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sábado, dezembro 21, 2024

A realidade


 


A realidade é o mais hábil dos inimigos. Lança os seus ataques contra aquele ponto do nosso coração onde não os esperávamos e onde não tínhamos preparado defesas.

(Marcel Proust)

Realidade significa, em seu sentido mais livre, o termo inclui tudo o que é, seja ou não perceptível, acessível ou entendido pela filosofia, ciência ou qualquer outro sistema de análise. Em uso comum, a realidade corresponde a "tudo o que existe".

O real é comumente entendido como aquilo que existe fora da mente particular, mas também pode incluir, em certo sentido, a realidade interna que existe dentro da mente também. 

A ilusão, a imaginação, embora não esteja expressa na realidade tangível extra-mentis, existe ontologicamente, onticamente (relativa ao ente – vide Heidegger in "Ser e tempo”), ou seja: intra-mentis. E é, portanto, real, embora possa ser ou não ilusória.

A ilusão quando existente, é real e verdadeira em si mesma. Ela não nega sua natureza. Ela diz sim a si mesma.

A realidade interna ao ser, seu mundo das ideias, embora na qualidade de ens fictionis intra mentis (ipsis literis, in "Proslogion" de Anselmo de Aosta – argumento ontológico), ou seja, enquanto ente fictício, imaginário, idealizado no sentido de tornar-se ideia, e ser ideia, pode - ou não - ser existente e real também no mundo externo.

O que não nega a realidade da sua existência enquanto ente imaginário, idealizado.

Quanto ao externo - o fato de poder ser percebido só pela mente - torna-se sinônimo de interpretação da realidade, de uma aproximação com a verdade.

A relação íntima entre realidade e verdade, o modo em como a mente interpreta a realidade, é uma polêmica antiga. O problema, na cultura ocidental, surge com as teorias de Platão e Aristóteles sobre a natureza do real (o idealismo e o realismo).

No cerne do problema está presente a questão da imagem (a representação sensível do objeto) e a da ideia (o sentido do objeto, a sua interpretação mental).

Em senso comum, realidade significa o ajuste que fazemos entre a imagem e a ideia da coisa, entre verdade e verossimilhança. 

O problema da realidade é matéria presente em todas as ciências e, com particular importância, nas ciências que têm como objeto de estudo o próprio homem: a antropologia cultural e todas as que nela estão implicadas: a filosofia, a psicologia, a semiologia e muitas outras, além das técnicas e das artes visuais.

Na interpretação ou representação do real, (verdade subjetiva ou crença), a realidade está sujeita ao campo das escolhas, isto é, determinamos parte do que consideramos ser um fato, ato ou uma possibilidade, algo adquirido a partir dos sentidos e do conhecimento adquirido.

Dessa forma, a construção das coisas e as nossas relações dependem de um intrincado contexto, que ao longo da existência cria a lente entre a aprendizagem e o desejo: o que vamos aceitar como real? Portanto a realidade é construída pelo sujeito cognoscente; ela não é dada pronta para ser descoberta.

A verdade (subjetiva) pode, às vezes, estar próxima da realidade, mas depende das situações, contextos, das premissas de pensamento, tendo de criar dúvidas reflexivas.

Às vezes, aquilo o que observamos está preso a escolhas que são mais um conjunto de normas do que evidências.


sexta-feira, dezembro 20, 2024

As Formigas – Uma Mensagem para o Anfitrião


 

As Formigas 

Caro anfitrião,

O verão chegou, e estamos começando a sair de nossas tocas, pois nossos estoques de comida estão acabando. Talvez você note nossa presença em sua casa, pois procuramos restos de alimento enquanto aproveitamos para fazer uma boa faxina no ambiente.

Caso deseje evitar a nossa visita, algumas soluções simples e naturais podem ajudar: Coloque cascas de pepino nos locais por onde entramos; assim, entenderemos que não somos bem-vindas.

Desenhe uma linha com giz comum. Nós nunca cruzamos essa barreira. Coloque pedaços de limão nos pontos de entrada para desencorajar nossa entrada.

Por favor, evite usar talco de bebê ou inseticidas. Esses métodos nos prejudicam gravemente, bloqueando nossas vias respiratórias ou contaminando nossas colônias com veneno.

