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sexta-feira, dezembro 16, 2022

Velho

Cheguei ao fim do caminho, as mãos cheias de nada os pés carregados de espinhos a pele por demais enrugada.

As forças fugiram de mim, ao meu encontro, as saudades neste mundo de cão, invento pedaços de chão, invento novas verdades.

Olho para dentro de mim, vejo-me triste, moribundo, sinto-me tão perto do fim, sinto-me tão perto do fundo.

Meu olhar procura um outro olhar e todos passam ao meu lado sem me ver, já não tenho mais com quem falar, os dias passam tão devagar, eu já morri antes de morrer.

Sou velho, estou velho, mas meu coração ainda bate no meu peito a vida passou de fugida, eu já entorno a comida, mas ocupo meu lugar, por direito.

Sou velho, estou velho. Não sou pedra, não sou muro, sou apenas o futuro, sou apenas, vosso espelho.

José Carlos SC - Art: (Nahidh Salman)



 

Ostra

Ostra é o nome comum usado para designar um número de grupos diferentes de moluscos que crescem, em sua maioria, em águas marinhas ou salobras. As ostras verdadeiras pertencem à ordem Ostreoida, família Ostreidae. As ostras têm um corpo mole, protegido dentro de uma concha altamente calcificada, fechada por fortes músculos adutores. As brânquias filtram o plâncton da água.

A ostra tem uma forma curiosa de se defender. Quando um parasita invade seu corpo, ela libera uma substância chamada madrepérola, que se cristaliza sobre o invasor impedindo-o de se reproduzir. Depois de cerca de três anos esse material vira uma pérola. Sua forma depende do formato do invasor e sua cor varia de acordo com a saúde da ostra.

Um número de outros moluscos que não caem dentro desses grupos tem nomes comuns que incluem a palavra "ostra", porque elas ou têm o gosto de ou parecem ostras, ou porque elas produzem pérolas detectáveis.

Exemplos incluem a família Spondylidae das ostras espinhosas e a ostra-peregrina, um tipo de vieira. As ostras são organismos filtradores de fitoplâncton, pode-se entender como microalgas, a filtração ocorre por meio das brânquias, dispersas ao longo de seu corpo em pares, os resíduos dessa filtração são chamados de pseudofezes, e em locais de cultivo, pode apresentar problemas como a diminuição da profundidade do local, e o acúmulo de matéria orgânica particulada.

Biologia

Atualmente, a cultura da ostra-plana (Ostrea edulis) e da ostra-portuguesa (Crassostrea angulata) é muito limitada na Europa, devido à super exploração e a doenças que dizimaram estas espécies. Oriunda do Japão, a ostra-gigante (Crassostrea gigas) foi introduzida na Europa na década de 1970.

Graças ao seu crescimento rápido e à sua grande capacidade de adaptação a diferentes meios, a ostra-gigante é atualmente a ostra mais cultivada em todo o mundo, nomeadamente na Europa. No entanto, esta espécie regista presentemente índices de mortalidade significativos em diversos Estados-Membros.

Começou a reproduzir se naturalmente nos Estados-Membros do norte da União, em que anteriormente não se reproduzia, originando incrustações em algumas regiões costeiras. Muitas espécies de ostra são hermafroditas e mudam de sexo, amadurecendo primeiro como machos e em seguida como fêmeas.

A reprodução depende da temperatura e da salinidade da água. Antes de se fixarem, as larvas atravessam uma fase pelágica, durante a qual as correntes as podem dispersar por uma vasta área. Mudam então de forma, assumindo as formas juvenis de molusco bivalve apresentadas supra. As ostras alimentam se por filtragem da água.

A produção é iniciada com a captação de sementes (larvas de ostra) no meio natural. Para as capturar, os ostreicultores utilizam coletores colocados em locais estratégicos. Quando as larvas atingem alguns milímetros de comprimento, são retiradas dos coletores e ficam prontas para serem criadas.

Contudo, atualmente, uma parte importante das larvas de ostra utilizadas em aquicultura provém de maternidades, permanecendo a unidade populacional de reprodutores em instalações no mar. As ostras libertam os gametas na primavera, quando a temperatura da água é elevada. As larvas são introduzidas em tanques com circuito fechado e alimentadas com algas cultivadas.

