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quarta-feira, março 22, 2023

Operação Valquíria de Stauffenberg


Claus Philipp Maria Schenk Graf von Stauffenberg nasceu em Jettingen-Scheppach, Alemanha no dia 15 de novembro de 1907. 

Foi um oficial do exército alemão mais conhecido por sua participação na liderança do Atentado de 20 de julho de 1944, que tentou assassinar Adolf Hitler e remover o Partido Nazista do poder (Operação Valquíria).

Junto com outros oficiais, como Henning von Tresckow e Hans Oster, ele era uma das figuras centrais da Resistência Alemã dentro da Wehrmacht. Após o fracassado atentado contra Hitler, ele e outros conspiradores foram executados pelos nazistas.

Carreira Militar

O nome completo de Stauffenberg era Claus Philipp Maria Justinian, seguido do título Conde de Stauffenberg. 

Pertencia a uma família nobre da Baviera, tradicionalmente católica, mais precisamente ligada ao antigo Reino de Wurttemberg, detentores do título nobiliárquico de graf, que na nobreza latina equivale-se ao conde. 

Seus pais eram Alfred Schenk Graf von Stauffenberg e Caroline Schenk Gräfin von Stauffenberg.

Claus era um intelectual e estudou literatura e história antes de se juntar ao exército alemão. Foi o oficial alemão mais jovem a chegar ao posto de coronel, sendo uma estrela em ascendência no exército (Heer) das forças armadas alemãs (a Wehrmacht).

É sabido que Stauffenberg concordava com alguns aspectos da ideologia nacionalista do Partido Nazista alemão, chegando a apoiar a invasão da Alemanha contra a Polônia. 

Ele ainda foi ouvido fazendo comentários antissemitas e expressou apoio pelo uso de mão de obra escrava polonesa. 

Ainda assim, ele já era conhecido por não ser um simpatizante entusiasmado, expressando repugnância com várias ideologias nazistas e se recusou a se tornar um membro do partido.

 Stauffenberg vacilava entre o seu desgosto pessoal por Hitler e o respeito pelo que o Fuhrer havia feito com o país, rearmando o exército e reerguendo a nação. 

Mas, testemunhando o tratamento dispensado aos judeus alemães, e a supressão religiosa ofenderam o senso de catolicismo e moralidade de Stauffenberg.

Foi ferido num ataque aéreo em 7 de abril de 1943 na campanha Norte-Africana quando servia no Afrika Korps. Perdeu dois dedos da mão esquerda, a mão direita e o olho esquerdo, além de graves ferimentos no joelho.

Conspiração

Stauffenberg, junto com outros vários militares alemães que já não suportavam as ordens de Hitler, organizou um atentado a bomba contra o mesmo. Tinham em mente levar duas pastas com explosivos a uma reunião militar onde ele estaria presente. 

Todo projeto foi coordenado com ajuda de cúmplices que aguardariam Stauffenberg colocar os dispositivos próximos a Hitler. Antes da explosão, ele forjaria uma saída inesperada da sala, alegando querer dar um telefonema.

Foi um dos principais articuladores deste malsucedido atentado que tentou remover o líder nazista do poder. 

A tentativa de matar Hitler aconteceu em seu quartel-general, conhecido como a " Toca do Lobo” situado nas proximidades de Rastenburg (atualmente Kętrzyn, junto à aldeia à época chamada Görlitz hoje Gierłoż na Prússia Oriental, atual território da Polônia).

O fracasso

Stauffenberg carregou consigo as duas pastas com 1 kg de explosivos cada uma, sendo que só conseguiu levar uma das bombas à sala de reunião onde ocorreu o atentado. 

Os explosivos foram preparados para simularem o efeito de uma bomba britânica. Isto foi feito para encobrir a ação dos conspiradores. Uma grande e pesada mesa de madeira de carvalho protegeu o Fuhrer da explosão.

Entre 11 feridos e 4 mortos, Hitler teve apenas ferimentos leves. Enquanto recebia socorro médico, Hitler disse: "eu sou imortal".

Horas mais tarde, Hitler recebeu Benito Mussolini no local. O duce fica impressionado com os estragos causados pela explosão. Mas o líder italiano vê um bom presságio no fato de Hitler ter sobrevivido.

