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sexta-feira, setembro 27, 2024

Eva Braun



Eva Braun: A Vida e o Legado da Companheira de Adolf Hitler

Eva Anna Paula Braun, nascida em 6 de fevereiro de 1912, em Munique, Alemanha, foi a companheira de longa data de Adolf Hitler e, por menos de 40 horas, sua esposa, adotando o nome Eva Anna Paula Hitler.

Sua vida, marcada por uma relação complexa com uma das figuras mais infames da história, é um retrato de contradições: uma mulher que viveu à sombra de um regime brutal, mas cujo papel público foi deliberadamente minimizado.

Infância e Juventude

Eva Braun era a segunda filha de Friedrich "Fritz" Braun (1879-1964), um professor, e Franziska "Fanny" Kronberger (1885-1976), ex-costureira. Tinha duas irmãs: Ilse (1909-1979), a mais velha, e Margarete "Gretl" (1915-1987), a mais nova.

A família Braun enfrentou dificuldades financeiras durante a hiperinflação alemã dos anos 1920, o que levou ao divórcio temporário dos pais em 1921, seguido de uma reconciliação em 1922.

Criada em um ambiente de classe média, Eva estudou no Liceu Católico de Munique e, por um ano, frequentou um curso de administração em um convento em Simbach am Inn.

Aluna destacada, ela demonstrava talento para o atletismo e interesse por moda, cinema e fotografia, paixões que definiriam grande parte de sua vida adulta.

Encontro com Hitler

Aos 17 anos, Eva começou a trabalhar como assistente e modelo no estúdio de Heinrich Hoffmann, fotógrafo oficial do Partido Nazista, em Munique. Foi ali, em outubro de 1929, que conheceu Adolf Hitler, então com 40 anos.

Na época, Hitler vivia com Geli Raubal, filha de sua meia-irmã Ângela, em um apartamento em Munique. A relação com Geli, marcada por intensidade e rumores de possessividade, terminou tragicamente em 1931, quando ela foi encontrada morta com um tiro na cabeça, em um aparente suicídio com a pistola de Hitler.

Após a morte de Geli, Eva tornou-se o novo foco afetivo de Hitler. O relacionamento, no entanto, foi conturbado desde o início. Em agosto de 1932, Eva tentou o suicídio atirando no peito com a arma de seu pai, em um ato que historiadores interpretam como uma tentativa de chamar a atenção de Hitler.

Após sua recuperação, Hitler comprometeu-se mais com ela, e, no final de 1932, os dois tornaram-se amantes. Um segundo suposto suicídio ocorreu em maio de 1935, com uma overdose de soníferos, mas também sem sucesso.

Esses episódios reforçam a percepção de que Eva buscava consolidar sua posição na vida de Hitler, que era emocionalmente distante e priorizava sua imagem pública.

Vida com Hitler

A partir de 1936, Eva tornou-se uma presença constante na Berghof, a residência de Hitler em Obersalzberg, nos Alpes Bávaros. Lá, ela viveu uma existência relativamente isolada, protegida dos horrores da Segunda Guerra Mundial.

Embora não fosse membro do Partido Nazista e tivesse pouco interesse em política, Eva desempenhava um papel central no círculo íntimo de Hitler, organizando encontros sociais e mantendo uma atmosfera de normalidade em meio ao caos do regime.

Eva também era uma fotógrafa talentosa. Muitas das imagens e filmes coloridos que sobreviveram da vida privada de Hitler, incluindo momentos descontraídos na Berghof, foram capturados por ela.

Como assistente de Hoffmann, ela acompanhava Hitler em viagens oficiais, o que lhe permitia viajar pelo país e, eventualmente, pela Europa ocupada. Sua proximidade com Hoffmann também lhe rendeu privilégios, como acesso irrestrito à Chancelaria do Reich em Berlim, onde tinha um apartamento decorado pelo arquiteto Albert Speer.

