua extensa obra, traduzida em 36 línguas, foi caracterizada pela Academia de Estocolmo como “uma poesia que, com precisão irónica, permite que o contexto histórico e biológico se manifeste em fragmentos da realidade humana”, tendo sido a poetisa definida, como “o Mozart da poesia”.

Maria Wisława Anna Szymborska era filha de Vincent Szymborski, feitor da propriedade do conde Władysław Zamoyski, e de Anna Maria Rottermund. Os pais dela mudaram-se para Zakopene em janeiro de 1923 por causa da organização dos bens locais do conde Zamoyski.

Depois da morte do conde acima referido em 1924, a família Szymborski mudou-se para Torun, onde Wisława frequentou a escola. Quando a Segunda Guerra Mundial rebentou, Wisława começou a trabalhar como funcionária dos caminhos-de-ferro para evitar a deportação para o território do Terceiro Reich.

Ao mesmo tempo, começou também a criar as primeiras ilustrações para livros (um manual para estudar inglês) e deu os primeiros passos na literatura (escrevia contos e raramente poemas). A partir de 1945 participou e constituiu uma parte importante na vida literária de Cracóvia e pertenceu ao grupo literário "Ao contrário".

Neste ano começou a sua formação em Filologia Polaca na Universidade Jaguelônica mas a seguir, mudou para Sociologia. Devido à sua situação financeira muito difícil, não terminou os estudos. Três anos depois casou-se com o poeta Adam Włodek, com quem continuou a sua vida em Cracóvia.

Viria a divorciar-se em 1954. Diz-se que o clima desta cidade e o ambiente único tiveram uma grande influência na produção literária. Desde 1957, colaborou com a revista "Kultura" (revista literária e política publicada em Paris por emigrantes polacos) e estabeleceu contato com Jerzy Giedroyc.

Até 1966 foi membro do Partido Comunista. Em 1975 assinou uma carta de protesto, a Carta dos 59 (carta assinada por 66 intelectuais polacos, no início 59 e daí o nome) em que os principais intelectuais da Polônia protestaram contra uma mudança na Constituição (sobre uma aliança com a União Soviética).

Em novembro de 2011, teve problemas com saúde e uma operação grave. Faleceu na Cracóvia no dia 1 de fevereiro de 2012, alguns meses depois durante o sono em sua casa. É a poetisa polaca traduzida com maior frequência. A sua extensa obra, traduzida em 42 línguas, é definida como "a perfeição de palavra".

É criticada pela sua atitude em relação aos primeiros anos da República Popular da Polônia. Durante o estalinismo, foi ligada aos "Pryszczaci" (Borbulhentos), um grupo de jovens escritores polacos dos finais da década de 40 e início da de 50, propagadores do realismo socialista. Eles achavam que o principal objetivo da literatura é apoiar o poder em impor o regime comunista à sociedade polaca.

Impuro


 Nosso amor é impuro como impura é a luz e a água e tudo quanto nasce e vive além do tempo.

Minhas pernas são água, as tuas são luz e dão a volta ao universo quando se enlaçam até se tornarem desertos e escuros.

E eu sofro de te abraçar depois de te abraçar para não sofrer.

E toco-te para deixares de ter corpo e o meu corpo nasce quando se extingue no teu.

E respiro em ti para me sufocar e espreito em tua claridade para me cegar, meu Sol vertido em Lua, minha noite alvorecida.

Tu me bebes e eu me converto na tua sede. Meus lábios mordem, meus dentes beijam, minha pele te veste e ficas ainda mais despida.

Pudesse eu ser tu e em tua saudade ser a minha própria espera. Mas eu deito-me em teu leito quando apenas queria dormir em ti.

E sonho-te quando ansiava ser um sonho teu e levito, voo de semente, para em mim mesmo te plantar menos que flor: simples perfume, lembrança de pétala sem chão onde tombar.

Teus olhos inundando os meus e a minha vida, já sem leito, vai galgando margens até tudo ser mar. Esse mar que só há depois do mar.

Mia Couto 

segunda-feira, fevereiro 20, 2023

Caminho da Vida


 

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e morticínios.

Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.

Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

Charles Chaplin - O Grande Ditador (1940)

Alegria e a Tristeza


Nossa alegria é nossa tristeza desmascarada. E o mesmo poço que dá nascimento ao nosso riso foi muitas vezes preenchido com nossas lágrimas.

E como poderia não ser assim? Quanto mais profundamente à tristeza cravar suas garras em nosso ser, tanto mais alegrias poderemos contar.

Não é a taça em que bebemos nosso vinho a mesma que foi queimada no forno da cerâmica? E não é a lira que acaricia nossas almas a própria madeira que foi entalhada à faca?

Quando estiveres alegre, olhai no fundo de seu coração, e acharás que o que te deu tristeza é aquilo mesmo que está te dando alegria.

E quando estiveres triste, olhai novamente no teu coração e verás que, na verdade, estás chorando por aquilo mesmo que constituiu seu deleite. 

Alguns entre nós dizemos: “A alegria é maior que a tristeza,” e outros dizem: “Não, a tristeza é maior” Eu, porém, te digo que elas são inseparáveis.

Vêm sempre juntas; e quando uma está sentada à nossa mesa lembrai-vos de que a outra dorme em nossa cama. Em verdade, estamos suspensos como os pratos de uma balança entre nossa tristeza e nossa alegria.

E somente quando estão vazios que estão em equilíbrio. Quando o guarda do tesouro nos suspende para pesar seu ouro e sua prata, então deve a nossa alegria ou a nossa tristeza subir ou descer.

Khalil Gibran

A verdadeira Bíblia





Por milhares de anos o homem vem escrevendo a verdadeira Bíblia – está sendo escrita dia a dia, e nunca será terminada enquanto o homem tiver vida.

Todos os fatos que conhecemos – os eventos verdadeiramente ocorridos; todas as descobertas e invenções; todas as maravilhosas máquinas cujas engrenagens parecem ter vida própria; todos os poemas; todas as joias do intelecto; todas as flores do coração; todas as canções de amor – as tristes e as alegres; os grandes dramas da imaginação; as admiráveis pinturas – verdadeiros milagres da forma e da cor, da luz e da sombra; as maravilhosas esculturas que parecem respirar; os segredos contados pelas rochas e pelas estrelas, pelo pó e pelas flores, pela chuva e pela neve, pelo frio e pelo fogo, pelas correntes de ar e pela areia do deserto, pela altura das montanhas e pelas ondas do mar.

Toda a sabedoria que prolonga e enobrece a vida, que previne e cura doenças, que conquista a dor; todas as leis perfeitas e justas que guiam e modelam nossas vidas; todos os pensamentos que alimentam as chamas do amor; a música que transfigura, arrebata e enfeitiça; as vitórias do coração e da mente; os milagres que mãos construíram; as sábias e hábeis mãos daqueles que trabalharam por suas esposas e filhos; as histórias sobre feitos nobres, sobre homens bravos e produtivos, sobre o amor de esposas leais, sobre o amor incondicional das mães, sobre os conflitos em nome da justiça, sobre os sacrifícios em nome da verdade, sobre tudo de melhor que os homens e mulheres do mundo disseram, pensaram e fizeram através dos anos.

Estes tesouros do coração e do intelecto são as verdadeiras Sagradas Escrituras da raça humana.

Robert G. Ingersoll

domingo, fevereiro 19, 2023

Visões de Givago


A felicidade solitária não é felicidade. O homem nasceu para viver e não para se preparar para viver. Quando você não pode ver dentro da alma de alguém, tente ir embora e então ela volta.

Todas as mães, sem exceção, deram à luz grandes homens e se a vida as enganou em seguida, delas não foi a culpa.

Os detentores do poder ficam tão ansiosos por estabelecer o mito de que são infalíveis que se esforçam ao máximo para ignorar a verdade.

Também a vida é só um instante, apenas um dissolver-se, de nós mesmos nos outros, como um dom que se faz. Apenas um rumor de bodas que, debaixo, irrompe pelas janelas. Nada além de um canto, um sonho, uma pomba azul-cinzentada.

A arte serve a beleza, e a beleza é a felicidade de possuir uma forma, e a forma é a chave orgânica da existência; tudo o que vive deve possuir uma forma para poder existir, e, portanto, a arte, mesmo a trágica, conta a felicidade da existência.