Além disso, em períodos de chuvas intensas, nossas casas podem ser inundadas, e por isso buscamos abrigo em locais secos – muitas vezes, em sua casa. Para minimizar esses encontros, mantenha os bueiros e esgotos limpos e desobstruídos.

Gostaríamos que nos vissem como aliadas, não como inimigas. Aqui estão alguns motivos para isso:

Fomos pioneiras na agricultura e continuamos sendo hábeis agricultoras orgânicas, ajudando a manter o planeta verde e rico em biodiversidade. Ajudamos no controle de populações de microrganismos, incluindo alguns transmissores de doenças.

Semeamos sementes de árvores, transformamos o solo, produzimos adubo e contribuímos para o crescimento de diversas plantas.

Nossa presença é crucial para o equilíbrio ecológico. Somos uma das maiores populações de seres vivos do planeta, com uma biomassa que supera a de todas as aves e mamíferos selvagens combinados.

Com cerca de 20 quatrilhões de indivíduos e habitando o planeta há milhões de anos, desempenhamos papéis fundamentais nos ecossistemas terrestres.

Então, pedimos sua compreensão e colaboração. Afinal, estamos aqui para contribuir com o equilíbrio do planeta, não para causar prejuízos ou incômodos. Agradecemos pela atenção e esperamos que possamos viver em harmonia.

Atenciosamente,
As Formigas

Referência: PNAS

quinta-feira, dezembro 19, 2024

Morador de rua


 

Morador de rua - Em 2017, nos Estados Unidos, um morador de rua encontrou no chão um cheque no valor de uma grande quantia: 10 mil dólares.

Ele decidiu devolver o cheque ao dono, que provavelmente deixou cair sem perceber.

Havia um número de telefone escrito no cheque. Ele foi a uma cabine telefônica e fez uma ligação.

O número era de uma empresária de sucesso e diretora executiva de uma empresa de imobiliária (Roberta Hoskie).

O morador de rua informou que havia encontrado seu cheque e que ela poderia ir busca.

Eles se conheceram e, quando ela descobriu que ele era um morador de rua, ficou tão comovida com sua bondade que quis compensá-lo.

Ela comprou um apartamento para ele e depois o matriculou em uma escola imobiliária. Depois de se formar, ela o nomeou membro do conselho de uma de suas fundações.

O que posso supor sobre pessoas assim é que elas estão morando na rua por serem honestas, por nunca se terem envolvido em corrupção, por nunca terem roubado.

Pessoas que nunca lhe foi oferecido uma oportunidade de coisas nenhuma, pois o ser humano se deleita em fazer alguma coisa por pessoas importantes e não por pessoas simples.

Sempre impera o interesse, pois se eu ajudar alguém famoso, importante e rico, ele irá fazer algo por mim, enquanto um morador de rua nunca vai poder fazer algo por mim.

Esse morador de rua fez isso sem nenhum interesse, fez pelo caráter, pela dignidade. Não era dele então não lhe serviria e teria que entregar ao verdadeiro proprietário.

Mesmo na miséria da rua e da fome, ter uma atitude dessa, é muito claro que essa pessoa é de total confiança e que merecia a oportunidade que lhe foi oferecida e o cargo que veio a ocupar.

Também existe poucas pessoas que têm a sensibilidade dessa pessoa que perdeu o cheque que depois de receber de volta o perdido, tenha a hombridade de poder agradecer.

A maioria de casas de honestidade que vemos falar são de pessoas assim, sem casa, sem rumo, sem comida e sem nenhuma deficiência de honestidade. 

quarta-feira, dezembro 18, 2024

Leão de Lucerna


 

Leão de Lucerna - O belo "Monumento do Leão", ou "Leão de Lucerna", projetado por Bertel Tborvaldsen. A obra de arte foi esculpida em um relevo rochoso, em Lucerna, na Suíça, entre os anos de 1820 e 1821 por Lukas Ahom.

Ela homenageia os cerca de 760 Guardas Suíços do rei Luís XVI, que foram massacrados na Revolução Francesa, durante a tomada do antigo Palácio das Tulherias, em 10 de agosto de 1792.

O animal parece estar abatido. Sua cabeça pende levante para o lado, enquanto as águas do chamado "lago verde" refletem sua grandiosidade e, ao mesmo tempo, seu aspecto moribundo.