Apesar de sua proximidade com Hitler, Eva permaneceu uma figura oculta para o público alemão. Hitler cultivava a imagem de um líder célibe, acreditando que isso aumentava seu apelo político.

Assim, Eva raramente aparecia em eventos públicos ao seu lado. A única exceção notável foi durante os Jogos Olímpicos de Inverno de 1936, quando ela foi fotografada sentada perto dele.

Mesmo em eventos sociais, como o casamento de sua irmã Gretl com Hermann Fegelein, oficial da SS, em 1944, Eva era apresentada como a cunhada de Fegelein, não como a companheira de Hitler.

Papel na Alemanha Nazista

Eva Braun não tinha influência direta na política do Terceiro Reich. Mulheres, na ideologia nazista, eram relegadas ao papel de donas de casa, e Eva não era exceção. Ela era frequentemente excluída de reuniões políticas e mantida afastada de discussões estratégicas.

Seus interesses giravam em torno de cinema, moda, esportes e fotografia, e sua vida era marcada por privilégios materiais, como roupas de grife e acesso a bens de luxo, mesmo durante a economia de guerra.

Um episódio notável ocorreu em 1943, quando a transição para uma economia de guerra restringiu a produção de cosméticos e artigos femininos. Eva, segundo relatos, ficou indignada com essas medidas, e Hitler interveio, pedindo que o ministro de armamentos, Albert Speer, apenas reduzisse a produção em vez de bani-la completamente.

Esse incidente é um dos raros momentos em que Eva demonstrou interesse em questões relacionadas à guerra, ainda que de forma indireta e motivada por interesses pessoais.

O Fim no Führerbunker

Com o colapso do Terceiro Reich em 1945, Eva tomou a decisão de permanecer ao lado de Hitler. Em abril, ela deixou Munique e seguiu para Berlim, instalando-se no Führerbunker, um abrigo subterrâneo sob a Chancelaria do Reich.

Apesar da proximidade do Exército Vermelho e das súplicas de amigos e familiares para que fugisse, Eva recusou-se a abandonar Hitler, demonstrando uma lealdade que muitos consideram enigmática, dado o contexto de sua relação.

Na madrugada de 29 de abril de 1945, com Berlim sob cerco, Eva, então com 33 anos, e Hitler, com 56, casaram-se em uma cerimônia civil simples no bunker.

Joseph Goebbels e Martin Bormann foram as testemunhas. Menos de 40 horas depois, em 30 de abril, por volta das 15h30, o casal cometeu suicídio. Eva ingeriu uma cápsula de cianeto, enquanto Hitler atirou na própria têmpora.

Seus corpos foram levados ao jardim da Chancelaria, encharcados com gasolina e incinerados, conforme as instruções de Hitler para evitar que fossem capturados pelos soviéticos.

Após a Morte

Os restos carbonizados de Eva e Hitler foram encontrados pelo Exército Vermelho. Em 11 de maio de 1945, o dentista de Hitler, Hugo Blaschke, confirmou a identidade dos corpos por meio de registros dentários.

Os soviéticos transportaram os restos para a sede da SMERSH, em Magdeburg, onde também estavam os corpos de Joseph e Magda Goebbels e seus seis filhos.

Em 1970, a KGB exumou os restos, incinerou-os completamente e espalhou as cinzas no rio Biederitz, para evitar que se tornassem um ponto de peregrinação para neonazistas.

Família e Legado

Os familiares de Eva sobreviveram à guerra. Sua mãe, Franziska, morreu em 1976, aos 96 anos, em uma casa de fazenda em Ruhpolding, Baviera. Seu pai, Fritz, faleceu em 1964. Gretl Braun, a irmã mais nova, deu à luz uma filha chamada Eva em 5 de maio de 1945, e mais tarde casou-se com Kurt Beringhoff, falecendo em 1987. Ilse, a irmã mais velha, manteve-se afastada do círculo de Hitler e morreu em 1979, após dois casamentos.