Quando as larvas estão prestes a fixar se a um suporte, é introduzido no tanque um suporte de fixação novo e sólido para «recolher» as ostras. O método de cultura de ostras utilizado é definido em função do ambiente (amplitude das marés, profundidade da água, etc.) e da tradição. Na costa atlântica de França, as ostras são produzidas essencialmente em «sobre-elevação»: as ostras são colocadas em sacos de rede de plástico fixados a placas colocadas na baixa mar.

A «cultura sobre o solo», em que as ostras são colocadas diretamente na baixa mar ou em águas pouco profundas, é menos praticada do que a cultura em sobre-elevação. A «cultura em suspensão», em que as ostras são criadas em cordas, como o mexilhão, é praticada na Espanha e é adequada para a cultura em águas sem marés ou ao largo.

Outro método utilizado é a «cultura em águas profundas», em que as ostras são colocadas em parques que podem atingir 10 m de profundidade. As ostras atingem o seu tamanho comercial ao fim de 18 a 30 meses. Os métodos de recolha variam em função do tipo de cultura: as ostras cultivadas em sobre-elevação são recolhidas removendo as bolsas das placas; as ostras cultivadas sobre o solo são apanhadas na baixa mar com recurso a ancinhos ou por dragagem (se a altura da água o permitir); as ostras cultivadas em águas profundas são apanhadas com dragas.

A nível mundial, da aquicultura pode responder por 97 % da produção total de ostras. A China é, de longe, o maior produtor, com 80 % da produção mundial total, seguida da Coreia, do Japão, dos Estados Unidos e da União Europeia. A União Europeia é autossuficiente em ostras e os fluxos comerciais com países terceiros são insignificantes. O comércio entre países da União é também pouco importante, estando praticamente limitado aos fluxos de França para Itália. O mercado francês é o maior mercado de ostras da União.

Portugal produziu, em 2011, cerca de 864 toneladas de ostra (C. gigas e C. angulata) com o desenvolvimento da produção Offshore é expectável que a produção venha a aumentar nos próximos anos, apesar de não existir, atualmente, qualquer maternidade em Portugal. As principais zonas de produção são as Rias de Aveiro, Alvor e Formosa e o estuário do Sado.

Assim como alguns moluscos (polvo, lula, mexilhão), lulas gigantes etc.), as ostras são usadas como alimento.

As pérolas das ostras também são bastante usadas em joias e enfeites.

A casca de ostra é usada para suplementos alimentares ricos em cálcio.



 

quinta-feira, dezembro 15, 2022

Carinho

“Se a gente soubesse o quanto o carinho salva, a atenção alimenta e a união fortalece... Não estaríamos perdendo uns aos outros todos os dias."

(Cristina Custodio)

Carinho é um gesto afetivo entre duas criaturas que pode envolver contato físico, palavras, ou simplesmente um olhar. O carinho pode ocorrer entre indivíduos indiferentemente de sexo, cor, religião e nacionalidade, ocorrendo inclusive entre pessoas e animais, ou ainda entre os próprios animais (principalmente os mamíferos de mesma espécie).

A maioria das pessoas desejam intimidade física ocasional, que é uma parte natural da sexualidade humana, uma pesquisa mostrou que isso possui benefícios para a saúde.

Um abraço ou toque pode resultar na libertação de oxitocina, dopamina e serotonina, e na redução do hormônio do estresse.

A maioria das pessoas valorizam o seu espaço pessoal e tem a sensação de desconforto, raiva ou ansiedade quando seu espaço pessoal é invadido. Entrar no espaço pessoal de alguém normalmente é uma indicação de familiaridade e intimidade.

Contudo, na sociedade moderna, particularmente nas comunidades urbanas populosas, é por vezes difícil de manter um espaço de pessoal, por exemplo, num comboio cheio, elevador ou na rua.

Muitas pessoas acham que essa proximidade física pode ser psicologicamente perturbadora e desconfortável, embora seja aceita como um fato da vida moderna. Em uma situação impessoal lotada, contato visual tende a ser evitado.



 

Não acredite...


Não acredite em qualquer coisa simplesmente porque você escutou. Não acredite em qualquer coisa simplesmente porque foi dito e fofocado por muitos.

