Embora
o antigo historiador Josefo (e também outras fontes) tenha(m) registrado a
crucificação de milhares de pessoas pelos romanos, há somente uma única
descoberta arqueológica de um corpo crucificado datado por volta do período de
vida de Jesus.
Ela foi
descoberta em Giv'at ha-Mivtar, Jerusalém, em 1968. Não é necessariamente
surpresa haver somente uma descoberta como essa, porque o corpo crucificado era
normalmente deixado para apodrecer na cruz e logo não seria preservado.
A única
razão destes restos arqueológicos terem sido preservados foi porque membros da
família deste indivíduo em particular deram-lhe um enterro tradicional. Os
restos foram encontrados acidentalmente em um ossuário com o nome do homem
crucificado, "Jehohanan, o filho de Hagakol".
Nicu
Hass, um antropólogo na Universidade Hebraica de Medicina de Jerusalém,
examinou a ossada e descobriu que ela possuía um osso do calcanhar com um prego
na sua lateral, indicando que o homem fora crucificado.
A
posição do prego em relação ao osso indica que os pés foram pregados pela
lateral e não pela frente; várias hipóteses foram cogitadas sobre se os pregos
eles tivessem sido fixados juntos na frente da cruz, ou um no lado direito e
outro do lado esquerdo.
A ponta
do prego possuía fragmentos de madeira de oliveira indicando que ele fora
crucificado em uma cruz de desse tipo de madeira em uma oliveira de fato. Uma
vez que oliveiras não são muito altas, isso sugere que o condenado foi
crucificado na altura dos olhos.
Adicionalmente,
um fragmento de madeira de acácia foi encontrado entre os ossos e a cabeça do
prego, possivelmente para impedir o condenado de deslizar seu pé sobre o prego.
Suas
pernas foram encontradas quebradas, possivelmente para acelerar sua morte.
Achava-se que porque no período romano o ferro era raro, os pregos seriam
removidos dos corpos para economizar.
De
acordo com Hass, isso poderia explicar porque somente um prego foi encontrado,
já que a cabeça do prego em questão fora dobrada de maneira que não poderia ser
removido.
Hass
também identificou um arranhão na superfície interna do osso rádio do
antebraço, próximo do pulso. Ele deduziu pela forma do arranhão, como também
pelos ossos do pulso intactos, que o prego fora fixado no antebraço naquela
posição.
Contudo,
muito das descobertas de Hass foram questionadas. Por exemplo, posteriormente
foi descoberto que os arranhões na região do pulso eram não traumáticos – e,
portanto, não uma evidência de crucificação – enquanto um novo exame no osso do
calcanhar revelou que os dois calcanhares não foram pregados juntos, mas sim
separadamente à cada lateral da viga vertical da cruz.
Crucificação de São Pedro por Caravaggio
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