Reflexões sobre Eva Braun

Eva Braun permanece uma figura enigmática na história. Sua vida foi moldada por sua relação com Hitler, mas ela não exerceu influência política significativa.

Sua dedicação a ele, culminando na decisão de morrer ao seu lado, levanta questões sobre sua motivação - se era amor, lealdade cega ou a incapacidade de imaginar uma vida fora do círculo de poder que a cercava.

Suas fotografias e filmes oferecem uma visão rara e íntima da vida privada de Hitler, mas também reforçam o contraste entre sua existência privilegiada e as atrocidades do regime nazista.

O relacionamento de Eva e Hitler, mantido em segredo até suas mortes, reflete as contradições da propaganda nazista, que glorificava a família tradicional enquanto seu líder vivia uma relação clandestina.

A história de Eva Braun é, portanto, não apenas a de uma mulher que amou um ditador, mas também um lembrete da complexidade das relações pessoais em tempos de extremismo e guerra.

Quem Inventou a Roda?


 

Dada a complexidade, o mecanismo com uma "roda encaixada num eixo" para um sistema de transporte deve ter sido desenvolvido de uma só vez. Um Invento único, cerca de 5.500 anos atrás.

Inicialmente a roda não foi usada diretamente para transporte, mas para outras funções, como modelar cerâmica, diversão, ou moer alimentos. Os vestígios de roda para usos anteriores ao transporte são mais antigos. ​

​9500–6500 a.C.: Neolítico acerâmico;

6500–4500 a.C.: Neolítico cerâmico (Halaf);

4500 a.C.: invenção da roda de oleiro, início da Idade do Cobre (período de Ubaid);

4500–3300 a.C.: Idade do Cobre, primeiros veículos com roda, domesticação do cavalo;

3300–2200 a.C.: Idade do Bronze;

2200–1550 a.C.: Idade do Bronze, invenção da biga.

A evidência mais antiga especificamente de transporte com rodas é entre 5.100 e 5.300 anos atrás - na cidade de Uruk, Mesopotâmia.

Mas o processo de Aprendizagem foi longo. Artefatos circulares com formato de roda encontrados em registros históricos demonstram um longo processo de aprendizagem e desenvolvimento. Objetos circulares em formato de roda são encontrados em pinturas rupestres que remontam há 40 mil anos.

No entanto, a roda com uma estrutura montada num eixo para fins de transporte aparece nos registros arqueológicos há 5500 anos atrás, em gravuras de cerâmica.

Duas regiões no mundo disputam a primazia de ter inventado a roda como meio de transporte, a Mesopotâmia, na região do atual Iraque, e Eurásia, entre a Polônia e Alemanha e Dinamarca.

À mão ou a pé as primeiras rodas foram usadas em uma atividade que durante milhares de anos tinha sido central na expressão da criatividade humana: a cerâmica. Tudo começou com os tornos, que eram acionados pelas mãos ou pés dos oleiros.

Alguns séculos depois, em algum momento na metade de 3.000 a.C., passaram-se a usar, a partir dos tornos, o princípio do volante de motor, usando a energia acumulada da pesada pedra para acelerar o processo. Refinar essa ideia de modo a torná-la peça fundamental para movimentar um veículo levou tempo. Tamanha sutileza só foi alcançada com a evolução das ferramentas.

Para que as rodas pudessem girar livremente sem fricção, a cavidade no centro delas, bem como as extremidades do eixo, tinham que ser perfeitamente redondas e suaves.

Mas não foi só isso. O eixo tinha que ter um encaixe perfeito, pois se estivesse muito frouxo, as rodas cambaleariam. Por outro lado, se estivesse muito apertado, as rodas não se movimentariam.

O tamanho do eixo também não poderia ser muito grosso porque isso gerava muita fricção. Tampouco muito fino, porque poderia quebrar. "Em um veículo projetado para transportar cargas pesadas, um eixo curto de diâmetro pequeno e de encaixe apertado fazia sentido e os primeiros veículos de carga tinham apenas 1 metro de largura", explica Anthony.