Não acredite em qualquer coisa simplesmente porque foi encontrado escrito em seus livros religiosos.

Não acredite em qualquer coisa meramente na autoridade de seus professores e anciãos. Não acredite em tradições porque elas foram passadas abaixo por gerações.

Mas após observação e análise, quando você descobre que qualquer coisa concorda com a razão e é condutivo ao bem e benefício de um e todos, então aceite e viva para isso.

Siddartha Gautama (o Buda)

Insônia - Pode aumentar os riscos de acidentes

Insônia - Pode aumentar os riscos de acidentes - Embolsamos estrelas em sacos quebrados e assim temos motivos para voltar ao céu a juntá-las; Insônia sem estrelas não seria uma boa insônia.

Nós os revelados, nos apoderamos da lua, acreditamos que o céu é nosso e sonhamos acordados o que desejamos até dormindo.

 (Águeda Dabor)

insônia é uma perturbação do sono caracterizada por dificuldade em adormecer ou manter-se adormecido durante o tempo desejado. No dia seguinte, a pessoa geralmente apresenta sonolência, falta de energia, irritabilidade e depressão. 

As insónias podem aumentar o risco de acidentes rodoviários e problemas de concentração e aprendizagem. As insónias podem ser de curta duração, durando dias ou semanas, ou de longa duração, com duração superior a um mês.

As insónias podem ocorrer de forma independente ou ser uma consequência de outro problema. Entre as condições que podem ser causa de insónias estão o stresse psicológico, dor crônica, insuficiência cardíaca, hipertireoidismo, azia, síndrome das pernas inquietantes, menopausa, alguns medicamentos e substâncias viciantes como a cafeína, nicotina e álcool. 

Entre outros fatores de risco estão o trabalho por turnos e a apneia do sono. O diagnóstico tem por base os hábitos de sono ou exames a possíveis causas. Os questionários geralmente interrogam se a pessoa sente dificuldades durante o sono e se tem dificuldades em adormecer ou manter-se adormecida.

O tratamento inicial das insónias consiste geralmente em higiene do sono e alterações no estilo de vida. Entre as práticas de higiene do sono estão deitar-se sempre à mesma hora, manter o quarto sossegado e escuro, praticar exercício físico com regularidade e apanhar luz do sol com regularidade. 

Em alguns casos pode ser aconselhada terapia cognitivo-comportamental. Embora os medicamentos para dormir possam ajudar, este tipo de medicamentos está associado a dependência psicológica, lesões e demência. 

O tratamento com medicamentos não está recomendado para durações superiores a quatro ou cinco semanas. Não está demonstrada a eficácia ou segurança de quaisquer tratamentos de medicina alternativa.

Em qualquer momento no tempo, entre 10 a 30% dos adultos são afetados por insónias. Cerca de metade das pessoas apresenta pelo menos um episódio de insónias por ano. Cerca de 6% da população apresenta insônias que não são causadas por outros problemas e com duração superior a um mês. 

A insónia é mais comum entre as pessoas com mais de 65 anos de idade e mais comum entre mulheres do que entre homens. As primeiras descrições conhecidas de insônia datam da Grécia Antiga.





 

quarta-feira, dezembro 14, 2022

Frutos da Guerra

Frutos da Guerra - Durante a Segunda Guerra Mundial (1945), um menino Japonês parou em frente de uma pira de cremação e esperou pela sua vez, para cremar o seu pequeno irmão morto.

A pessoa que tirou a fotografia disse em entrevista, que a criança mordia tão fortemente os lábios para não chorar que lhe escorria sangue pelo canto da boca.

Foi então que o guarda pediu o corpo e disse: 

"Dá-me a carga que trazes às costas” e a criança respondeu: 

“NÃO É CARGA, É MEU IRMÃO" entregou o corpo virou-se e saiu...

No Japão ainda hoje, esta imagem é usada como símbolo de força.



