A Operação Valquíria era um plano alemão criado durante a
Segunda Guerra Mundial com o propósito de manter o governo do país
funcionando em caso de uma emergência, através da mobilização do
exército reserva da Alemanha para assumir o controle da situação caso
houvesse algum tipo de levante entre a população civil alemã ou uma revolta de
trabalhadores estrangeiros (a esmagadora maioria escravos trazidos dos
territórios ocupados) em fábricas dentro do país.
Os generais do exército alemão (Heer) Friedrich Olbrich,
Henning von Tresckow e o coronel Claus von Stauffenberg modificaram o
plano com a intenção de usar a força de reserva alemã para tomar o controle das
cidades do país, desarmar a SS e prender a liderança nazista após o
assassinato do ditador Adolf Hitler no Atentado de 20 de julho.
A morte de Hitler (ao invés de simplesmente detê-lo) era necessária para
desprender os soldados e oficiais alemães do seu juramento de lealdade pessoal
a ele (Fuhrereid). Em julho de 1944, a operação foi executada, mas
terminou em fracasso, com os conspiradores sendo presos e muitos deles
executados.
O plano original, criado para lidar com distúrbios internos em situações
emergenciais, foi criado pela equipe do general Friedrich Olbricht em sua
capacidade de chefe do Escritório do Exército.
O plano foi aprovado por Hitler. A ideia de usar o exército reserva
para dar um Golpe de Estado já existia antes, mas o problema para os
conspiradores estava na falta de cooperação do coronel-general Friedrich Fromm,
Chefe do Exército Reserva, o único que, além de Hitler, podia iniciar
Valquíria.
Ainda assim, após as lições aprendidas no fracassado atentado de 13 de
março de 1943, Olbricht achava que o plano original era inadequado e que o
exército reserva teria que ser mobilizado para o golpe sem a cooperação de
Fromm.
O plano original da Operação Valquíria lidava apenas com a estratégia de
garantir a prontidão de combate das escassas unidades de reservas do exército.
Olbricht adicionou uma segunda parte ao plano, o 'Valquíria II', que iria aprovar
as mudanças no agrupamento de unidades prontas para ação.
Em agosto e setembro de 1943, o general Henning von Tresckow achou
que as revisões de Olbricht eram inadequadas, e assim expandiu o plano e fez
várias revisões. A declaração secreta inicial seria: "O Fuhrer Adolf
Hitler está morto!
Um grupo traiçoeiro de líderes do partido tentaram explorar a
situação ao atacar nossos preparados soldados por trás para tomar o poder para
eles mesmos."
Instruções com detalhes foram escritos para ocupação de ministérios
governamentais em Berlim, o quartel-general de Heinrich Himmler na Prússia
Oriental, estações de rádio, centrais telefônicas, infraestruturas militares
nazistas em vários distritos e os campos de concentração.
Todos os documentos eram manuseados pela esposa de Tresckow, Erika, e
por Margarete von Oven, a sua secretária. Ambas as mulheres usavam luvas para
não deixarem impressões digitais.
Em essência, o plano era enganar o exército reserva para tomar o poder e
remover o governo civil da Alemanha Nazista em guerra sob pretensões
falsas de que a própria SS estava tentando dar um golpe de estado e tinham
assassinado Hitler.
O principal requisito era que soldados comuns e oficiais menores
deveriam seguir com o plano motivados por alegações falsas de que a liderança
civil nazista fora desleal e traíram o Estado e então deveriam derruba-los.
Os conspiradores contavam com os soldados obedecendo suas novas ordens e
para tal elas tinham que vir direto de canais oficiais, como o Alto Comando do
Exército Reserva.
Além de Hitler, apenas o general Friedrich Fromm, comandante do Exército
Reserva, poderia dar início a Operação Valquíria. Assim, para que o plano
funcionasse, Fromm deveria ser persuadido pelos conspiradores a participar do
plano ou ele deveria ser neutralizado.
O general Fromm, como muitos oficiais superiores do exército alemão,
sabia a respeito da conspiração contra Hitler, mas ou não apoiavam os
conspiradores ou simplesmente os ignoravam e não reportavam suas atividades a
Gestapo.
Em 1944, o plano final foi implementado no Atentado de 20 de julho.
Apesar da mobilização da reserva do exército através da Operação Valquíria ter
visto um sucesso inicial, Hitler sobreviveu e outros oficiais nazistas
suplantaram a ordem dos conspiradores e voltaram o exército reserva contra
eles.
No final, o coronel Claus von Stauffenberg (o mentor do atentado de
1944), os generais Tresckow e Olbricht e o marechal Erwin von
Witzleben foram executados pelos nazistas, enquanto Ludwig
Beck cometeu suicídio. Milhares de alemães foram presos e pelo menos 5 mil
membros da resistência foram também mortos nas represálias.
Em 2008, Tom Cruise estrelou Operação Valquíria),
filme baseado na operação mostrando o atentado do ponto de vista de
Stauffenberg.
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