Traição

Este mal sucedido atentado custou a vida do Coronel von Stauffenberg e de outros conspiradores que se encontravam em Berlim. Foram traídos por um cúmplice o general Friedrich Fromm. Ao saber que Hitler tinha sobrevivido, 

Fromm denunciou seus companheiros como os Generais Friedrich Olbricht, Hoepner, Erwin von Witzleben (posteriormente enforcado), o Coronel Mertz e o Tenente Werner von Heaften, os quais foram fuzilados naquele mesmo dia, após julgamento sumário.

No dia seguinte, uma lista com nomes do futuro governo da Alemanha pós-Hitler foi encontrada no cofre de Fromm. Esta era a prova de que ele participara do atentado e tentativa de golpe de estado. 

O ministro Albert Speer, em vão, tentou interceder em seu favor. Friedrich Fromm foi condenado a morte e fuzilado em 12 de março de 1945.

Conforme apresentado no filme The Desert Fox: The Story of Rommel, o outro suspeito de participar da conspiração, o Marechal de Campo Erwin Rommel, conhecido como a “Raposa do Deserto", foi concedida a opção de suicidar-se, de que ele fez uso.

Morte

Claus von Stauffenberg disse à sua família:

"se eu conseguir, serei chamado pelo povo alemão de traidor, mas se eu não conseguir, estarei traindo minha consciência".

Atualmente Von Stauffenberg é considerado o modelo de soldado alemão pelo Bundeswehr: "um cidadão fardado".

Foi fuzilado nas primeiras horas do dia 21 de julho de 1944 no Bendlerblock de Berlim. Diante do pelotão de fuzilamento, suas últimas palavras foram:

– "Es lebe das heilige Deutschland! (Vida Longa para a sagrada Alemanha!)"

Encontra-se sepultado no Memorial para a Resistência Alemã, na Stauffenbergstrasse, Berlim, Alemanha.





 

 

Ilha



Ilha não é só um pedaço de terra cercado d'água por tudo que é lado.

Ilha é qualquer coisa que se desprendeu de qualquer continente.

Por exemplo: um garoto tímido abandonado pelos amigos no recreio, é uma ilha.

Um velho que esperou a visita dos netos no Natal e não apareceu ninguém, é uma ilha.

Até um cara assoviando leve, bem humorado, numa rua cheia de trânsito e stress, é uma ilha.

Tudo na gente que não morreu, cercado por tudo o que mataram, é uma ilha.

Até a lágrima é ilha, deslizando no oceano da cara.

Osvaldo Montenegro

Ponte de Oresund

Ponte de Oresund em dinamarquês ou Ponte de Oresund em sueco é uma ponte que liga a Dinamarca à Suécia, mais exatamente Copenhague a Malmo, através do estreito de Oresund. Com 7845 metros de comprimento, é a maior ponte rodo ferroviária da Europa de altura do vão acima do nível da água.

Nome

Na Suécia e na Dinamarca, a ponte é mais frequentemente referida como Öresundsbron ou Øresundsbroen, respectivamente. A própria empresa insiste em Øresundsbron, um compromisso entre as duas línguas, que simbolizaria uma identidade cultural comum da região.

O complexo rodo ferroviário de 16 km, composto por 3 partes - a ponte (7845 m), o túnel submarino (3510 m) e a ilha artificial de Pepparho (4055 m), é oficialmente designado por "Ligação de Øresund" (em dinamarquês: Øresundsforbindelsen, em sueco: Öresundsförbindelsen).

História

A construção começou em 1995. O último ponto foi construído em 14 de agosto de 1999. O custo total da obra foi de R$ 5,7 bilhões de dólares, pagos 50% por cada um dos dois países por ela interligados. 

O Príncipe herdeiro Frederico da Dinamarca e a Princesa herdeira Vitória da Suécia, se encontraram no ponto exato do meio da ponte para celebrar sua conclusão. A inauguração oficial foi em 1 de junho de2000, com a rainha Margarida II da Dinamarca e com o rei Carlos XVI da Suécia.

A ponte foi aberta ao tráfego mais tarde nesse dia. Antes da inauguração, 79.871 corredores competiram na maratona de Amager (na Dinamarca) para Skane (na Suécia), em 12 de junho de 2000. A ponte foi concluída três meses antes da data prevista.

A divisão em três partes distintas, conforme supramencionado, apesar de mais cara do que uma hipotética estrutura constituída unicamente como ponte, justifica-se por duas razões principais.

Primeiramente, para substituir o trecho em túnel submarino por uma ponte, seriam necessários vãos muito largos e pilares muito elevados, dado o porte dos grandes navios que atravessam a região.