Naquele dia 10 de agosto, o som do rufar dos tambores indicava que uma insurreição ao Palácio se aproximava. Luís XVI e sua família se refugiaram na Sala do Conselho. “Sua Majestade não tem um minuto a perder”, advertiu Roederer. “Só há segurança na Assembleia”.

Diante do silêncio do monarca, Maria Antonieta tomou a palavra e disse que ela e seu marido não necessitavam da ajuda dos deputados e que preferiam ficar ali.

“Se a senhora se opõe a essa providência, madame”, respondeu o prefeito, “a senhora será responsável pelas vidas de seu marido e de seus filhos” A soberana ficou estupefata de cólera, mas nada disse.

Foi Luís XVI quem se levantou e tomou a decisão final: “Vamos. Já que iremos para a Assembleia, nada há a fazer aqui”.

Como resultado, a defesa do palácio se desintegrou, sob o comando do idoso general de Mailly. Chegou uma mensagem do rei, dizendo-lhes para cessar fogo.

O que aconteceu em seguida foi um verdadeiro banho de sangue protagonizado pelos insurgentes, que massacraram as tropas rendidas do rei. Para os amotinados, eles não mereciam piedade, e tiveram suas cabeças espetadas em pontas de lanças.

A escultura, por sua vez, é dedicada ao Helvetiorum Fidei ac Virtuti (À lealdade e à bravura dos Suíços). Abaixo do Leão empalado por uma lança, glorificado com o escudo das flores de lis da monarquia francesa e o brasão de armas da Suíça, os nomes daqueles que morreram em 1792.

No total, a escultura mede 6 metros de altura por 10 de comprimento. Anualmente, ela recebe cerca de 1,4 milhões de turistas.


terça-feira, dezembro 17, 2024

Pensamentos




Quando me sinto triste ou inquieta, volto à casa, repasso os quartos dos meus pensamentos, abro as janelas das minhas liberdades, me leio nos salões das minhas emoções e aqueço a cálida cozinha da minha alma.

Gosto da minha casa, de como ela é feita, porque embora simples é real e acolhedora. Também tento reparar os seus defeitos com a caixa das ferramentas da consciência, buscando sanar os meus sentimentos.

Às vezes ela está bagunçada, mas eu sempre trato de com amor arrumá-la. Isso sim, não deixo que os rancores se escondam debaixo das camas, prefiro que eles partam sem deixar nenhum rastro.

E no quintal dos meus sonhos descanso, para poder olhar a lua e banhar-me com a magia do seu encanto. Sinto o emanar da sua energia que me iluminará e me guiará no outro dia. (Poesia com Alma)

segunda-feira, dezembro 16, 2024

Como perdoar?




Não sei se deve perdoar sempre. Como perdoar o torturador? Como perdoar o adulto que espanca uma criança? 

Como perdoar a inquisição, os campos de concentração, a bomba atômica, os homens públicos que se enriquecem às custas do dinheiro do povo que sofre e morre? Quem perdoa tudo é porque não se importa com nada. (Rubem Alves)

O texto de Rubem Alves reflete uma reflexão profunda sobre os limites do perdão e a complexidade moral que envolve situações extremas de violência, injustiça e desumanidade. Ele nos confronta com questões éticas solicitadas: é possível - ou até mesmo ocasional - perdoar tudo?

O perdão é frequentemente celebrado como uma virtude elevada, um ato de nobreza que liberta a pessoa que perdoa as amarras do rancor. No entanto, quando confrontado com atrocidades como tortura, violência contra inocentes, genocídios ou corrupção devastadora, o perdão pode parecer não apenas difícil, mas até inconcebível.

Rubem Alves aponta para a ideia de que perdoar, nesses casos, pode ser interpretada como uma forma de indiferença, um sinal de que não se dá a devida importância aos crimes cruéis cometidos por seres desumanos.

Essa perspectiva nos leva a refletir sobre a natureza do perdão. Ele deve ser incondicional? Ou existem limites para o que pode ser perdoado? Em muitas tradições filosóficas e religiosas, o perdão é uma prática profundamente espiritual, destinada a curar quem perdoa, independentemente da denúncia do ofensor.

