Após quase uma
década de negação, antes de sua execução em 1989, ele confessou trinta
homicídios em sete estados de 1974 a 1978. O real número de vítimas, contudo,
pode ser bem maior.
Bundy era considerado um homem bonito e carismático,
traços que ele utilizava para conquistar a confiança de suas vítimas e da
sociedade.
Bundy se aproximava de suas vítimas em locais públicos, fingindo
lesão ou incapacidade, ou fingindo ser uma figura de autoridade, antes de
ataca-las e deixa-las inconscientes e as levava a locais reclusos para
estuprá-las e depois matá-las.
Às vezes ele
retornava a cena dos crimes, ajeitando o local e tendo relações sexuais com os
cadáveres em decomposição até a fase de putrefação ou outros
acontecimentos, como animais selvagens mexendo nos corpos, que o impedisse de
continuar.
Ele decapitou ao menos doze vítimas e manteve algumas das
cabeças em seu apartamento como lembranças. Em algumas ocasiões, ele
invadiu a casa de suas vítimas à noite e as espancava enquanto dormiam.
Em 1975, Bundy foi preso pela primeira vez, sendo
capturado pelas autoridades de Utah por sequestro e tentativa de agressão
criminosa. Ele então se tornou suspeito de uma longa lista de homicídios que
aconteceram em vários estados.
Enfrentando acusações de assassinato em
Colorado, ele orquestrou duas engenhosas fugas e voltou a cometer crimes na
Flórida, incluindo três homicídios, antes de ser recapturado em definitivo em
1978.
Pelos
homicídios cometidos na Flórida, ele recebeu três sentenças de morte em dois
julgamentos.
Durante seus julgamentos, Bundy, formado em direito e psicologia,
agiu como seu próprio advogado em vários momentos, concedeu entrevistas a
jornalistas e atraiu enorme atenção da mídia por sua eloquência e carisma.
Ele tentou
utilizar este interesse midiático ao seu favor, ao passo que resistia a
confessar seus crimes, numa tentativa de adiar sua execução.
Contudo, Bundy foi
levado para a cadeira elétrica, na Prisão Estadual da Flórida em Raiford, e
executado, em 24 de janeiro de 1989.
A biógrafa Ann Rule, que havia trabalhado com Bundy, o
descreveu como um “sociopata sádico” que tirava prazer da dor de outros
seres humanos e do controle que exercia sobre suas vítimas, ao ponto da morte,
e até depois."
Uma vez, Bundy se autoproclamou "o filho da mãe
de coração mais frio que você já conheceu." O advogado Polly Nelson,
um membro do seu último time de defesa, escreveu que ele era "a própria
definição do mal sem coração."
Ted foi criado
pelos avós que se passavam por seus pais adotivos. Sua mãe, Eleanor Louise
Cowell, era apresentada como se fosse sua irmã, o que só mudou quando esta
encontrou o homem que se tornaria o padrasto de Ted e que lhe daria o sobrenome
Bundy.
Sua infância, na casa dos avós, também teria tido outro problema: ele
convivia com as explosões de violência do avô, que muitas vezes agredia a avó.
Ainda segundo a Galileu, durante o ensino médio, ele
teria sido investigado por roubo duas vezes e, quando adulto, chegou a
trabalhar numa linha telefônica de prevenção ao suicídio e no comitê anticrime
de Seattle, no qual um dos projetos envolvia a prevenção ao estupro.
Ele também
teria tido uma namorada por um longo tempo, chamada Elizabeth Kloepfer. Tina, a
filha de Elizabeth, teria sido tratada como filha por Ted.
"Foi em 1974 que meninas começaram a desaparecer dos
campos universitários nos estados de Washington e Oregon, região vizinha à casa
de Bundy. No outono daquele ano, o jovem resolveu começar a estudar direito na
Universidade de Utah e, não por coincidência, diversas estudantes de lá foram
sequestradas, abusadas e mortas.
Um dos ataques ocorreu contra Carol DaRonch,
que felizmente conseguiu escapar e contatar a polícia. A estudante deu às
autoridades uma descrição do homem, do Volkswagen que ele dirigia e uma amostra
de seu sangue que ficou em sua jaqueta durante a luta.
Poucas horas após o
ataque de DaRonch, Debbie Kent, de 17 anos, desapareceu. Nessa época, pedestres
descobriram um “cemitério de ossos” em uma floresta de Washington e, após
análises, foi constatado que os corpos pertenciam a mulheres desaparecidas em
Washington e Utah. Investigadores de ambos os estados se comunicaram e
elaboraram um perfil e esboço composto de um homem chamado "Ted”", publicou a Revista Galileu em agosto de
2019.
Uma vez que
ele atraía suas vítimas para a porta do carro, muitas vezes dizendo precisar de
ajuda para carregar compras ao aparecer com uma muleta ou o braço engessado.
Ted batia nas vítimas e levava-as embora para reservadamente desfrutar de suas
mortes.
Ele preferia matar mulheres jovens e brancas (uma de suas vítimas, no
entanto, tinha apenas 12 anos de idade), com cabelos longos e lisos repartidos
ao meio e atacava suas vítimas com objetos rombudos.