Para o especialista, o sistema era tão complicado que não deve ter se desenvolvido em fases: a hipótese é de que a estrutura foi desenvolvida de uma só vez.' Explosão de evidências

'Não sabemos exatamente onde ou tampouco nunca saberemos efetivamente quem o inventou primeiro. Mas, segundo evidências arqueológicas, a roda começou a ser usada rapidamente na Eurásia e no Oriente Médio. “Há uma explosão de evidências arqueológicas de veículos com rodas a partir de 3,4 mil a.C.", diz Anthony.

As primeiras imagens de veículos de rodas que foram encontradas decoram uma vasilha de cerâmica que data de 3.500 a 3.350 a.C. Trata-se dos Trichterbecker, que habitavam a região hoje formada por Polônia, Alemanha Oriental e sul da Dinamarca.

Essa região disputa com a Mesopotâmia (atual Iraque) o título de berço da roda. Modelos tridimensionais de carroças de cerâmica com quatro rodas foram desenterrados em meio a tumbas dos Baden no leste da Hungria e datam de 3.300 a 3100 a.C.

Já na Rússia e na Ucrânia, debaixo de túmulos, foram descobertos cerca de 250 veículos de carga entre 3.000 a 2.000 a.C.

Fontes: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-41795604

Anthony, David A. (2007). The horse, the wheel, and language: how Bronze-Age riders from the Eurasian steppes shaped the modern world. Princeton, N.J: Princeton Unive.

quinta-feira, setembro 26, 2024

Abelhas Abutres - Se alimentam de carne podre


 

A abelha abutre, também conhecida como abelha carniceira, é um pequeno grupo de três espécies sul-americanas de abelhas sem ferrão do gênero Trigona que se alimentam de carne em decomposição.

Essas abelhas produzem uma substância similar ao mel, não derivada do néctar, mas de secreções proteicas das glândulas hipofaríngeas.

Tais secreções provavelmente originam-se da dieta carnívora das abelhas, que consomem carniça fora do ninho. Este comportamento peculiar foi descoberto apenas em 1982, quase dois séculos após a primeira classificação das abelhas.

As abelhas abutres possuem uma coloração marrom-avermelhada, com poucos pelos mais claros no tórax, e seu tamanho varia entre 8 e 22 mm. Como muitas abelhas sem ferrão, possuem mandíbulas robustas e potentes para despedaçar carne.

Foram observadas forrageando em mais de 75 espécies diferentes de animais. As forrageiras entram em carcaças animais pelas órbitas oculares para coletar carne.

Assim como as abelhas processam o néctar para produzir mel, a carne consumida por uma abelha forrageira é regurgitada ao retornar à colmeia e passada a uma operária.

A carne é então digerida pelo intestino ácido da abelha, que ajuda a decompor a carne, antes de regurgitar uma substância proteica similar ao mel pelas glândulas hipofaríngeas, as mesmas usadas para produzir geleia real.

Diferentemente das abelhas melíferas, as abelhas abutres não geram excesso de mel, produzindo apenas o necessário para a sobrevivência da colmeia.

Ney Matogrosso

Ney Matogrosso com a mãe e o pai.
 

Antônio Matogrosso Pereira, pai do Ney Matogrosso e militar, ficou chocado ao ver o filho se apresentando com trajes exóticos e movimentos ousados, história essa narrada pelo próprio Ney.

Aos 17 anos, senti a necessidade de deixar o lar. Eu era a causa de discórdia. Meus pais estavam à beira da separação por minha causa, e eu não queria ser culpado por isso.

Decidi então cuidar da minha própria vida. Meu pai disse que não me ajudaria, mas eu recusei qualquer ajuda dele. Assegurei que seria responsável por mim mesmo, e assim foi.