Contudo, o perdão também pode ser visto como uma escolha moral e política, uma forma de afirmar a dignidade humana diante do sofrimento e da dor.

Rubem Alves questiona não apenas o ato de perdoar, mas também as implicações éticas desse perdão. Ele sugere que, ao perdoarmos tudo, podemos estar negando a gravidade do mal, ignorando as feridas abertas e perpetuando ciclos de violência e impunidade.

Perdoar o torturador sem exigir reclamação ou responsabilização pode ser visto como um insulto às vítimas. Aceitar os atos de um adulto que espanca uma criança sem que haja transformação do agressor pode ser interpretado como conivência. O mesmo vale para grandes crimes contra a humanidade ou abusos de poder.

domingo, dezembro 15, 2024

Rei Canibal


 

No nosso entendimento moderno, o canibalismo é comumente descrito como sendo um ato selvagem e bárbaro. No entanto, durante os séculos XVI e XVII, esta visão do canibalismo não foi tão clara.

Como visto com o consumo de partes do corpo humano a serem aceites sob termos médicos e reservadas apenas para aqueles ricos ou influentes o suficiente para receber tal tratamento.

Antes desta época, outras culturas reconheceram os aparentes resultados positivos do canibalismo médico. Os romanos beberiam o sangue de gladiadores mortos para absorver a sua vitalidade.

Curandeiros da antiga Mesopotâmia e Índia também acreditavam na utilização de partes do corpo humano no tratamento médico de indivíduos, observando como eles foram capazes de curá-los de várias doenças.

No início da Europa moderna, a aceitação do canibalismo médico foi popularizada pela primeira vez no século XVI pelo alquimista suíço Paracelsus (c. 1493-1541).

Paracelsus acreditava que o consumo de parte da cabeça humana seria capaz de resolver um problema na região craniana de uma pessoa doente. Alegou que os melhores crânios a serem ingeridos eram aqueles especificamente de homens que, no seu auge, morreram de uma morte violenta.

Outra alegação de Paracelsus era que o sangue humano era bom para beber; era utilizado para curar um indivíduo doente ou para recuperar a vitalidade, e até foi sugerido obter o produto de um corpo vivo.

O principal raciocínio por trás destas opiniões canibais era a crença de que os restos humanos, sejam eles sangue ou osso, continham o espírito do corpo.

Mesmo após a morte, o domínio religioso da igreja permaneceu sobre as pessoas, à medida que a noção de espírito fez com que estes restos parecessem milagrosos na época, e com o espírito do corpo eles foram capazes de curar ou ajudar a maioria das doenças.

O conceito religioso do direito divino dos reis também envolveu o corpo humano, pois o público acreditava que o corpo de um rei tinha qualidades milagrosas devido a eles serem escolhidos e feitos à imagem de Deus.

O Toque Real foi popularizado no século XVI e, como o nome sugere, envolveu o monarca colocar as mãos em um indivíduo doente com o objetivo de curá-lo, independentemente da classe.

No entanto, a execução do Rei Carlos I em 1649 transformou esta crença numa crença mais canibalística; com espectadores ávidos a limpar o seu sangue com lenços, acreditando que isso os curaria das suas doenças.

Na Inglaterra, uma forma de canibalismo médico foi famosamente introduzida por Jonathan Goddard (1617-1665). Goddard era um médico inglês, conhecido por ser um cirurgião do exército das tropas de Oliver Cromwell, bem como o seu médico pessoal.

Da mesma forma com Paracelsus, Goddard acreditava que os crânios esmagados daqueles que sofreram uma morte macabra tinham benefícios significativos para a saúde quando ingeridos.

As supostas curas não eram apenas reservadas para doenças da cabeça e do cérebro, mas também para distúrbios neurológicos como a epilepsia.

Goddard também desejava que os crânios que ele costumava ser especificamente da Irlanda; o seu raciocínio para isto resultou em grande parte do seu desejo adicional de que o musgo do crânio fosse incorporado à sua mistura.

Não só se acredita que os crânios servem como curas incríveis para uma multidão de doenças, mas o musgo do crânio também tinha aparentes habilidades de cura; por exemplo, o teólogo Richard Baxter (1615-1691) usou musgo do crânio para ajudar as suas hemorragias nasais.