Em segundo lugar, ainda que a primeira solução fosse tecnicamente viável, o aeroporto internacional de Compenhague fica nas proximidades o que faria deste trecho hipotético um significativo risco para a aviação.

Ademais, por consequência, a parte formada pela ponte fica justamente do lado oposto à Compenhague,

Inicialmente, o uso da ponte não era tão grande como esperado, que era geralmente atribuído aos custos da travessia. Entanto, em 2005 e 2006, houve um rápido aumento do volume de tráfego sobre a ponte.

Este fenômeno pode ser devido à migração pendular entre Copenhague e Malmö, já que os custos de moradia no lado sueco eram mais baratos. A tarifa do pedágio (portagem) na época era de 260 coroas dinamarquesas, que equivaliam a 325 coroas suecas ou a 36 euros (no entanto, descontos de até 75% estão disponíveis para os utilizadores regulares).

Em 2007, quase 25 milhões de pessoas viajaram ao longo da ponte, totalizando a soma de 15,2 milhões de euros pagos nos pontos de pedágios por carros e ônibus e 9,6 milhões de euros em passagens de trem.

Características

A ponte tem um dos mais longos vãos do mundo (em 490 metros). A altura do pilar é de 204 metros. O comprimento total da ponte é de 7845 metros, que é aproximadamente metade da distância entre as terras dinamarquesas e suecas, e o seu peso é 82 mil toneladas.

Na ponte, os dois traçados ferroviários estão abaixo do tabuleiro com quatro faixas de rodagem rodoviária. A ponte tem uma folga vertical de 57 metros (187 pés), embora a maioria dos barcos de tráfego em todo o Oresund ainda passe sobre o estreito de Drogden (onde se situa o túnel). A ponte foi projetada por Arup.

Para a construção do túnel, o leito do mar foi escavado por cerca de 4 km, inclusive enfrentando dificuldades em trechos com rochas de alta dureza.

Sua estrutura é formada por 20 grandes blocos de concreto moldados em canteiros, transportados por um conjunto de balsas e assentados na rocha escavada com precisão milimétrica.

A ilha artificial, por sua vez, foi produzida a partir de rochas, areia dragada do fundo do mar e entulhos produzidos pela construção da ponte.




terça-feira, março 21, 2023

Vanusa - Cantora de Sucesso


 

Vanusa - Cantora de Sucesso - Vanusa Santos Flores, conhecida como Vanusa nasceu em Cruzeiro – SP, no dia 22 de setembro de 1947. Foi uma cantora e compositora de muito sucesso na música popular brasileira.

Filha do ex-futebolista Luís dos Santos Flores e Noêmia Albino, Vanusa nasceu na cidade de Cruzeiro, no Vale do Paraíba paulista, sendo criada nas cidades mineiras de Uberaba e Frutal.

Aos dezesseis anos, tornou-se vocalista do conjunto Golden Lions. Em uma das apresentações foi ouvida por Sidney Carvalho, da agência de propaganda Prosperi, Magaldi & Maia, que a convidou para ir a São Paulo.

Em 1966, durante os últimos anos do movimento cultural Jovem Guarda, apresentou-se no programa O Bom, de Eduardo Araújo, na extinta TV Excelsior de São Paulo. Logo, foi contratada pela RCA Victor e ganhou êxito com a canção "Pra Nunca Mais Chorar" (Eduardo Araújo e Carlos Imperial). 

O sucesso a fez participar do programa Jovem Guarda, da TV Record, em suas duas últimas edições.

Em 1968, gravou seu primeiro álbum, Vanusa, estreando ainda como compositora em três canções, uma delas em parceria com David Miranda. Cinco anos depois, em seu quarto LP, já como contratada da gravadora Continental, lançou seu maior sucesso: "Manhãs de Setembro", composta com Mário Campanha.

Em 1975, lançou outro hit: "Paralelas", uma composição de Belchior. Em 1977, protagonizou ao lado de Ronnie Von a telenovela Cinderela 77, da Rede Tupi. Vanusa participou das novelas Marron Glacê e O Amor é Nosso.

Em 1997, publicou sua autobiografia, "Vanusa - A Vida Não Pode Ser Só Isso!", pela editora Saraiva. Em 2005, participou de vários concertos comemorativos aos 40 anos da Jovem Guarda. 

