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quarta-feira, abril 16, 2025

Operação Valquíria de Stauffenberg



Claus Philipp Maria Schenk Graf von Stauffenberg: O Homem por Trás da Operação Valquíria.

Claus Philipp Maria Schenk Graf von Stauffenberg nasceu em 15 de novembro de 1907, em Jettingen-Scheppach, na Alemanha. Filho de Alfred Schenk Graf von Stauffenberg e Caroline Schenk Gräfin von Stauffenberg, ele pertencia a uma distinta família nobre da Baviera, profundamente ligada ao antigo Reino de Württemberg e à tradição católica.

Seu título, Graf, equivalente a "conde" na nobreza germânica, refletia o prestígio de sua linhagem. Stauffenberg é mais conhecido por liderar o Atentado de 20 de julho de 1944, uma tentativa audaciosa de assassinar Adolf Hitler e derrubar o regime nazista, conhecida como Operação Valquíria. Após o fracasso do plano, ele foi executado, mas sua coragem o transformou em um símbolo da Resistência Alemã.

Carreira Militar

Claus era um intelectual apaixonado por literatura e história antes de ingressar no exército alemão, a Wehrmacht. Dotado de talento excepcional, tornou-se o oficial mais jovem a alcançar o posto de coronel no Heer (o exército terrestre), destacando-se como uma estrela em ascensão.

Inicialmente, Stauffenberg viu com certo entusiasmo aspectos do nacionalismo promovido pelo Partido Nazista, apoiando, por exemplo, a invasão da Polônia em 1939.

Há registros de comentários antissemitas seus e de apoio ao uso de mão de obra escrava polonesa, refletindo as contradições de sua visão na juventude. No entanto, ele nunca foi um fervoroso simpatizante do nazismo, recusando-se a filiar-se ao partido e expressando repulsa por muitas de suas ideologias.

O ponto de virada veio com os horrores que testemunhou: a brutalidade contra os judeus e a supressão religiosa chocaram seu senso de moralidade e catolicismo.

Sua visão mudou drasticamente após ser gravemente ferido em 7 de abril de 1943, durante um ataque aéreo na campanha do Norte da África, enquanto servia no Afrika Korps. Perdeu a mão direita, dois dedos da mão esquerda, o olho esquerdo e sofreu danos no joelho, mas sobreviveu - um evento que pareceu reforçar sua determinação contra Hitler.

A Conspiração

Stauffenberg tornou-se uma figura central entre os militares descontentes da Wehrmacht, como Henning von Tresckow e Hans Oster, que viam em Hitler a ruína da Alemanha. Juntos, planejaram o atentado de 20 de julho de 1944, na "Toca do Lobo" (Wolfsschanze), o quartel-general de Hitler perto de Rastenburg (hoje Kętrzyn, Polônia).

O plano era simples, porém arriscado: Stauffenberg levaria duas pastas com explosivos, cada uma contendo 1 kg, a uma reunião com Hitler. Com a ajuda de cúmplices, ele posicionaria os dispositivos e sairia da sala sob o pretexto de fazer uma ligação telefônica. A explosão deveria eliminar o Führer e abrir caminho para um golpe contra o regime nazista.

O Fracasso

No dia fatídico, Stauffenberg conseguiu levar apenas uma das bombas à sala de reuniões devido a imprevistos. Os explosivos, projetados para simular uma bomba britânica e despistar suspeitas sobre os conspiradores, detonaram, mas uma pesada mesa de carvalho protegeu Hitler.

Dos 11 feridos e 4 mortos, o Führer sofreu apenas ferimentos leves. Após o ataque, enquanto recebia cuidados médicos, Hitler declarou: "Eu sou imortal". Horas depois, ele recebeu Benito Mussolini no local, que, impressionado com os destroços, viu a sobrevivência de Hitler como um sinal de força divina.

Traição e Consequências

O fracasso do atentado selou o destino de Stauffenberg e seus aliados. Em Berlim, o general Friedrich Fromm, inicialmente um cúmplice, traiu os conspiradores ao saber que Hitler sobrevivera.

Ele denunciou nomes como Friedrich Olbricht, Erwin von Witzleben, Albrecht Mertz von Quirnheim e Werner von Haeften, que foram fuzilados após um julgamento sumário no Bendlerblock ainda em 20 de julho.

No dia seguinte, uma lista do futuro governo pós-Hitler foi encontrada no cofre de Fromm, expondo sua própria participação. Apesar das tentativas de Albert Speer em intercedê-lo, Fromm foi condenado e executado em 12 de março de 1945.

Outro suspeito, o lendário marechal Erwin Rommel, a "Raposa do Deserto", foi forçado a cometer suicídio em outubro de 1944, uma punição disfarçada para evitar um escândalo público. A repressão nazista foi implacável, dizimando a Resistência.

Morte e Legado

Claus von Stauffenberg enfrentou o pelotão de fuzilamento nas primeiras horas de 21 de julho de 1944, no Bendlerblock, em Berlim. Suas últimas palavras foram: "Es lebe das heilige Deutschland!" ("Vida longa à sagrada Alemanha!").

Ele disse à família que, se tivesse sucesso, seria visto como traidor pelo povo, mas, ao falhar, trairia sua consciência. Hoje, repousa no Memorial da Resistência Alemã, na Stauffenbergstrasse, Berlim, e é celebrado pelo Bundeswehr como o ideal do "cidadão fardado" - um soldado guiado por princípios éticos.

Reflexão Adicional

Stauffenberg não era um herói imaculado. Suas ambiguidades iniciais em relação ao nazismo revelam um homem complexo, dividido entre dever, patriotismo e moralidade. Contudo, sua evolução o levou a arriscar tudo por uma Alemanha livre da tirania.

Seu sacrifício, embora não tenha derrubado Hitler, plantou uma semente de esperança e resistência, lembrando que mesmo em tempos sombrios há quem escolha lutar pelo que acredita, ainda que o preço seja a própria vida.

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