Na Irlanda, a prática era não enterrar as cabeças dos seus inimigos como um aviso, portanto, o musgo cresceria sobre os crânios não enterrados, tornando os crânios da Irlanda mais desejáveis.

A mistura de cinco libras de crânios humanos esmagados e musgo do crânio veio a ser comercializada como "Goddard’s Goddard". Ele marcou-os como gotas milagrosas, alegando que eles poderiam curar qualquer e qualquer doença.

A reputação de Goddard decorreu da sua filiação na Royal Society, que é onde, sem dúvida, o Rei Charles II descobriu está aparente cura milagrosa e decidiu comprar a mistura por 6.000 libras - renomeando-a como "King's Drops".

O Rei Carlos II não é apenas conhecido como o rei do partido pelos estudiosos, mas também como um intelectual altamente interessado em alquimia e química. Fundou a Royal Society em 1662, tornando-a a mais prestigiada e, nos termos atuais, a mais antiga sociedade científica da Grã-Bretanha.

Historiadores atribuem o interesse de Charles pela ciência ao seu tutor William Harvey (1578-1657). Harvey foi o primeiro médico conhecido a descrever a circulação e as propriedades sanguíneas do corpo em completo detalhe.

Além disso, durante o seu exílio na França após a execução do seu pai, ele ajudou o seu amigo, o Conde de Buckingham, em experiências científicas, e, no seu regresso à Inglaterra, os estudiosos descrevem Carlos como sendo um químico competente, com os contemporâneos surpreendidos com o seu vasto conhecimento.

Não só era competente nesta área, como Charles estava seriamente absorvido na arte da química e da alquimia. No Palácio de Whitehall, ele tinha instalado um laboratório que estava a um fácil acesso do seu quarto.

Foi este entusiasmo aguçado pela ciência que o levou a estabelecer a Royal Society, pois ele queria criar um espaço para uma abordagem mais acadêmica e aprendida da ciência.

Portanto, não foi de surpresa que Charles estivesse intrigado com as reivindicações e descobertas de Goddard. Pessoalmente, ele acreditava plenamente no conceito das gotas, adicionando o pó ao vinho ou ao chocolate e bebendo a mistura ao longo do dia.

Charles também alegadamente usou as gotas em cortesãos desavisados, com a ajuda do seu secretário particular William Chiffinch, para obter segredos deles; alegando que eles também teriam qualidades milagrosas neste departamento.

No entanto, sem surpresa, a maioria dos estudiosos modernos acredita que a ingestão destas gotas milagrosas acelerou a morte de Carlos, já que no seu leito de morte os médicos estavam a derramar cerca de 40 gotas por dia pela sua garganta abaixo.

Após a morte de Charles em 1685, as Gotas do Rei continuaram a ser comercializadas, ainda sendo anunciadas como uma cura milagrosa, e apenas disponíveis para os ricos e importantes.

Numa tentativa desesperada de salvar a sua vida, os médicos reais voltaram para as gotas novamente para curar outra monarca: a Rainha Maria II. No entanto, as gotas não funcionaram, e Mary morreu em 1694.

As últimas vendas de crânio documentadas foram registadas até 1778, mas o canibalismo médico como um todo parou na Inglaterra no século XIX. Reflexão, não só o canibalismo médico era evidentemente imoral, mas no seu auge era completamente hipócrita.

Foi durante o século XVI que as potências inglesas e europeias começaram uma busca de exploração global. Com esta exploração veio a colonização das Américas.

É aqui que a hipocrisia chega ao palco, à medida que os colonizadores usavam a sua marca dos nativos como canibais selvagens como desculpa para cometer uma infinidade de atrocidades.

Mais perto de casa, a lenda de Sawney Bean estava a ser popularizada na Grã-Bretanha por volta do século XVI, alegando que ele e o seu clã tinham assassinado e comido mais de mil pessoas em 25 anos.

Isto não só tornou a ideia de canibalismo completamente bárbara, mas também temia, portanto, implorando a questão de onde estava a linha para o canibalismo e se sequer existia uma. Se comer pessoas diretamente era errado, por que a ingestão de sangue e crânios humanos foi permitida e considerada milagrosa? (Marnie Camping-Harris)