Passei por momentos de ter o que comer e não ter, mas sempre fui responsável. Meu pai passou a me observar e até me visitou, percebendo que eu era independente. Ele me oferecia dinheiro, que eu não aceitava.

Ele nunca me viu no palco durante a época do Secos & Molhados. Só me viu em apresentações solo. Na primeira vez que me assistiu pela televisão, ficou chocado.

Eu usava uma calça larga que parecia saia. Ele reclamou que eu estava maquiado, cantando em falsete, dançando e de 'saia'! A 'saia' foi o que mais o perturbou!

Vivendo em São Paulo, em dois cômodos, ele me pediu para abandonar aquela vida. Eu respondi que era feliz e que ele deveria aceitar isso.

Em uma visita, usei calças laranjas. Ele me pediu para não o visitar assim, mais preocupado com a cor das minhas calças do que com a minha visita. Essas e outras histórias são contadas no livro "Ney Matogrosso".

quarta-feira, setembro 25, 2024

A Inquisição Espanhola


A Inquisição Espanhola, instituída oficialmente em 1478 por meio de uma bula papal de Sixto IV, é amplamente reconhecida como a mais notória entre as inquisições da história, tanto por sua extensão quanto pela intensidade de suas práticas.

Diferentemente de outras inquisições medievais, que eram controladas diretamente pela Igreja, a Inquisição Espanhola foi colocada sob a autoridade dos monarcas Fernando II de Aragão e Isabel I de Castela, conferindo aos reis um poder quase absoluto sobre sua administração.

Este controle estatal, aliado à obsessão por uniformidade religiosa em um contexto de consolidação política da Espanha, tornou-a um instrumento de repressão não apenas religiosa, mas também social e cultural.

Contexto e Motivações

A Inquisição Espanhola surgiu em um período de unificação territorial e religiosa na Península Ibérica, após séculos de convivência entre cristãos, muçulmanos e judeus.

Com a Reconquista culminando na tomada de Granada em 1492, os Reis Católicos buscaram consolidar o poder por meio da homogeneização religiosa, visando eliminar influências judaicas e islâmicas.

Conversos (judeus convertidos ao cristianismo) e mouriscos (muçulmanos convertidos) eram frequentemente suspeitos de manter práticas religiosas secretas, o que alimentava a paranoia de "judaização" ou "islamização" da sociedade cristã.

A ideia de limpeza de sangre (pureza de sangue), que privilegiava aqueles sem ascendência judaica ou mourisca, tornou-se uma obsessão cultural, reforçando a discriminação e a exclusão.

Práticas e Perseguições

A Inquisição Espanhola ficou marcada por sua busca implacável por hereges, especialmente conversos acusados de judaizar. Como relata o historiador David Landes, a perseguição transformou-se em uma "caça às bruxas" alimentada por denunciantes pagos, vizinhos desconfiados e uma fixação racista pela pureza de sangue.

Indícios triviais de práticas judaicas, como a recusa de carne de porco, toalhas lavadas às sextas-feiras (em preparação para o Shabat), orações sussurradas ou até mesmo frequência irregular à missa, eram suficientes para levantar suspeitas.

Até mesmo hábitos de higiene, como tomar banho regularmente, eram considerados sinais de apostasia, especialmente entre marranos (conversos judaicos) e mouriscos.

Nos registros da Inquisição, frases como "o acusado era conhecido por tomar banho" aparecem com frequência, refletindo a absurda associação entre limpeza e heresia. Landes observa que essa mentalidade revelou um retrocesso cultural: "Sujidade herdada: as pessoas limpas não têm de se lavar."

Os Autos de Fé, cerimônias públicas nas quais os acusados eram julgados e, muitas vezes, executados, tornaram-se símbolos do terror inquisitorial. O primeiro Auto de Fé ocorreu em 6 de fevereiro de 1481, em Sevilha, onde seis indivíduos foram queimados vivos.

