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domingo, novembro 23, 2025

As víboras do arbusto espinhoso - Bonita, mas mortal!


 

As víboras do arbusto espinhoso pertencem à família venenosa dos viperídeos, um grupo de serpentes amplamente distribuído pelo planeta. Embora a maior parte dessas espécies habite regiões remotas, com pouca ou quase nenhuma interação humana, seu encontro acidental não é impossível.

E, caso ocorra uma mordida, o veneno - em muitos casos neurotóxico ou hemotóxico - pode ser extremamente perigoso e até fatal. A família Viperidae conta com cerca de 321 espécies espalhadas pelo mundo.

Suas características mais marcantes incluem a dentição solenóglifa, ou seja, presas longas, retráteis e posicionadas no maxilar superior, capazes de se projetar rapidamente no momento do bote.

Essas presas, ligadas a glândulas produtoras de veneno altamente especializadas, transformam os viperídeos em predadores eficientes e, ao mesmo tempo, em animais potencialmente perigosos ao ser humano. Nas Américas, são justamente as espécies desse grupo - especialmente jararacas, cascavéis e surucucus - as principais responsáveis pelos chamados acidentes ofídicos.

Curiosamente, porém, é desse mesmo veneno que surgem avanços científicos fundamentais: diversas moléculas extraídas dessas serpentes servem de base para medicamentos que tratam hipertensão, problemas de coagulação, distúrbios cardiovasculares e outras enfermidades.

Ou seja, o que na natureza é uma arma mortal, na medicina se transforma em ferramenta de cura. A população, por desconhecimento, costuma tentar identificar serpentes a partir de características externas - padrão de escamas, formato da cabeça, coloração.

No entanto, além de impreciso, isso é extremamente arriscado. A identificação correta de um viperídeo deve ser feita exclusivamente por profissionais capacitados, como biólogos, herpetólogos ou agentes de saúde treinados. Uma aproximação indevida pode resultar em um acidente grave.

Em áreas rurais, relatos de encontros entre pessoas e viperídeos costumam ocorrer durante atividades como colheita, limpeza de terrenos ou caminhadas em matas fechadas.

Muitas vezes, o acidente acontece porque a cobra, camuflada entre folhas secas ou galhos, se sente ameaçada e reage de forma defensiva - jamais por “ataque gratuito”. É importante lembrar que serpentes não perseguem humanos; elas evitam o confronto sempre que possível.

Por isso, a melhor atitude ao avistar um viperídeo é manter distância, não tentar capturá-lo, afugentá-lo ou matá-lo. Simplesmente deixe que siga seu caminho. A convivência respeitosa com esses animais não apenas evita acidentes, como também preserva espécies essenciais para o equilíbrio dos ecossistemas: os viperídeos controlam populações de roedores e pequenos animais, desempenhando um papel ecológico crucial.

Em suma, apesar de sua fama temida, as víboras e demais viperídeos são criaturas fascinantes, altamente adaptadas e importantes para a natureza - e, paradoxalmente, também para a medicina humana. O respeito e a cautela são, ao mesmo tempo, nossa melhor proteção e a melhor forma de coexistir com elas.

O Assassinato de Abel por Caim segundo o pensamento de Friedrich Nietzsche


O Assassinato de Abel por Caim à Luz do Pensamento de Friedrich Nietzsche

A história de Caim e Abel aparece no Livro do Gênesis (capítulo 4) da Bíblia hebraica, embora tenha paralelos em mitos mesopotâmicos mais antigos.

Trata-se, porém, de um dos relatos mais profundos e inquietantes da tradição judaico-cristã, e Friedrich Nietzsche - que dedicou boa parte de sua obra a desconstruir a moral judaico-cristã - viu nela um símbolo poderoso da luta entre dois tipos fundamentais de ser humano.

Caim, o homem dionisíaco e livre

Para Nietzsche, o drama de Caim e Abel não é primariamente uma questão de “pecado original” ou de desobediência, mas da tensão entre dois modos de existência: o homem ressentido, reativo e escravo versus o homem soberano, afirmativo e criador.

Abel representa o tipo “escravo” por excelência: o homem piedoso, obediente, que oferece o que acha que Deus quer ouvir e espera recompensa por sua submissão. 




Sua oferta é aceita porque ele já se colocou na posição de servo que antecipa o desejo do senhor. Abel é o protótipo do “rebanho” nietzschiano: vive para ser aprovado, para ser o “bom filho”, o “bom crente”.

Caim, ao contrário, é o homem forte que se rebela contra a humilhação arbitrária. Sua oferta (os frutos da terra, o trabalho duro do agricultor) é rejeitada sem explicação clara.

Deus simplesmente “olha com agrado” para Abel e não para Caim (Gn 4:4-5). Essa preferência divina sem critério racional é, para Nietzsche, o modelo da moral do ressentimento: o fraco (Abel) é premiado exatamente por ser fraco e submisso; o forte (Caim) é punido por sua independência.