A revista Galileu escreveu: "O modus
operandi de Bundy evoluiu em organização e sofisticação ao longo do tempo,
como é típico dos assassinos em série, de acordo com especialistas do FBI.
Logo
no início, consistia na invasão de uma casa durante a noite, seguida de um
ataque violento enquanto a vítima dormia. À medida que sua “metodologia”
evoluiu, Bundy tornou-se progressivamente mais organizado em sua escolha de
vítimas e cenas de crime.
Uma vez perto ou dentro de seu carro, a vítima era
dominada, espancada e algemada antes de ser abusada e estrangulada."
Ele admitiu ter mantido alguns corpos em seu
apartamento por um período antes de descartá-los, tendo chegado a decepar a
cabeça de 12 destes corpos com uma serra.
No caso de Donna Manson, por exemplo,
Ted teria utilizado a lareira de sua ex-namorada Kloepfer para incinerar a
cabeça decepada.
Quando os
corpos não eram guardados, eram levados para locais pré-selecionados, muitas
vezes a uma distância considerável de onde havia sequestrado as vítimas. No
local de desova do corpo, Ted removia e queimava as roupas das vítimas.
Ele
também cometia necrofilia, voltando aos corpos para vestir, maquiar, pintar as
unhas e até tirar fotos.
Ted admitiu que tinha "um apetite insaciável por
pornografia violenta".
Algumas de suas vítimas conhecidas e citadas pela imprensa
são: Caryn Llene Campbell, Donna Gail Manson, Kimberly LaFouche, Kimberly Diane
Leach, Roberta Kathleen Parks, Karen Sparks, Lynda Ann Healy, Susan Elaine
Rancourt, Brenda Carol Ball, Georgann Hawkins, Janice Ott, Denise Marie
Naslund, Nancy Wilcox, Melissa Smith, Laura Ann Aime, Carol DaRonch, Debra Jean
Kent, Julie Cunningham, Denise Lynn Oliverson, Lynette Dawn Culver, Susan
Curtis, Lisa Levy, Margaret Bowman, Kathy Kleiner, Karen Chandler, Cheryl
Thomas e Leslie Parmenter.
Primeira detenção - Utah
Em 1974, ele foi preso por
um oficial de trânsito quando tentou fugir de um procedimento padrão.
Alcançado, os oficiais encontraram algemas, um picador de gelo, um pé-de-cabra,
uma meia-calça com buracos para os olhos e outros itens questionáveis em seu carro.
Ted foi preso por suspeita de roubo, mas depois acabou acusado e condenado pela
tentativa de sequestro de Carol DaRonch, e teria sido julgado pela morte de
Caryn Campbell, se não tivesse conseguido fugir da prisão em dezembro de 1977,
depois de duas tentativas anteriores falharem.
Detenção definitiva - Flórida
Em fevereiro de 1978, uma
semana depois de ter assassinado Kimberly Leach, de 12 anos, ele foi parado
pela polícia em Pensacola.
Como dirigia um carro roubado, acabou preso. A
polícia, que o procurava, então ouviu diversas testemunhas e encontrou
evidências físicas que o ligavam a três assassinatos, dentre elas um molde
feito a partir das marcas de mordidas encontradas no corpo de uma das vítimas
da Chi Omega. No caso de Kimberly Leach, também foram encontradas fibras da
roupa de Ted na cena do crime.
Ted defendeu-se em
julgamentos em Utah, Colorado e Florida, enquanto a polícia tentava reunir
o rastro de jovens mortas que conduzisse até ele. Durante seus vários
julgamentos, um Ted Bundy muito seguro de si se defendeu, recebendo elogios e
uma legião de admiradores.
Depois de várias apelações,
Bundy foi eletrocutado pelo estado da Flórida em 1989. Para sua última refeição
ele pediu bife, ovos, pão e café, mas a recusou porque não estava com fome.
Segundo a Galileu, suas
últimas palavras foram: "Jim e Fred, eu gostaria que vocês dessem
meu amor à minha família e amigos". (Jim Coleman era um de seus
advogados e Fred Lawrence era o ministro metodista que rezara com Bundy durante
a noite).
Ted havia sido condenado
pelo assassinato de 36 mulheres, mas a polícia estima que o número possa chegar
a até 65. Segundo as autoridades, seu primeiro assassinato teria sido aos 14
anos, quando teria matado um vizinho de 8 anos.
Em setembro de
2019, Cheryl Thomas e Karen Pryor, as duas vítimas que conseguiram sobreviver
ao ataque na Universidade Chi Omega, falaram durante o programa The Dr. Oz Show.
O The Sun reportou que Karen disse que ele havia quebrado
todos os ossos de sua face, mas mesmo assim ela teria conseguido se defender,
tendo então o braço quebrado.
Ela também
falou que foi salva pelos vizinhos, que teriam "ouvido algo errado
em sua casa" e tentaram ligar para ela. Bundy teria então fugido
e os vizinhos, chamado a polícia.
Ted virou tema de filmes, documentários e séries e
mesmo 30 anos depois de sua morte, segundo a BBC, "ainda intriga
os EUA".