Celebridades

Celebridade é a fama e atenção pública concedida pelos meios de comunicação a publica entre as pessoas, animais, mas geralmente é aplicada a pessoas ou grupos de pessoas (casais de celebridades, famílias etc...) que recebem esse status de fama e atenção. 

status de celebridade geralmente é associado à riqueza (geralmente conhecida como fama e fortuna), enquanto a fama através do entretenimento é geralmente associada ao status de celebridade, enquanto líderes políticos frequentemente se tornam celebridades. As pessoas também podem se tornar celebridades devido à atenção da mídia no seu estilo de vida, riqueza ou ações controversas, ou por sua conexão com uma pessoa famosa.

Histórico

Como fenômeno social, a celebridade depende da comunicação social e pode ser observada já no século XV, quando a imprensa começava a se firmar. Em 1616, ano da morte de William Shakespeare foram publicados 25 "livros noticiosos" na Inglaterra, dos quais quase 30% dedicados a figuras públicas como a rainha Isabel I.

No século XX, a sociedade de massas, aliada ao forte desenvolvimento da indústria cultural, potencializou a criação e o culto das celebridades, levando à profecia de Andy Warhol segundo a qual "no futuro, todos teriam 15 minutos de fama". 

Este fenômeno ganhou força com as mídias digitais e a internet, tanto acelerando o processo de surgimento das celebridades quanto tornando-as mais efêmeras.

Subcelebridade

O termo subcelebridade é um neologismo, usado em meios de comunicação em geral para se referir a, entre outros casos, namoradas (ou ex-namoradas) de jogadores de futebol e artistas, ex-participantes de reality shows, ou pessoas conhecidas por seus dotes físicos exagerados, a exemplo no Brasil das “mulheres frutas”. Essas pessoas são, basicamente, “famosas por serem famosas.

Diferente de uma celebridade, uma subcelebridade não é consolidada e nem tem profissão definida. 

Ela normalmente alcança fama com assuntos apelativos e exposição pessoal, de visível interesse do público, mantendo-se através de paparazzos e divulgação em meios de comunicação. Desde 2011, a mídia vem referindo-se à subcelebridade como "personalidade da mídia".

Seu equivalente em inglês é "subcelebrity".


 Andy Warhol cunhou a frase "15 minutos de fama


Os livros

Os livros santos de todos os credos são fábulas mitológicas, são narrações que foram sendo recontadas, recriadas, expurgadas, adicionadas, reinterpretadas durante milênios.

Primeiro de forma oral, depois escritos.

Eram textos sobre pedras, madeira, folhas, couros ou peles, numa linguagem precária, sempre variando conforme aquela regra: Quem conta um conto lhe acrescenta um ponto.


Livro

Livro é um objeto transportável, composto por páginas encadernadas, contendo texto manuscrito ou impresso e/ou imagens e que forma uma publicação unitária (ou foi concebido como tal) ou a parte principal de um trabalho literário, científico ou outro, formando um volume.

Em ciência da informação, o livro é chamado monografia, para distingui-lo de outros tipos de publicações como revistas, periódicos, teses, tesauros, artigos etc.

O livro é um produto intelectual e, como tal, encerra conhecimento e expressões individuais ou coletivas. Mas também é nos dias de hoje um produto de consumo, um bem. Portanto, a parte final de sua produção é realizada por meios industriais (impressão e distribuição), envolvendo também o design de livros.

A tarefa de criar um conteúdo passível de ser transformado em livro é tarefa do autor. Já a produção dos livros, no que concerne a transformar os originais num produto comercializável, é tarefa do editor, em geral contratado por uma editora.

A coleta, a organização e a indexação de coleções de livros, por outro lado, é típica do bibliotecário. Finalmente, destaca-se também o livreiro, cuja função principal é disponibilizar os livros editados ao público em geral, vendendo-os nas livrarias generalistas ou de especialidade. Compete também ao livreiro todo o trabalho de pesquisa que vá ao encontro da vontade dos leitores.

terça-feira, dezembro 13, 2022

Liberdade

A liberdade de amar não é menos sagrada que a liberdade de pensar. O que hoje se chama adultério há muito tempo se chamou heresia.

A suprema felicidade da vida é a convicção de ser amado por aquilo que você é; ou, mais corretamente, de ser amado apesar daquilo que você é.

(Victor Hugo)

Liberdade é, de maneira geral, a condição daquele que é livre. É um conceito que assume grande variedade de sentidos entre os diversos autores que se ocuparam do tema, sendo difícil atribuir um significado consensual, mesmo em seus elementos fundamentais.