O assassinato de Abel pode ser lido, portanto, como o primeiro grande ato de revolta contra a moral de escravo que viria a dominar o Ocidente por milênios. Caim mata o “bom menino”, o favorito de Deus, o símbolo da obediência cega.

Ao fazê-lo, ele diz “não” ao valor supremo do rebanho: a humildade, a resignação, a aceitação passiva do julgamento alheio. Nietzsche escreve em A Genealogia da Moral: “Os escravos revoltam-se inventando a ‘culpa’ e o ‘pecado’ para vingar-se dos fortes. Mas os fortes, quando se revoltam, fazem-no com a espada.”



Caim é esse forte que usa a espada. Ele não pede perdão (note-se que nunca se arrepende no texto bíblico); ele teme apenas a vingança dos outros. Sua resposta a Deus - “Acaso sou eu o guarda do meu irmão?” (Gn 4:9) - é uma das frases mais nietzschianas da Bíblia: recusa da responsabilidade moral imposta de fora, recusa do papel de pastor do rebanho.

A marca de Caim e o eterno retorno do forte

Curiosamente, Deus não mata Caim. Coloca nele um sinal e promete vingança sétupla contra quem o tocar. Nietzsche lê nisso um reconhecimento involuntário da força de Caim: até o Deus judaico-cristão teme o homem que ousou dizer não.

A “marca de Caim” torna-se, na interpretação nietzschiana, o estigma do homem superior - aquele que carrega o peso de sua liberdade e é odiado pelo rebanho exatamente por ser livre.

Caim funda a primeira cidade (Enoque, nome de seu filho). O assassino de Abel torna-se o fundador da civilização. Para Nietzsche, isso é profundamente simbólico: a cultura, a técnica, a arte, a política - tudo nasce do excesso de força do homem que se nega a curvar-se diante do ressentimento dos fracos.

Resumo da interpretação nietzschiana

Abel = moral de escravo, ressentimento, piedade, obediência, cristianismo primitivo.

Caim = moral de senhor, afirmação da vida, força criadora, rebelião contra o Deus moral, futuro além do bem e do mal.

O assassinato = ato fundador necessário para romper com a moral do rebanho e abrir caminho ao super-homem.

Em Assim Falou Zaratustra, Nietzsche coloca na boca de Zaratustra uma frase que poderia perfeitamente ser dita por Caim: “É preciso ter um caos dentro de si para dar à luz uma estrela dançante.”

Caim carrega esse caos. Abel, nunca.

Após a expulsão do Éden, Adão conheceu Eva, sua mulher, e ela concebeu e deu à luz Caim. Depois nasceu Abel. Caim tornou-se lavrador da terra; Abel, pastor de ovelhas.

Chegado o tempo das ofertas, Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor. Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste.

 



O Senhor agradou-se de Abel e de sua oferta, mas de Caim e de sua oferta não se agradou. Caim irou-se sobremaneira e seu semblante caiu. Disse então o Senhor a Caim: “Por que te iraste? E por que descaiu o teu semblante? Se procederes bem, não serás aceito? Mas se procederes mal, o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.” (Gn 4:6-7)

Caim, porém, não quis dominar o desejo - quis afirmá-lo. Convidou Abel: “Vamos ao campo.” Estando no campo, Caim levantou-se contra Abel, seu irmão, e o matou.

Perguntou o Senhor a Caim: “Onde está Abel, teu irmão?” Respondeu ele: “Não sei. Acaso sou eu o guarda do meu irmão?” Disse o Senhor: “Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama da terra a mim. Agora, maldito és tu desde a terra que abriu a boca para receber de tuas mãos o sangue do teu irmão.

Quando lavrares o solo, não mais te dará ele a sua força; fugitivo e errante serás na terra.” Caim respondeu: “É demasiado grande o meu castigo para que o possa suportar. Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua face me esconderei; serei fugitivo e errante na terra; quem comigo se encontrar me matará.”

Disse-lhe o Senhor: “Portanto, quem matar Caim será vingado sete vezes.” E pôs o Senhor um sinal em Caim, para que não o ferisse quem quer que o encontrasse.

Caim afastou-se da presença do Senhor e habitou na terra de Node, ao oriente do Éden. Conheceu Caim sua mulher, e ela concebeu e deu à luz Enoque. Caim estava construindo uma cidade e deu a essa cidade o nome de seu filho, Enoque.

Assim, ironicamente, o primeiro assassino torna-se o primeiro urbanizador, o primeiro que constrói algo duradouro. O sangue de Abel fertiliza a terra onde crescerá a civilização - uma civilização que, para Nietzsche, só poderá superar sua origem ressentida quando produzir, finalmente, o super-homem que diga “sim” à vida tal como Caim ousou fazer, sem pedir perdão.