Em 2015, lançou seu primeiro álbum de canções inéditas em vinte anos: "Vanusa Santos Flores", produzido por Zeca Baleiro. A cantora foi casada duas vezes, uma com o músico Antônio Marcos e outra com o ator e diretor de televisão Augusto César Vannucci.

Em março de 2009, ao participar do primeiro encontro estadual para agentes públicos na Assembleia Legislativa de São Paulo, Vanusa cantou o Hino Nacional Brasileiro de forma desafinada e errada. 

Mais tarde alegou a má interpretação por estar sob a ação de um remédio contra labirintite, errando a letra. 

No ano seguinte, a cantora voltou a ter problemas em outra apresentação, ao cantar no Parque do Idoso, em Manaus, em um evento em homenagem ao Dia dos Pais. 

Ela errou a letra de Sonhos de Um Palhaço de seu ex-marido Antônio Marcos, e para compensar o equívoco, cantou um trecho de Como Vai Você, outra canção de Antônio Marcos. Segundo ela, sempre confundia as duas canções.

Em setembro de 2020, a cantora foi internada na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital dos Estivadores, em Santos (SP), após ter apresentado quadro de pneumonia. No mês seguinte obteve alta hospitalar, depois de 32 dias de internação.

Vanusa sofria de outras doenças, como uma síndrome demencial, semelhante ao mal de Alzheimer. 

Todos esses problemas foram causados por um histórico de depressão pelo qual a artista passou durante a década de 2000, que a tornou dependente de remédios e bebidas alcoólicas.

Depois da alta hospitalar, Vanusa retornou para uma casa de repouso em Santos, onde estava morando havia dois anos. Morreu na madrugada de 8 de novembro de 2020, vitimada por uma insuficiência respiratória.

Madame de Staël



"O desejo do homem é pela mulher, mas o desejo da mulher é pelo desejo do homem."

(Madame de Staël)

Anne-Louise Germaine de Staël-Holstein nasceu em Paris no dia 22 de abril de 1766, mais conhecida como Madame de Staël, foi uma intelectual, ensaísta e romancista francesa, que presenciou em primeira mão a Revolução Francesa, a Era Napoleônica e a Restauração. 

Ao lado de Benjamin Constant, ela formou um dos casais intelectuais mais celebrados de seu tempo. Ela foi uma das mais conhecidas opositoras a Napoleão e, com sua obra Da Alemanha, despertou o interesse do restante da Europa na cultura alemã.

Ela nasceu Anne-Louise Germaine Necker filha de pais suíços em Paris. Seu pai era Jacques Necker, o banqueiro de Genebra que se tornou ministro das finanças do rei Luís XVI de França.

Sua mãe, Suzanne Curchod, filha de um pastor franco-suíço, ajudava a carreira do marido através de um brilhante salão literário e político que matinha em Paris.

A jovem Germaine Necker ganhou cedo uma reputação de inteligência viva e beleza. Ainda criança ela era vista no salão de sua mãe ouvindo, e até mesmo participando, da conversa com aquela viva curiosidade intelectual que permaneceria sua qualidade mais atraente.

Quando ela tinha 16 anos, seu casamento começou a ser considerado. William Pitt, o Jovem, foi considerado como um possível marido, mas ela não gostava da ideia de viver na Inglaterra.

Casou-se em 1786 com o embaixador sueco em Paris, o barão Erik de Stael-Holstein. Foi um casamento de conveniência que terminou em 1797 na separação formal. Tiveram, no entanto, três filhos: Auguste (nascido em 1790), que editou as obras completas de sua mãe; Albert (nascido em 1792), e Albertine (nascida em 1796).

Antes dos 21 anos, Germaine de Staël escreveu um drama romântico, Sophie, ou les sentiments secrets (1786), e uma tragédia inspirada por Nicholas Rowe, Jane Gray (1790).

Mas foi seu livro Lettres sur les ouvrages et le caractère de J.-J. Rousseau (1788; Cartas sobre a obra e caráter de J.-J. Rousseau) que a fez conhecida.

Sob a influência de seu pai, um admirador de Montesquieu, ela adotou posições políticas com base na monarquia parlamentar inglesa. Em favor da Revolução Francesa, ela adquiriu uma reputação de jacobinismo.

Sob a Convenção, o órgão eleito que aboliu a monarquia, a facção moderada dos girondinos correspondia melhor às suas ideias.

status diplomático de seu marido a protegia em Paris até 1793 quando ela se retirou para Coppet, Suíça. Foi lá que ela ganhou fama através da criação de um ponto de encontro para alguns dos principais intelectuais da Europa ocidental.