Entre os sentidos possíveis, podemos apontar a capacidade de agir de si mesmo, sentindo ele mesmo que se desdobra em diferentes direções como, por exemplo, em autodeterminação, independência ou autonomia. 

Pode também ser compreendida sob uma perspectiva que denota a ausência de submissão e de servidão, própria da liberdade política, mas também pode se relacionar com a questão filosófica do livre arbítrio.

Geralmente, mas nem sempre, se opõe à concepção de mundo determinista, o pensamento de Hobbes, por exemplo, é uma importante exceção a essa oposição.

Com o fim da Guerra santa no período medieval, surge o conceito contemporâneo de liberdade.




Ladrões na igreja

Um pároco de uma igreja no interior de Minas tinha fama de ser bravo e de dar tiro se encontrasse ladrões roubando a igreja.

Todo mundo temia o padre.

Certo dia dois ladrõezinhos resolveram roubar o cofre da igreja, mesmo sabendo da fama do padre.

Entraram bem devagarzinho andando em ponta de pés e se enfiaram pelo altar, onde ficava o cofre.

O padre, ouvindo barulho, foi ver o que estava acontecendo, já de espingarda na mão, pronto pra dar tiro.

- Quem está aí? Vou atirar, pode ir saindo de mãos pro alto.

- Não atira não, seu padre, que nóis e anjo, só visitando a igreja...

- Anjo? Deixa disso, pode ir saindo - se oseis são anjo, então avua!

- Nóis ainda num sabe avua, padre, nóis ainda e fiote.




Good Nigth

A emocionante história do morador de rua mais famoso do bairro mais caro de Brasília

 Ele chegou de mansinho, foi ficando e conquistou as pessoas. Criou um vira-lata como se filho fosse. Morreu de frio, numa madrugada, ao lado do fiel companheiro, que chorou e o velou até o fim.

 Marcelo Abreu - Correio Brasiliense

 Ele era um lorde maltrapilho. E ainda assim continuava lorde. Bebeu tudo que pôde. Bebeu até cansar de beber. E de viver. Morreu de frio, ao relento, perto de uma árvore. E ainda assim morreu lorde. E não há poesia em dizer isso.

Como alguém, maltrapilho, que morre de frio, pode ser lorde? Good Night era. E da melhor qualidade. Era um lorde às avessas, sem terno bem cortado, champanhe francês, charuto ou carro importado. Era um homem que ainda emocionava aquela gente rica, de pouca conversa com estranhos e quase sempre apressada do nobre Sudoeste.

 O maltrapilho Good Night os fez pensar em si mesmos. E fez essa gente - dos que moram ali aos que trabalham na região - se render a um homem que andava com um cachorro vira-lata pelas ruas do bairro, esnobava no inglês e lia jornal achando que todas as notícias eram iguaizinhas. Good Night sabia o que dizia. Era um show. Morreu há um mês, enquanto dormia, naquela semana em que as madrugadas chegaram a registrar entre nove e 12 graus.

 The Dog, como ele chamava o cão que o velou até fim, chorou. Foi difícil tirá-lo de junto do corpo do amigo. Mas, afinal, quem era este tal de Good Night? Pouco se sabe. E tudo que se sabe foi o que ele permitiu saber. Há pelo menos 14 anos, aquele homem chegou ali. Chegou do nada, vindo do nada. O bairro nobre começava. Good Night acampou na região. Junto, trouxe uma garrafa de cachaça e um jornal debaixo do braço - companheiros inseparáveis.

 O jornal não servia de cobertor. Good Night o lia com interesse muito particular. Aos poucos, mesmo que a gente apressada não o visse, ele foi se chegando. Cumprimentava as pessoas, mesmo que a maioria não respondesse. Ria para elas, quando sentia vontade de rir. E fez do bairro a última morada. A voz grossa e meio rouca, sua característica mais marcante, não combinava com aquele tipo mirradinho. Good Night não media mais que 1,60m.

