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quinta-feira, maio 25, 2023

Violet Jessop - Enfermeira Sobrevivente do Titanic

 

Violet Jessop

Violet Jessop Enfermeira Sobrevivente do TitanicJá faz quase 111 anos que o Titanic naufragou depois de bater em um iceberg na noite de 14 de abril de 1912 e foi engolido pelo oceano gelado poucas horas depois, já no dia 15 de abril.

De lá para cá já foram criadas centenas de narrativas sobe o trágico acontecimento, mas com certeza muitas coisas daquele dia jamais serão contadas.

Livro e filmes centenas já foram lançados por meio de depoimentos de sobreviventes, mas houve certamente, vários acontecimentos vistos por quem não sobreviveu e que jamais serão narrados.

Uma personagem sobrevivente do Titanic foi a comissária de bordo e enfermeira Violet Constance Jassop. Nascida na Argentina na cidade de Bahia Blanca em 2 de outubro de 1887.

Ela ganhou notoriedade ao sobreviver aos naufrágios de dois navios da White Star Line, o RMS da classe Olimpic, RMS Titanic e HMHS Britanic em 1912 e 1916 respectivamente.

Antes, em 1911 Violet estava a bordo de outro “irmão” do Titanic, o RMS Olimpic quando esse colidiu com o cruzador HMS Hawke.

Violet era filha de William e Katherine (“Kelly”) Jessop naturais de Dublin que emigraram para a Argentina em 1880 na tentativa de prosperarem na criação de gado. Violet era a mais nova dos seis filhos sobreviventes de nove.

Violet quase morreu de tuberculose, chegou a ser ventilado pelo médico que ela teria poucos dias de vida, mas sobreviveu a doença.

Seu pai morreu em Mendonza, fazendo com que a família regressou à Grã-Bretanha e sua mãe foi trabalhar como comissária de bordo na Royal Mail Line e Violet foi estudar em um convento.

Violet deixou a escola quando sua mãe adoeceu e foi trabalhar na mesma profissão da mãe. Mesmo relutando em relação à navegação no Atlântico Norte devido as condições climáticas, notícias de passageiros muito exigentes que trafegavam naquela companhia ela iniciou na Royal Mail Line e depois na White Star Line.

No RMS Olimpic Violet iniciou sua jornada em 1910. Trabalhava 17 horas por dia e ganhava mensal de £2 10s (equivalentes, hoje, a cerca de £231 ou €280).

Na época o navio era o maior do mundo no transporte de passageiros, era 30 metros maior do que qualquer ou navio.

No dia 20 de setembro de 1911 o navio chocou se o cruzador Hawke que tinha dimensões bem menores e por isso foi sugado pelas pás das hélices do Olimpic. Esse acontecimento foi próximo a ilha de Wight.

Como resultado, dois dos compartimentos estanques do Olympic ficaram abertos ao mar e parte das suas hélices ficou retorcida; a proa do Hawke ficou completamente destruída.

Ainda assim, os dois navios não naufragaram, e conseguiram deslocar-se até ao porto de Southampton.


Juliet Jessop como enfermeira no Titanic

No Titanic

Os seus amigos acharam que seria uma ótima experiência, por isso Violet seguiu os seus conselhos e subiu a bordo do Titanic como comissária de bordo na manhã do dia 10 de abril de 1912.

Violet sentia-se realizada com o trabalho a bordo do Olympic, e não pretendia trabalhar para o novo navio da White Star Line o RMS Titanic (que era idêntico ao Olympic, porém maior e mais opulento).

Violet admirava Thomas Andrews. "Muitas vezes, durante a nossa ronda, encontrávamos o nosso estimado arquiteto andando pelo navio frequentemente com uma cara de cansaço, mas com ar de satisfação.

Dentre as pessoas que Violet viria a mencionar nas suas memórias encontra-se Thomas Andrews.

Nunca se esquecia de parar para nos dar uma saudação alegre; o seu único arrependimento era que nós estivéssemos 'cada vez mais longe de casa'.

