Em 24 de março de 1978, uma Sexta-Feira
Santa, na pequena e tranquila cidade de Penalva, no interior do Maranhão, o
jovem Luís Carlos Serra, então com apenas 16 anos, protagonizou um dos
episódios mais inquietantes da ufologia brasileira. O que lhe ocorreu naquele
dia ultrapassou os limites da compreensão comum e permanece, até hoje, envolto
em mistério.
O caso aconteceu pouco tempo
após a intensa onda de avistamentos conhecida como “Chupa-Chupa”, fenômeno que,
entre 1977 e 1978, aterrorizou comunidades ribeirinhas do Pará e do Maranhão.
Naquele período, dezenas de moradores relataram ataques de luzes estranhas que
pareciam sugar energia ou até sangue das vítimas, deixando marcas de
queimaduras, paralisia temporária, fraqueza extrema e traumas psicológicos
profundos.
O clima de medo era
generalizado, a ponto de o Exército Brasileiro ter conduzido investigações
sigilosas, posteriormente associadas à chamada Operação Prato. Foi nesse
contexto de tensão e inquietação coletiva que ocorreu o episódio envolvendo
Luís Carlos Serra.
Por volta do meio-dia, Luís encontrava-se
em uma área de mata densa a oeste de Penalva, colhendo goiabas para ajudar a
família. O dia estava claro e silencioso, quando, de repente, ele ouviu um ruído
alto e incomum, semelhante a um zumbido metálico.
Ao erguer os olhos, deparou-se
com uma luz intensa e cegante acima das palmeiras, proveniente de um objeto
descrito como redondo, com uma cúpula no topo e três janelas ao redor.
Dominado pelo pavor, Luís
sentiu o corpo perder completamente os movimentos. Caiu de costas no chão e, em
seguida, percebeu-se sendo erguido no ar por uma força invisível, sem dor, mas
incapaz de resistir.
Foi assim que, segundo seu
relato, acabou sendo levado para dentro do que identificou como uma nave
espacial. No interior do objeto, encontrou três seres humanoides de baixa
estatura, com cerca de 1,20 metro de altura.
Eles vestiam macacões
metálicos prateados, aparentemente soltos, além de luvas, botas e capacetes
redondos translúcidos, com visores que ocultavam parcialmente os rostos. A
comunicação entre eles ocorria por meio de sons guturais, incompreensíveis para
o jovem.
O tratamento dispensado a Luís
foi descrito como frio e impessoal. Um dos seres introduziu um tubo em seu
nariz, sem causar dor, enquanto outro colocou em sua boca uma esfera
transparente, forçando a ingestão de um líquido estranho. A substância provocou
engasgos e, rapidamente, a perda de consciência.
Quando recobrou parcialmente
os sentidos, ainda imobilizado, Luís sentiu a nave se deslocar. Em seguida, foi
novamente levitado e depositado sobre uma rocha plana, cercada por vegetação
alta. Acima dele, não havia céu visível, estrelas ou árvores - apenas uma escuridão
absoluta, descrita como opressiva e antinatural. Mais líquido foi aplicado em sua
boca, e ele desmaiou outra vez.
Luís permaneceu desaparecido
por três dias, causando grande comoção em Penalva. Familiares e moradores
realizaram buscas na mata, temendo o pior. Na noite de 27 de março de 1978, o
pescador José Ribamar dos Santos ouviu gritos fracos de socorro vindos do mato.
Ao se aproximar, encontrou o
jovem caído no chão, rígido, atordoado e incapaz de falar ou se mover, como se
estivesse paralisado. Com a ajuda de vizinhos, Luís foi levado para a casa da
mãe, Maria, e, em seguida, encaminhado ao pequeno hospital da cidade.
Os médicos constataram um
quadro grave e incomum: Luís encontrava-se em estado catatônico, com os olhos
abertos e fixos, mas sem responder a estímulos externos. Seus membros estavam
tão rígidos que mal podiam ser dobrados.
Diante da gravidade do caso,
ele foi transferido, dois dias depois, de avião, para um hospital maior em São
Luís, onde permaneceu internado por quase uma semana, começando a recuperar-se
lentamente.
Anos mais tarde, o episódio
foi investigado pelo renomado ufólogo americano Bob Pratt, que entrevistou Luís
Carlos Serra, médicos, familiares, moradores locais e até o então prefeito de
Penalva, João Francisco Mendes. Todos foram unânimes em destacar a
simplicidade, humildade e honestidade do jovem, afirmando que ele não tinha
motivos para inventar uma história tão extraordinária.
O estado físico e psicológico
em que foi encontrado também reforçou o caráter enigmático do caso. Curiosamente,
em agosto de 1978, poucos meses depois do ocorrido, um novo relato surgiu na
região: três humanoides luminosos, vestindo macacões prateados e capacetes
translúcidos, teriam sido vistos em um campo próximo a Penalva.
Embora não exista comprovação
direta de ligação entre os dois episódios, a semelhança das descrições chamou a
atenção dos pesquisadores.
O caso de Luís Carlos Serra
permanece como um dos relatos de abdução mais detalhados e perturbadores da
ufologia brasileira nos anos 1970, período marcado por intensa atividade OVNI
no Nordeste do país.
Até hoje, não há explicação convencional capaz de esclarecer plenamente os acontecimentos. Ao longo dos anos, Luís manteve seu relato de forma consistente, sem contradições significativas, o que continua a alimentar debates, hipóteses científicas, psicológicas e, para muitos, a possibilidade de visitas extraterrestres.