 O homem que bebia todo dia obrigou aquela gente a percebê-lo. Ele podia usar o banheiro dos prédios comerciais. Quando estava no auge dos devaneios etílicos, danava-se a falar inglês. E sacava, quando passava para cumprimentar as pessoas, suas frases de efeito: “Good Night, boys!” Ou, se era pela manhã: “Good morning, girls! I love you, girl!” Pedia licença, em inglês: “Excuse me”. E agradecia, quando lhe davam alguma coisa, também na língua do Tio Sam: “Thank you! God reward you!” (Deus lhe pague).

Não tardou para ser chamado de Good Night. E Good Night começou a quebrar o gelo daquela gente do nobre Sudoeste. Aos poucos, passou a ser visto com condescendência. Sua presença já não causava tanto incômodo. Nem medo. Nem estranheza. Nem ameaça. Quando estava sóbrio, geralmente só pelas manhãs, era de poucas palavras. Quase mudo. Lia jornal, revista, o que chegasse às suas mãos, sempre dada pela caridade alheia. E ficava horas pensando. Good Night gostava de ficar com ele mesmo.

 The Dog

 O Sudoeste cresceu. Good Night continuou ali. A avenida comercial era toda sua - especificamente as quadras 102/302 e 103/303. O mendigo virou morador do bairro mais caro da terra de JK. E, creiam, o mais popular. O mais divertido. O mais verdadeiro. Caiu no gosto das pessoas. Good Night amoleceu corações. Chegaram outros moradores de rua. Ele tornou-se uma espécie de líder. Todos lhe obedeciam. Ele nunca permitiu desordem e confusão. Levou isso até o fim.

 Há cinco anos, um cão vira-lata, feioso, de pelo vermelho, cheio de pulga, apareceu ali. Não se sabe como. Afeiçoou-se a Good Night. Ambos se adotaram. Um cuidou do outro. Um era a referência do outro. Lorde como era, Good Night batizou o animal. Chamou-o de The Dog. E, creiam de novo, ensinou o vira-lata a sorrir e cumprimentar as pessoas levantando a pata.

 O cachorro logo aprendeu a elegância do dono. Só atravessava na faixa de pedestre. Não entrava nas lojas. Não fazia cocô perto da gente elegante. E nunca, nunca brigou na rua. Na madrugada em que Good Night morreu, The Dog cuidou dele até que os bombeiros chegassem. Lambia-o. Mexia para que ele levantasse dali. Hoje, vive com uma menina moradora de rua, que cuida dele porque prometeu isso a Good Night.

 Good Night bebeu até o dia em que morreu. “Oito dias antes da morte, ele me disse que ia dar um tempo, que a bebida estava fazendo mal”, conta o cearense Antônio Aurismar Pimenta, 39 anos, o Mazinho, segurança do Edifício Rhodes Center 1, na comercial da 103 do Sudoeste. Ele trabalha na região há 14 anos. “Comecei como açougueiro. E, desde que vim pra cá, conheço o Good Night. Ele era uma pessoa muito boa, todo mundo gostava dele.”

 Saudoso, Mazinho lembra as tiradas pitorescas de Good Night: “Ele gostava de falar umas coisas em inglês. Era inteligente, parecia ser estudado. Sempre beijava a mão da síndica e chamava-a de condessa. Nunca perturbou a vizinhança e ainda exigia que os outros moradores não perturbassem também. Ele era o xerife de todos eles”.

 O porteiro Eliézio Cardeal, maranhense de 38 anos, há 13 naquele endereço, elogia o carisma que Good Night despertou nos moradores e na gente que trabalha na região: “Do rico do pobre, todo mundo gostava dele. Era inteligente. Falava de política melhor do que os políticos. E me explicava muita coisa. Vai fazer falta por aqui”.

 Pouco se sabe de Good Night. Desconfia-se que ele seria carioca. Pelo sotaque cheio de ‘s’. Contam que ele teria parado na rua por conta de um acidente de carro, onde morreram a mulher e os dois filhos. Seria ele o motorista. Há quem tenha ouvido que ele teria sido funcionário da falida Encol. Que uma desilusão amorosa o levou às ruas. Que seria formado em direito. E que teria parentes no nobre Sudoeste, na 102.