Desde 1789 ela foi a amante de Luís de Narbonne, um dos últimos ministros de Louis XVI. Ele se refugiou na Inglaterra em 1792, onde ela se juntou a ele em 1793.

Ficou em Juniper Hall, próximo a em Surrey, uma mansão que tinha sido alugada em 1792 por imigrantes franceses. Lá ela conheceu Fanry Burney (mais tarde Mme d'Arblay), mas sua amizade foi curta porque as opiniões morais e políticas de Staël foram consideradas indesejáveis pela boa sociedade na Inglaterra.

Ela voltou para a França, através de Coppet, no final do Terror em 1794. Começou um período brilhante de sua carreira. Seu salão floresceu, e ela publicou vários ensaios políticos e literários como De l’influence des passions sur le bonheur des individus et des nations (1796; Um tratado sobre a influência das paixões sobre a felicidade dos indivíduos e das nações), um dos documentos importantes do Romantismo europeu.

Ela começou a estudar as novas ideias que estavam sendo desenvolvidos especialmente na Alemanha. Leu o crítico suíço Karl Viktor von Bonstetten, o filólogo alemão Wilhelm von Humboldt, e, acima de tudo, os irmão August Wilheim e Friedrich von Schlegel, que estavam entre os mais influentes românticos alemães.

Mas foi seu novo amante, Benjamin Constant, escritor e político, que a influenciou mais diretamente em favor da cultura alemã. Sua ligação amorosa, que flutuava constantemente, começou em 1794 e durou 14 anos.

No começo de 1800 o caráter literário e político do pensamento de Mme de Staël se definiu. Sua importância literária surgiu no texto De la littérature considérée dans ses rapports avec les institutions sociales (1800).

Este trabalho complexo, embora imperfeito, é rico em novas ideias e novas perspectivas, novas pelo menos da França. A teoria fundamental, que seria atualizada e desenvolvida no positivismo de Hippolyte Taine, é que uma obra deve expressar a realidade moral e histórica, o zeitgeist, da nação em que é concebida.

Ela também sustentou que os ideais nórdicos e clássicos estavam, basicamente, em oposição e assim apoiou o ideal nórdico, embora seu gosto pessoal tivesse permanecido fortemente clássico. Seus dois romances, Delphine (1802) e Corinne (1807), de certa forma ilustram suas teorias literárias; o primeiro sendo fortemente sociológico em perspectiva, enquanto o segundo mostra o embate entre mentalidades nórdicas e do sul.

Staël também foi uma importante figura política e foi considerada pela Europa contemporânea como inimiga pessoal de Napoleão.

Junto a Constant e seus amigos ela formou o núcleo de uma resistência liberal; ela tanto incomodou Napoleão que ele a baniu em 1803 para uma distância de 64 km de Paris. Coppet serviu como sua sede e, em 1804, ela começou o que ela chamou, num trabalho publicado postumamente em 1821, dos Dix Années d'exil (Dez Anos d'exílio).

De dezembro de 1803 a abril 1804, ela fez uma viagem pela Alemanha, culminando com uma visita a Weimar, cidade já estabelecida como o santuário de Johann Wolfgang von Goethe e Friedrich von Schiller. Em Berlim, ela conheceu August Wilhelm von Schlegel, que se tornaria, depois de 1804, seu companheiro frequente e conselheiro.

Seu guia na Alemanha, no entanto, era um jovem inglês, Henry Crabb Robinson, que estava estudando em Jena. A viagem foi interrompida em 1804 pela notícia da morte de seu pai.

Sua morte afetou-a profundamente, mas em 1805 ela partiu para a Itália, acompanhada por Schlegel e de Simonde Sismondi, o economista de Genebra, que foi seu guia durante a viagem.

Enquanto Corinne pode ser considerado como o resultado de sua viagem à Itália, os frutos de sua visita à Alemanha estão contidos em sua obra mais importante: De l'Allemagne (1810; Alemanha).

Este é um estudo sério de costumes alemães, literatura e arte, filosofia e ética, e religião. Napoleão achou a obra anti-francesa e mandou os 10 000 exemplares serem destruídos. A obra foi republicada na Inglaterra em 1813.

