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sábado, julho 06, 2024

Quantos anos tenho?



 

Tenho a idade em que as coisas se observam com serenidade, mas com a chama viva de quem ainda deseja crescer. São anos em que os sonhos já não são apenas devaneios distantes, mas começam a se entrelaçar com a realidade, acariciando-a com os dedos, enquanto as ilusões, outrora frágeis, se transformam em uma esperança madura e resiliente.

Tenho os anos em que o amor se manifesta de formas diversas: ora é uma chama ardente, uma paixão que consome e pulsa, ansiosa por se entregar ao fogo de um desejo incontrolável; ora é um refúgio tranquilo, como a brisa suave de um entardecer à beira-mar, onde a alma encontra paz na simplicidade de um momento compartilhado.

Quantos anos tenho? Não me prendo a números, pois eles não definem a essência do que sou. As conquistas que celebrei, os sonhos que embalei, as lágrimas que derramei ao ver ilusões se desfazerem pelo caminho, e até mesmo as cicatrizes que carrego como testemunhas de minhas batalhas - tudo isso vale infinitamente mais que uma cifra.

O que importa se tenho vinte, quarenta, sessenta ou mais? A idade que carrego é a que sinto pulsar em mim. É a soma das experiências que moldaram meu olhar, das quedas que me ensinaram a levantar, das alegrias que aqueceram meu coração e dos silêncios que me ensinaram a ouvir.

Tenho a idade necessária para viver sem amarras, para abraçar a liberdade de ser quem sou, sem temor do julgamento alheio.

E os acontecimentos? Eles são os fios que tecem a tapeçaria da minha existência. Cada momento - do êxtase de uma vitória ao peso de uma perda - é uma linha que costura quem eu fui ao que me tornei.

Houve dias em que o mundo parecia pequeno diante dos meus sonhos, e outros em que a dor me fez questionar se valia a pena continuar. Mas cada experiência, por mais simples ou grandiosa, trouxe lições que me fortaleceram.

Aprendi que a vida não é feita apenas de grandes eventos, mas também dos instantes furtivos: o sorriso de um estranho, a chuva caindo na janela, a coragem de dar um passo além do medo.

Quantos anos tenho? Isso a quem importa? Tenho a idade de quem aprendeu a rir de si mesmo, de quem sabe que a vulnerabilidade é força e que a jornada é mais valiosa que o destino.

Tenho os anos necessários para deixar o medo de lado e seguir pela trilha da vida com a certeza de que, enquanto houver sonhos a perseguir e sentimentos a expressar, estarei sempre começando.

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