Apenas em novembro daquele ano, na mesma cidade, 288 pessoas foram executadas na fogueira, enquanto 79 foram condenadas à prisão perpétua. Essas cerimônias não eram apenas punições, mas também espetáculos de propaganda, destinados a intimidar a população e reforçar o poder da Igreja e da Coroa.

Tomás de Torquemada e o Auge da Inquisição

Em 1483, Tomás de Torquemada, um frade dominicano, foi nomeado Inquisidor Geral, tornando-se a figura central da Inquisição Espanhola. Sua reputação como implacável e fanático consolidou-o como a face mais temida do tribunal.

Durante seu mandato, de 1483 a 1498, a Inquisição intensificou suas atividades, ampliando o uso de interrogatórios, confissões forçadas e punições severas.

Embora o número exato de execuções sob Torquemada seja debatido, historiadores como Henry Kamen estimam cerca de 2.000 mortes, um número significativo, mas menor do que as cifras exageradas da chamada "lenda negra".

Torquemada também foi responsável por estruturar o Consejo de la Suprema y General Inquisición, estabelecido em 1483, que centralizou o controle do tribunal e garantiu sua eficiência burocrática.

Sob sua liderança, a Inquisição expandiu-se para outras regiões da Espanha e, posteriormente, para as colônias espanholas nas Américas, onde continuou a perseguir hereges, indígenas convertidos e outros grupos considerados desviantes.

Tortura e Controvérsias Historiográficas

A questão da tortura é um dos pontos mais controversos na história da Inquisição Espanhola. Segundo o historiador Rino Cammilleri, que cita o especialista Bartolomé Benassa, a tortura era usada de forma "relativamente pouco frequente e geralmente moderada" em comparação com outras práticas judiciais da época.

Henry Kamen, por sua vez, argumenta que o número proporcionalmente baixo de execuções desmente a imagem de um tribunal sedento de sangue, sugerindo que as descrições de sadismo são exageradas e fazem parte da "lenda negra" - uma narrativa protestante do século XVI que demonizava a Espanha católica.

No entanto, essa visão revisionista é contestada por outros historiadores. Toby Green, por exemplo, reconhece que a "lenda negra" pode ter exagerado certos aspectos, mas alerta contra a criação de uma "lenda branca" que minimize os abusos. Green sustenta que a tortura, embora não universal, era uma prática habitual, especialmente em casos de suspeita de judaísmo ou heresia.

Os registros da Inquisição, muitos ainda em estudo, revelam o uso de métodos como a corda (suspensão por cordas), a água (simulação de afogamento) e o potro (estiramento do corpo), que causavam sofrimento físico e psicológico. Além disso, testemunhos de vítimas, como os preservados em relatos de conversos, descrevem um clima de medo e coerção.

Impactos Sociais e Culturais

A Inquisição Espanhola teve consequências profundas na sociedade ibérica. A intolerância religiosa e a obsessão pela limpeza de sangre criaram uma cultura de desconfiança e delação, fragmentando comunidades e reforçando divisões sociais.

Como observa Landes, a repressão cultural e intelectual contribuiu para o atraso da Espanha e de Portugal na Revolução Científica, enquanto países do norte da Europa, menos restritivos, avançavam em ciência e tecnologia.

A expulsão dos judeus em 1492 e a perseguição aos mouriscos enfraqueceram a economia, pois muitos eram artesãos, comerciantes e intelectuais.

Além disso, a Inquisição gerou um impacto psicológico duradouro. O medo de ser denunciado por vizinhos ou até familiares criou uma atmosfera de paranoia, enquanto os Autos de Fé reforçavam a mensagem de que qualquer desvio, por menor que fosse, poderia levar à punição.

A longo prazo, a Inquisição contribuiu para a estagnação cultural da Península Ibérica, enquanto a Europa setentrional avançava rumo à modernidade.

A "Lenda Negra" versus a "Lenda Branca"

A historiografia moderna continua dividida sobre a Inquisição Espanhola. A "lenda negra", alimentada por relatos sensacionalistas de cronistas protestantes, retratava a Inquisição como um tribunal bárbaro e sanguinário.