 Pouco importa o que Good Night teria sido. Ele foi o lorde do Sudoeste. Fez gente tão distante dele olhar pra ele. E isso já seria seu melhor currículo. “Ele falava umas línguas que eu não entendia”, espanta-se, até hoje, o lavador de carros Maikon Michel Santos, 21 anos. E emenda: “Mas era humilde com as pessoas”.

 Na Confeitaria Monjolo, na 103, as funcionárias tinham ordem para dar um salgado pra ele. “A dona deixava. Ele era boa pessoa”, diz a caixa Cristiane Santos, 21 anos. Iolanda Lucena, 20, balconista da padaria Pães e Vinhos, tenta imaginar o que levou aquele homem a perder-se dele mesmo. “A gente percebia que teve uma condição boa na vida. Talvez sofreu uma decepção, teve depressão”.

 No restaurante Nautilus, Good Night fez muitos amigos. E foi responsável por muitas gargalhadas.“Ele só não gostava de madames. Principalmente as peruas. Imitava todas elas e a gente morria de rir. Era uma graça”, lembra a atendente Elma Veloso, 25 anos. “Tinha gente que chamava ele para se sentar e conversar. Uma doutora que trabalha aqui fazia muito isso”, diz o garçom Fábio Bonfim, 18.

 José Lucimar Ribeiro, 31 anos, também atendente, admirava a honestidade dele: “Ele nunca pedia nada. Quando pedia, era um real. E falava: ‘É pra comprar cachaça mesmo. Não é pra comida, não’. Ele nunca enganou ninguém”. Na tarde de ontem, Otalino Firmino, 63, morador da 304, soube da morte de Good Night no supermercado São Jorge. Levou um susto: “Caraca, ele morreu?”. Era uma figura. Ia comprar pão e a gente conversava”.

 Good Night era tão Good Night que nunca aceitou ir para abrigo do governo. “Tentamos várias vezes, mas ele não aceitava”, conta a ex-diretora de serviços da Administração Regional do Sudoeste, Ivana Natividade, 46 anos, que cuidava do projeto Anjos da Noite. E elogia: “Ele tinha cultura, era diferente dos outros”.

 O dono do chique restaurante San Lorenzo, na 103, Carlos José de Moura, 47, tornou-se uma espécie de protetor de Good Night, um homem de 60 anos, cabelos brancos e pele clara castigada pelo sol do Planalto Central. “A maneira de se expressar dele me fez perceber que ele tinha conhecimento. A concordância verbal era perfeita.” Carlos procurou descobrir por que aquele homem havia parado na rua e se largado tanto. “Tentei resgatar o passado dele, mas ele me dizia que não gostava de falar disso. Talvez o mistério desse passado seja o início dessa fuga. Não quis mais entrar no mérito.”

 Good Night contou a Carlos José que se chamava Frederico. Naquele dia, Fred - como os mais íntimos o chamavam - entrou no seu restaurante e comeu sempre que quis. “Uma vez, um playboy acusou o Fred de ter roubado o CD-player do carro dele. Foi lá, no saco de latinha que ele carregava, e chutou tudo. Eu me meti e disse que ele jamais teria feito aquilo. E não fez.”

 Ao lado de Carlos José, Good Night sentiu-se forte. Encarou o playboy do Sudoeste e devolveu: “Você tá pensando que não conheço as leis que me protegem?” E continuou, cheio de si: “Vou agora ao seu carro, anotar a placa e dar pro meu advogado. Ele vai te procurar”. Dá-lhe, Good Night! O playboy? Saiu sem dizer mais nada. Envergonhou-se do papelão e vazou. “Naquele dia, ele me disse: ‘Você me fez sentir gente’. Nossa amizade nasceu ali.” Emocionado, o dono do restaurante badalado admite: “Só me arrependo de não ter resgatado a história dele”. E agradece: “Ele me ensinou que a vida estava sempre boa”.

 E assim Good Night viveu. Encantou quem se deixou ser encantado. Fez piada de si mesmo. Riu dele e da hipocrisia dos muitos ricos. Ensinou The Dog a atravessar só na faixa, a não sujar o chão e a cumprimentar as pessoas. Bebeu todas. Fez uma gente olhar pra ele. E, numa madrugada, morreu de frio, ao lado do seu fiel companheiro, que chorou sua morte. Viva, Good Night!