Staël, que se casou em 1811 com um jovem oficial da Suíça chamado Rocca, foi à Áustria em maio de 1812 e, depois de visitar a Rússia, Finlândia e Suécia, chegou, em junho de 1813, à Inglaterra.

Ela foi recebida com entusiasmo, apesar de criticada pelos liberais, tais como Lord Byron por ser mais antinapoleônica do que liberal e pelos conservadores por ser liberal demais. Seu guia na Inglaterra foi Sir James Mackintosh, o publicitário escocês. Ela coletou documentos, mas nunca escreveu o livro De l'Angleterre.

Na Restauração Bourbon em 1814, Staël regressou a Paris, mas estava profundamente desiludida: a queda de Napoleão tinha sido seguida pela ocupação estrangeira e não restabeleceu a liberdade na França.

Durante os Cem Dias, ela fugiu para Coppet e em setembro 1815 partiu novamente para a Itália. Em 1816 ela voltou a passar o verão em Coppet, onde foi acompanhada por Byron.

A saúde da Mme de Staël estava em declínio. Após a partida de Byron, ela foi a Paris. Embora mal recebida pelos emigrantes retornados e suspeitada pelo governo, Staël manteve seu salão durante todo o inverno e parte da primavera, mas depois de abril 1817 ela estava muito debilitada. Morreu em Paris em 14 de julho do mesmo ano.

Nossos Monstros



Precisamos resolver nossos monstros secretos, nossas feridas clandestinas, nossa insanidade oculta. 

Não podemos nunca esquecer que os sonhos, a motivação, o desejo de ser livre nos ajudam a superar esses monstros, vencê-los e utilizá-los como servos da nossa inteligência. 

Não tenha medo da dor, tenha medo de não a enfrentar, criticá-la, usá-la.

Michel Foucault

segunda-feira, março 20, 2023

O genocídio cambojano - Assassinato em Massa Promovido por Pol Pot


genocídio cambojano foi o assassinato em massa promovido no Camboja pelo regime do Quemer Vermelho liderado por Pol Pot, entre 1975 e 1979, que empurrou radicalmente o Camboja para o socialismo. 

Estima-se que, em quatro anos, cerca de 1,7 a 2 milhões de pessoas foram executadas — cerca de 25% da população da época.

Surgido por volta de 1969, o Quemer Vermelho era uma pequena guerrilha comunista composta por cerca de 4 mil membros que atacava postos militares isolados. 

De 1970 a 1973, uma campanha massiva de bombardeio dos Estados Unidos contra o Quemer Vermelho devastou a zona rural do Camboja, sendo esta ação um fator significativo que levou ao aumento do apoio ao Quemer Vermelho entre o campesinato cambojano.

De acordo com Ben Kiernan, o Quemer Vermelho “não teria ganhado o poder sem a desestabilização econômica e militar do Camboja pelos Estados Unidos… a devastação e o massacre de civis causados ​​pelo bombardeio foram usados ​​como propaganda de recrutamento e como desculpa para suas políticas brutais e radicais e o expurgo de comunistas moderados e sihanoukistas.

Posteriormente, em 1975, os aliados de Pol Pot tomaram Phnom Penh, a capital cambojana, e expulsaram Lon Nol, o primeiro-ministro do país.

Apoio do Partido Comunista Chines


Pol Pot e o Quemer Vermelho há muito eram apoiados pelo Partido Comunista Chinês (PCC) e pelo presidente do PCC, Mao Tsé-Tung. Estima-se que pelo menos 90% da ajuda externa ao Quemer Vermelho veio da China, com 1975 sozinho tendo pelo menos US$ 1 bilhão em ajuda econômica e militar sem juros da China. 

Depois de tomar o poder em abril de 1975, o Quemer Vermelho queria transformar o país rapidamente no comunismo, seguindo as políticas do ultra maoísmo e influenciado pela Revolução Cultural chinesa. 

Pol Pot e outros oficiais do Quemer Vermelho se reuniram com Mao em Pequim em junho de 1975, recebendo aprovação e conselho, enquanto oficiais de alto escalão do PCC, como Zhang Chungiao, mais tarde visitaram o Camboja para oferecer ajuda. 

Durante o genocídio, a China foi o principal patrono internacional do Quemer Vermelho, mas uma série de crises internas em 1976 impediu Pequim de exercer uma influência substancial sobre as políticas do Quemer Vermelho.