Todos sabiam o amor que ele nutria pela sua casa Irlandesa, e suspeitávamos que ele sonhava para regressar em paz da sua atmosfera para um descanso muito merecido e para tirar a arquitetura naval da ideia por uns tempos."

Violet ainda menciona ter feito amizade com o violinista escocês Jock Hume.

Nas suas memórias, Jessop escreve que, para a viagem inaugural do Titanic, ela havia trazido uma cópia de uma oração hebraica traduzida para o Inglês que uma velha mulher Irlandesa lhe tinha dado.

Era seu hábito respirar o ar fresco do convés antes de se retirar para o seu quarto, à noite, e que "Se o sol já não brilhava com tanta intensidade no quarto dia, e se um friozinho se arrastava pelo ar à medida que a noite se instalava, era apenas para enfatizar o calor e a luxuosidade do interior do navio".

Após se deitar no seu beliche ela leu essa oração, e depois a emprestou à sua companheira de quarto para que a lesse (presume-se que esta companheira de quarto fosse à comissária Elizabeth Leather).

A oração, segundo Violet, servia para protegê-la contra o fogo e a água. Violet era católica devota, que levava um rosário no avental e que acreditava piamente no poder da oração.

Violet conta que se encontrava "muito sonolenta" na sua cama, mas não dormia, quando o navio colidiu contra um iceberg na noite de 14 de abril. 

Recebeu ordens para que se levantasse e para que subisse ao convés, onde constatou que os passageiros se encontravam calmos.

Passado um pouco, as comissárias testemunharam as mulheres serem arrancadas dos seus maridos e serem colocadas nos botes salva-vidas com os seus filhos.

Depois de algum tempo, um oficial ordenou-as a entrar num dos botes (número 16) para mostrar às senhoras passageiras como os botes eram seguros.

À medida que o bote era lançado ao mar, um oficial entregou-lhe um bebê enrrolado em cobertores que Jessop, sem saber de quem se tratava, prontamente agarrou e protegeu durante a noite.

Após cerca de oito horas no bote, Violet e os outros passageiros foram salvos pelo RMS Carpathia, o navio que os resgatou do mar.

Enquanto a bordo do Carpathia, uma senhora tirou o bebê que havia sido deixado aos cuidados de Violet dos braços desta e afastou-se.

Violet recorda-se de estar com muito frio e dolorida para sequer pensar que era estranho que a senhora que lhe levara o bebê não parara para lhe agradecer.

A identidade do bebê (e da senhora que ficou com ele) é, ainda hoje, desconhecida.

No HMHS Britanic durante a Primeira Guerra Mundial, Violet juntou-se à Cruz Vermelha Britânica, onde trabalhava como enfermeira. 

Em 1916, estava a bordo do navio-hospital HMHS Britanic quando o navio atingiu uma mina marinha e afundou no Mar Egeu. 

Ela conseguiu subir a bordo de um bote salva-vidas (assegurando-se de levar consigo a sua escova de dentes que, segundo ela, foi do que sentiu mais falta após o naufrágio do Titanic) mas, quando este foi lançado ao mar, foi sugado pelas hélices do navio. 

Violet saltou do bote para o mar, mas a sucção levou-a a bater com a cabeça contra a quilha do navio. Ficou temporariamente inconsciente, mas um dos outros botes salva-vidas consegui resgatá-la do mar e salvou-a.

Vida Tardia

Após a guerra, Violet continuou a trabalhar para a White Star Line, antes de se juntar à Red Star Line e, depois, novamente à Royal Mail Line. Durante o seu emprego na Red Star Line, Violet embarcou em dois cruzeiros em volta do mundo no maior navio daquela companhia, o SS Belgenland.

Teve um "breve e desastroso" casamento na década de 1920, do qual não teve filhos. Em 1950, aposentou-se em Great Ashfield, em Suffolk. Violet Jessop faleceu de insuficiência cardíaca no dia 5 de maio de 1971.

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