Historiadores como Kamen e Benassa buscam corrigir esses exageros, destacando que a Inquisição operava dentro de um contexto judicial da época, onde a tortura e as execuções eram práticas comuns em tribunais seculares e religiosos.

No entanto, a tentativa de desmistificar a "lenda negra" não deve levar à criação de uma "lenda branca", que ignore os abusos reais. Como Toby Green argumenta, é essencial reconhecer o sofrimento das vítimas sem distorcer a realidade histórica.

Conclusão

A Inquisição Espanhola, com sua mistura de fanatismo religioso, poder estatal e repressão social, permanece um dos capítulos mais sombrios da história europeia.

Sob a liderança de figuras como Tomás de Torquemada, o tribunal não apenas perseguiu supostos hereges, mas também moldou a sociedade ibérica, promovendo a intolerância e atrasando o progresso cultural e científico.

Embora revisões historiográficas tenham suavizado a imagem de um tribunal exclusivamente cruel, os milhares de registros e testemunhos pessoais atestam o impacto devastador da Inquisição, tanto para as vítimas quanto para os perseguidores.

Corrigir mitos não deve apagar a realidade de um sistema que, movido pelo zelo religioso e pela ganância, deixou cicatrizes profundas na história da Espanha e do mundo.

Ollantaytambo - Peru


 

Ollantaytambo ou Ullantaytanpu é um Parque Arqueológico Nacional de arquitetura incaica. Atualmente ao lado da obra monumental está localizado um povoado que é a capital do Distrito de Ollantaytambo (província de Urubamba), situado na parte sul a cerca de 90 km a noroeste da cidade de Cusco.

É um dos pontos de partida do caminho para Machu Picchu. Esta cidade constituiu um complexo militar, religioso, administrativo e agrícola. A entrada é feita pela porta chamada Punku-punku

Ollantaytambo está localizado no distrito de mesmo nome, província de Urubamba, aproximadamente a 60 quilômetros a noroeste da cidade de Cusco e tem uma altitude de 2.792 metros acima do nível do mar.

Trata-se de um dos complexos arquitetônicos mais monumentais do antigo Império Incaico. Comumente chamado "Fortaleza", devido a seus descomunais muros, foi na realidade um tambo ou cidade-alojamento, localizado estrategicamente para dominar o Vale Sagrado dos Incas.

O tipo arquitetônico empregado, assim como a qualidade de cada pedra, trabalhada individualmente, fazem de Ollantaytambo uma das obras de arte mais peculiares e surpreendentes que realizaram os antigos peruanos, especialmente o Templo do Sol e seus gigantescos monolitos.

Algumas das rochas utilizadas na construção são somente encontradas a alguns quilômetros da cidade, o que revela o domínio de técnicas avançadas de transporte de rochas. As pedras eram trabalhadas antes de serem transportadas e nesse trabalho eles deixavam sulcos para facilitar o transporte, mediante amarração de cordas.

As ruas retas, estreitas e pitorescas hoje formam quinze grupos de casas localizadas ao norte da praça principal da cidade, que constituem em si um verdadeiro legado histórico. Algumas casas da época tipo colonial estão construídas sobre belos muros incaicos polidos com esmero.

Os tons da pedra são alegres, de uma cor de flor petrificada, rosa escuro. Na praça principal um grande bloco de perfeitas arestas encaixa em uma dupla fileira seus quinze ângulos de estrela terrestre.

O historiador cusquenho Valentín Martíne afirma que a origem do nome de Ollantaytambo, vem do nome do general do Antisuyo chamado Ollantay que residia e tinha seu quartel general nesta localidade. 

O cronista Garcilaso de la Vega, depois de elogiar a grandeza e magnificência das antigas fortificações do Tampu, conta que estas foram mandadas construir pelo Inca Wiraquocha, assim como os grandes e antigos edifícios que existem nesse lugar. 