Logo depois que Deng Xiaoping se tornou o líder supremo da China em dezembro de 1978, os vietnamitas invadiram o Camboja e acabaram com o genocídio derrotando o Quemer Vermelho em janeiro de 1979. No início de 1979, a China iniciou uma guerra com o Vietnã para retaliar a invasão do Camboja pelo Vietnã. 

No entanto, Deng foi convencido por uma conversa com o primeiro-ministro de Cingapura, Lee Kuan Yew, a limitar a escala e a duração da guerra. Após a guerra de um mês, Cingapura tentou servir como mediador entre o Vietnã e a China na questão cambojana.

O Massacre

Uma vez no poder, o Quemer vermelho queria transformar o país em uma república socialista agrária baseada no maoismo e influenciada pela Revolução Cultural. 

Pol Pot, junto com alguns funcionários, encontrou-se com Mao em Pequim em 1975, onde recebeu aprovação e aconselhamento. Mas antes de sair de Pequim, o primeiro-ministro Zhou disse-lhe: "…O seu objetivo agora não deve ser entrar no comunismo imediatamente, têm de passar por uma transição longa para o socialismo. 

Se vocês abandonarem este bom senso comunista, só trarão desastre para o seu povo.  O comunismo deve significar a felicidade, prosperidade, dignidade e liberdade do povo.  Caso alguém desconsidere a realidade do povo e do país, e queira tornar realidade o comunismo imediatamente, é claro que vai levar o país e o povo para uma miséria extrema." 

Durante o genocídio, a China foi o principal patrocinador internacional do Quemer Vermelho, fornecendo "mais de 15.000 conselheiros militares" e a maior parte da ajuda externa. Estima-se que pelo menos 90% da ajuda externa ao Quemer Vermelho veio da China.

O Quemer Vermelho tentou "aplicar o comunismo integral imediatamente, sem aquele período de transição que parecia fazer parte dos fundamentos da ortodoxia marxista-leninista", eles tinham certeza de que teriam sucesso porque o Camboja era um país menor, mais homogêneo e governável do que a China. 

Para atingir seus objetivos, o Quemer Vermelho aboliu a moeda, aniquilou as classes proprietárias, intelectuais e comerciais para acabar com as diferenças sociais e esvaziou as cidades, obrigando os cambojanos a se mudarem para campos de trabalho forçado no campo, onde ocorreram execuções em massa, trabalho forçado, abuso físico, desnutrição e doenças. Em 1976, o nome do país foi alterado para Kampuchea Democrático.

O Quemer Vermelho frequentemente prendia e executava qualquer pessoa suspeita de ter ligações com o antigo governo cambojano ou governos estrangeiros, bem como profissionais, intelectuais, monges budistas, cristãos, muçulmanos e minorias étnicas.

 Mesmo aqueles que eram estereotipados como tendo qualidades intelectuais (como usar óculos ou falar vários idiomas) foram executados por medo de se rebelarem contra o Quemer Vermelho.

Pessoas foram presas e torturadas simplesmente porque suspeitavam que se opunham ao regime ou porque outros prisioneiros deram seus nomes sob tortura. 

Famílias inteiras (incluindo mulheres e crianças) acabaram na prisão e foram torturadas. Pol Pot disse "se você quer matar a grama, você também tem que matar as raízes". 

A maioria dos presos nem sabia o motivo da sua prisão e se ousaram perguntar aos guardas, os guardas apenas responderam dizendo que o Angkar (Partido Comunista do Kampuchea) nunca comete erros, o que significa que devem ter feito algo ilegal.

Vida diária

As famílias foram separadas e os membros foram enviados durante meses a diferentes áreas para trabalhar, não houve tempo para a família, as crianças foram doutrinadas e separadas dos pais. 

As possibilidades de convivência íntima restringiam-se ao permitido pelo Partido - especialmente para a reprodução - e os jovens eram estimulados a denunciar os pais. 

A única causa era a vontade do regime comunista de alcançar o poder total isolando o indivíduo e submetendo-o ao Partido.

A relação sexual era proibida, o adultério ou a fornicação eram punidos com a morte (...) os membros de casais casados ​​eram proibidos de (ter) conversas prolongadas, pois se dizia que se tratava de "briga" e (reincidência) era punida com a morte (...) 

Quando a fome e a epidemia se espalharam, os velhos e os doentes e os muito jovens, especialmente (os) órfãos, foram abandonados. Pessoas eram executadas em público e seus parentes eram forçados a assistir enquanto o irmão, mãe ou filho eram submetidos ao vil clube ou decapitados, esfaqueados, espancados até à morte ou (...) esfaqueados até à morte.