Temos de descobrir segurança dentro de nós próprios. Durante o curto espaço de tempo da nossa vida precisamos encontrar o nosso próprio critério de relações com a existência em que participamos tão transitoriamente...

Boris Pasternak

Leandro - Da Dupla Leandro e Leonardo

Leandro - Da Dupla Leandro e Leonardo - Luiz José Costa nasceu em Goianápolis em 15 de agosto de 1961. Conhecido como Leandro, foi um cantor e compositor brasileiro, que formou dupla com seu irmão Emival Eterno Costa, o Leonardo.

Filho de Avelino Virgulino da Costa e Carmem Divina Eterno da Silva, morou com os pais e mais oito irmãos na roça, onde estudou até o ensino fundamental. 

Desde criança, Leandro ajudava os pais numa pequena plantação de tomates e jilós. Mas aquela profissão nunca agradou o sertanejo.

O primeiro emprego de Leandro, junto com o irmão mais novo Emival Eterno Costa, o Leonardo, foi no mercado central de Goiânia, como vendedor de sapatos e engraxate, durante a época de natal. 

Até que Leandro percebeu sua vocação para a música, e chegou a ser vocalista de uma banda chamada "Os Dominantes", que fazia covers de músicas dos Beatles e de Roberto Carlos.

A dupla nasceu em 1983, depois que Leonardo que trabalhava como balconista da Farmácia São Benedito, em Goiânia, foi demitido. Depois de ser boia-fria, Leonardo foi trabalhar como entregador de remédio. 

Foi promovido, mas não durou dez dias na nova função. Leonardo receitou um remédio errado para uma cliente que tinha micose. Foi despedido e, junto com seu irmão, resolveu formar a dupla.

No começo dos anos 1980, os irmãos levaram suas violas a pequenos bares de Goianápolis e outras pequenas cidades de Goiás. Mas a dupla só nasceu comercialmente depois que chegou aos ouvidos dos diretores da gravadora Continental. 

Eles ficaram impressionados com uma fita mal gravada com uma música de apenas três acordes.

Era a canção “Entre Tapas e Beijos”, que se transformaria em grande sucesso. O nome da dupla foi inspirado em filhos gêmeos de um amigo dos dois irmãos goianos. Com o nome de Leandro e Leonardo, os sertanejos começaram a batalhar no concorrido mercado da música.

Eles mostravam um ritmo sertanejo diferente da antiga moda de viola, que acabou sendo chamado de "sertanejo moderno". Em 1986, a dupla lançou o primeiro disco, que trazia a música "Contradições". 

O álbum não chegou a emplacar, mas vendeu a razoável quantia de 38 mil cópias. Mas foi em 1989 que Leandro e Leonardo viraram estrelas.

Com a música "Entre Tapas e Beijos", do terceiro álbum, os sertanejos venderam um milhão e 300 mil cópias. Leandro fez parte dos apresentadores do programa Amigos da Rede Globo, juntamente com Zezé de Camargo & Luciano, Chitãozinho & Xororó, e seu irmão, Leonardo.

O sucesso era tão grande que, no início dos anos 1990, os ex plantadores de Goiás foram recebidos na casa do então presidente Fernando Collor de Mello para um show particular. Além das apresentações na Casa da Dinda, Leandro e Leonardo, fizeram shows no Palácio do Planalto.

O quarto álbum, que vendeu quase três milhões de cópias, confirmou a consagração dos astros com o sucesso "Pense em Mim", que marcaria para sempre a dupla sertaneja. 

Foi a primeira vez que uma dupla sertaneja alcançou essa marca de vendagem. Leandro, responsável pela segunda voz da dupla, nunca negou que sua música se afastava da tradição sertaneja.

Com a renda dos shows e dos discos, Leandro tornou-se um empresário agressivo e bem-sucedido. Formou um patrimônio sólido. Era dono de duas fazendas no estado de Tocantins e de uma fazenda e uma chácara em Goiás. No total, possuía cerca de quatro mil alqueires de terra, nos quais criava seis mil cabeças de gado.

Além disso, tinha vários imóveis em Goiânia, entre eles um prédio de três andares que chegou a hospedar um shopping center e um terreno de quinze alqueires dentro da cidade, próximo ao aeroporto. 