Turismo

Ao lado deste local existe um pequeno povoado e algumas pousadas. Fica próximo a Cusco, onde comumente se hospedam os turistas. Existem passeios que saem da cidade ou de Cusco e que dão a volta por vários sítios arqueológicos próximos à cidade, incluindo Ollantaytambo.

No vilarejo há pequenas lojas de artesanato e mercados com água e comida. Na estação ferroviária há saída diária de trens para Águas Calientes, de onde se acessa Macchu Picchu. O trajeto em trem é feito em cerca de 90 a 120 minutos.

Para quem desejar conhecer um pouco mais sobre a cultura, do ponto de vista dos próprios habitantes, vale a pena visitar o Bio Museu, um local pouco conhecido dos turistas, mas com rico acervo cultural.


terça-feira, setembro 24, 2024

As Formigas


 

As formigas não têm pulmões, as formigas não têm orelhas, as formigas têm dois estômagos.

As formigas podem nadar, formigas são agricultoras, formigas são donas de escravos as formigas são tão antigas quanto os dinossauros.

Existem mais de 12.000 espécies de formigas em todo o mundo, uma formiga pode levantar 20 vezes o seu próprio peso, algumas formigas rainhas podem viver anos e ter milhões de descendentes.

Quando eles lutam, vão até a morte, quando a rainha da colônia morre, a colônia só pode sobreviver por alguns meses.

As formigas podem viver duas horas sem oxigênio, as formigas não têm sangue. Não possuem veias artéria ou coração. Por isso possuem um sistema circulatório aberto.

As formigas formam o maior império de artrópodes, senão um dos maiores, as formigas são belicistas e imperialistas tal qual as Vespas.

Um formigueiro pode ter o tamanho de um quintal e uma complexidade digna de uma Cidade. As formigas operárias nunca dormem sempre que podem.

Uma pesquisa norte-americana de 2009 indicava que ao menos as formigas-de-fogo (Solenopsis Invicta) dormem sim - em pequenos cochilos.

As operárias “dormem" em turnos, mantendo sempre 80% da força de trabalho acordada.

As formigas liberam flatulências, é o inseto com maior massa cerebral, formiga aprende 14 cheiros diferentes e retém memória por 1 mês. Elas também são surdas, quase não enxergam e se comunicam pelo cheiro.

Quando uma formiga está em perigo, ela solta um odor para alertar as companheiras, transmitindo um aviso de que as demais devem fugir. O odor varia conforme a situação.

As formigas também servem de comida para o homem. Os chineses adoram ensopado de formigas, vinho com formigas, feijão com formigas etc.

Eles dizem que, além de saborosas, são úteis no tratamento de muitas doenças. Os biólogos afirmam que as rainhas-saúvas são muito nutritivas.

As formigas são insetos pertencentes à Ordem Hymenoptera e Família Formicidade. Esses animais surgiram em nosso planeta entre 80 e 140 milhões de anos atrás.

São aproximadamente 10.000 as espécies encontradas em todo o mundo, exceto nos polos; e cerca de 2.500 somente no Brasil.

As rainhas podem viver seis anos antes de morrer de velhice, já as operárias vivem de seis meses a um ano. Porém, existem rainhas de outras espécies de formigas que podem viver até mais, atingindo até 45 anos.

O mundo sem as formigas poderia virar um caos! Muitos ecossistemas seriam prejudicados e algumas espécies deixariam de existir.

O tamanduá seria o primeiro a sumir porque se alimenta delas. As árvores também sofreriam. Elas fornecem néctar às formigas que, em troca, espantam os predadores, protegendo-as.

Como as minhocas, as formigas também movimentam a terra na hora de fazer os ninhos e a tornam rica em matéria orgânica, deixando-a fértil para o plantio.

As formigas ainda ajudam a espalhar sementes garantindo a reprodução de algumas plantas e a controlar a população de muitos insetos.