 Às vezes famílias inteiras eram executadas. (...) um professor chamado Tan Samay, que desobedeceu à ordem de ensinar aos seus alunos apenas o trabalho da terra, foi enforcado; seus próprios alunos, de oito a dez anos, tiveram que realizar a execução gritando: "Professor incapaz!" A terrível lista de crueldades é interminável. 

O Quemer Vermelho explorou milhares de crianças recrutadas e dessensibilizadas na adolescência para cometer assassinatos em massa e outras atrocidades durante e após o genocídio. Crianças doutrinadas eram ensinadas a seguir qualquer ordem sem hesitação.

O governo buscou controlar a população monopolizando o acesso a qualquer fonte de alimento. Árvores frutíferas foram destruídas, eliminando uma fonte descontrolada de nutrição. Muitos morreram comendo - em segredo - animais ou plantas venenosos ou mal cozidos.

Tuol Sleng

Foi uma escola que foi usada como Prisão de Segurança 21 (S-21) pelo Quemer Vermelho. De 1976 a 1979, cerca de 20.000 pessoas foram presas em Tuol Sleng, um dos pelo menos 150 centros de tortura e execução estabelecidos pelo Quemer Vermelho. 

De acordo com um dos sobreviventes, Bou Meng, a tortura foi tão atroz que os prisioneiros tentaram suicídio por todos os meios, até com colheres.

O sistema de tortura em Tuol Sleng foi projetado para fazer os presos confessarem os "crimes" dos quais foram acusados ​​pelo Partido Comunista. 

Os presos eram rotineiramente espancados e torturados com choques elétricos, instrumentos de metal incandescente, sufocados com sacos plásticos, simulava-se o afogamento, as unhas dos presos eram removidas jogando álcool na ferida, a pele era retirada de algumas partes do corpo, os guardas estupraram as mulheres, mutilaram seus órgãos genitais e amputaram seus seios.

No primeiro ano de existência do S-21, os corpos foram enterrados perto da prisão. Nos anos seguintes, no entanto, os guardas ficaram sem espaço físico, de modo que os prisioneiros e suas famílias foram levados para o Centro de Extermínio Choeung Ek, onde foram mortos com machados, porretes, barras de ferro, rosários, motosserras e muitas outras armas.

O regime só teve seu fim no começo de 1979, com a invasão de forças vietnamitas aliadas aos dissidentes de Pol Pot.

Desde 1997, o governo do Camboja e a ONU negociam a criação de um tribunal para o julgamento dos membros do regime de Pol Pot, o Quemer Vermelho. Em junho de 2000, a ONU e o governo do Camboja apresentaram um memorando de acordo em que delineava "tribunal nacional com presença internacional". 

Em 1996, sob assédio das forças de coalizão de governo, os guerrilheiros começaram a desertar e o grupo se dividiu. Son Sen, o substituto de Pol Pot, ensaiou negociar a paz - e, por isso, acabou executado junto com toda a sua família. 

Em meio à desordem, Pol Pot fugiu, acompanhado de seus fiéis seguidores, mas logo foi capturado por Ta Mok, um antigo líder do Quemer Vermelho, submetido a um julgamento-espetáculo na selva e condenado à prisão perpétua. 

Na noite de 16 de abril de 1998, Pol Pot foi encontrado misteriosamente morto, quando estava prestes a ser entregue à corte e ao julgamento.

 




 

 

Fogueiras


 

Um homem da aldeia de Neguá, no litoral da Colômbia, conseguiu subir aos céus. Quando voltou, contou. 

Disse que tinha contemplado, lá do alto, a vida humana. E disse que somos um mar de fogueirinhas.

- O mundo é isso - revelou - Um montão de gente, um mar de fogueirinhas.

Cada pessoa brilha com luz própria entre todas as outras. Não existem duas fogueiras iguais. Existem fogueiras grandes e fogueiras pequenas e fogueiras de todas as cores. 

Existe gente de fogo sereno, que nem percebe o vento, e gente de fogo louco, que enche o ar de chispas. 

Alguns fogos, fogos bobos, não alumiam nem queimam; mas outros incendeiam a vida com tamanha vontade que é impossível olhar para eles sem pestanejar, e quem chegar perto pega fogo.

Eduardo Galeano