O grosso dos rendimentos do cantor vinha dos cachês de shows da dupla, que oscilavam entre 35 mil e cinquenta mil reais por apresentação. As várias campanhas publicitárias que Leandro & Leonardo protagonizaram também renderam um bom dinheiro.



Doença e morte

Foi durante uma pescaria, numa de suas fazendas no estado do Tocantins, em 19 de abril de 1998, que a vida de Leandro começou a mudar. 

No momento em que puxava o molinete de sua vara de pescar, ele sentiu uma dor aguda nas costas. Voltou para São Paulo, onde iria passar o feriado de 21 de abril com amigos, num sítio no município de Cotia, a 25 quilômetros da capital.

Após ser encontrado desmaiado enquanto tomava banho, foi levado ao hospital da cidade para tirar uma radiografia do tórax. 

O diagnóstico foi divulgado no dia 27 de abril, durante entrevista coletiva no hotel Sheraton Mofarrej, em São Paulo. Na radiografia, apareceu uma mancha sobre o pulmão direito, do tamanho de uma laranja.

Era o primeiro indício do diagnóstico que seria confirmado cerca de duas semanas depois, no dia 8 de maio, por médicos no hospital da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, Estados Unidos, onde foi detectado que seu tumor era maligno e se desenvolveu em seu tórax.

O cantor goiano sofria de um tipo de câncer de pulmão raríssimo, conhecido por tumor de Askin, localizado no seu pulmão direito. Na ocasião, o cirurgião torácico do hospital São Luiz, Alli Esgaib, disse que as dores não estavam relacionadas ao tumor. 

O tumor cresceu de forma extremamente rápida, comprometendo o coração e os pulmões, afetando brônquios, veias e também as artérias do coração.

No dia 18 de maio, Leandro passou por duas cirurgias, além de reiniciar a terceira etapa do tratamento quimioterápico. Leandro foi submetido à colocação de uma prótese, chamada stent, no interior da veia cava superior (que leva o sangue venoso da cabeça ao coração), que estava sendo comprimida pelo tumor.

Depois, ele passou por uma "embolização", para obstruir algumas artérias que alimentam o tumor no sangue. Fontes do Hospital São Luiz revelaram que não houve metástase, ou seja, o tumor não se espalhou por outros órgãos do cantor.

No dia 8 de junho, Leandro fez sua última aparição pública. Na varanda do apartamento, já sem os cabelos por causa da quimioterapia, o cantor acenou para os fãs enrolado em uma bandeira verde e amarela para torcer pela Seleção Brasileira na Copo do Mundo daquele ano..

Uma semana depois, no dia 15 de junho, o cantor sofreu uma parada cardiorrespiratória em seu apartamento no Itaim Bibi, zona sudoeste de São Paulo, e foi levado às pressas para a UTI do Hospital São Luiz, onde permaneceu sedado e respirando com a ajuda de aparelhos.

Leandro morreu às 0h10 de 23 de junho de 1998, com falência múltipla dos órgãos, segundo médicos do Hospital São Luiz. O corpo foi velado na Assembleia Legislativa de São Paulo, onde mais de 25 mil fãs compareceram para dar o último adeus ao cantor.

Políticos, como o então Vice-presidente da Republica Marco Maciel, o senador Eduardo Suplicy, e o então e o então Prefeito de São Paulo Celso Pitta compareceram ao velório. Personalidades como Padre Antonio Maria, Carla Perez, Hebe Camargo e muitos outros famosos.

Em Goiânia, onde foi sepultado, o corpo de Leandro foi levado ao Cemitério Parque Jardim das Palmeiras, acompanhado por um cortejo de 150 mil pessoas. 

Estima-se que lá, sessenta mil delas passaram em frente do caixão do cantor durante o velório. Leandro recebeu honras do governador do Estado quando seu caixão foi carregado por cadetes do Exército até o túmulo.

A comoção pela morte foi tamanha que a cobertura de seu funeral foi priorizada pelas emissoras televisivas Globo, Bandeirantes, SBT, Manchete e Record em detrimento de uma partida da Copa do Mundo daquele ano, entre França e Dinamarca. 

A Record sequer exibiu esse jogo, enquanto as demais transmitiram somente o segundo tempo. A morte de Leandro também foi noticiada pelo principal jornal dos estados Unidos, The New York Times.