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domingo, novembro 02, 2025

Cartografia do Cotidiano

Link para aquisição do Livro: https://loja.uiclap.com/titulo/ua125031/


Sobre o autor

Francisco Silva Sousa nasceu na cidade de Itaitinga, Ceará. De profissão, é contador; de vocação, um observador atento da vida. Desde cedo descobriu, nas palavras, um refúgio e um instrumento de expressão. Nas horas vagas, transformou o hábito de refletir sobre o mundo em crônicas, onde o cotidiano ganha contornos de crítica, memória e poesia.

Espírito inconformado, Francisco Silva Sousa não se furta a apontar as contradições que percebe ao seu redor. É um crítico ferrenho da política e das religiões, que enxerga como sistemas criados para alimentar promessas que raramente se cumprem. Essa descrença, no entanto, não é sinônimo de pessimismo absoluto: ela é o motor de uma escrita que busca desnudar as ilusões sociais e dar voz às experiências comuns, frequentemente silenciadas.

Ao longo da vida, muitas vezes se sentiu injustiçado pelo sistema, e talvez por isso seus textos carreguem uma tonalidade crítica e reflexiva. Em suas crônicas, o autor registra as ruas, os gestos e as pequenas histórias que compõem a existência coletiva, sem deixar de lado a coragem de questionar.

Em Cartografia do Cotidiano, Francisco Silva Sousa convida o leitor a percorrer com ele os caminhos visíveis e invisíveis da cidade, onde cada esquina guarda uma história e cada silêncio é também um discurso.

Rosângela Ferreira Santos

Redes Sociais


   

As redes sociais não ensinam a dialogar, pois é extremamente fácil evitar a controvérsia. Muita gente as utiliza não para unir ou ampliar horizontes, mas, ao contrário, para se fechar no que Zygmunt Bauman chamava de zonas de conforto - bolhas onde o único som que se ouve é o eco das próprias vozes, e o único rosto que se vê é o reflexo das próprias ideias.

As redes são, sem dúvida, úteis e prazerosas: conectam famílias separadas por oceanos, democratizam o acesso à informação, permitem que vozes marginalizadas sejam amplificadas.

Mas também são uma armadilha sutil. Algoritmos projetados para maximizar engajamento nos alimentam com conteúdo que reforçam crenças pré-existentes, criando câmaras de eco onde a dissonância cognitiva é banida.

O resultado? Uma polarização que não apenas separa amigos, mas corrói a própria possibilidade de empatia.

Acontecimentos que Ilustram o Fenômeno

Eleições de 2016 nos EUA e no Brasil (2018): A Cambridge Analytica usou dados do Facebook para micro segmentar eleitores, enviando mensagens que exploravam medos e preconceitos. O diálogo público foi substituído por narrativas paralelas - uma para cada bolha.

Primavera Árabe (2011) vs. Desinformação Atual: Inicialmente, o Twitter e o Facebook foram celebrados como ferramentas de mobilização. Anos depois, as mesmas plataformas se tornaram vetores de fake news durante a pandemia de COVID-19, com grupos antivacina se isolando em comunidades fechadas no WhatsApp e Telegram.

Cancelamento e Linchamentos Virtuais: Em 2023, uma professora brasileira foi demitida após um vídeo editado viralizar no TikTok. A "multidão digital" julgou sem ouvir a versão dela - um exemplo extremo de como a controvérsia é não apenas evitada, mas punida quando invade a zona de conforto alheia.

Uma Reflexão Adicional

Bauman, em Modernidade Líquida, alertava que a conexão fácil não garante proximidade real. Hoje, seguimos milhares, mas conversamos com ninguém. O desafio não é abandonar as redes, mas usá-las como pontes, não bunkers.

Isso exige esforço deliberado: seguir perfis que nos incomodam, participar de debates em espaços abertos, questionar o algoritmo que nos protege da dor do desacordo. Só assim o eco se transforma em diálogo - e o reflexo, em rosto humano.

Amor Proibido em Auschwitz: A Canção que Salvou Vidas no Inferno


 

Num lugar feito para destruir vidas, onde a compaixão era crime e a esperança parecia extinta - algo inimaginável aconteceu. Uma jovem prisioneira judia e um guarda das SS se apaixonaram.

Ela era Helena Citrónová, uma eslovaca de 22 anos presa em março de 1942 por ser judia. Chegou a Auschwitz-Birkenau com o primeiro transporte de mulheres eslovacas.

Tinha voz de soprano, cantava antes da guerra em corais de Bratislava. O cabelo foi raspado, o nome trocado por um número: A-1545.Ele, Franz Wunsch, austríaco de 21 anos, alistado nas SS em 1940. Chegou a Auschwitz em 1942 como Rotten Führer, promovido a Unterscharführer.

Supervisionava o “Kanada”, o setor onde chegavam os bens roubados dos deportados - roupas, joias, fotos de família. Era bonito, loiro, falava alemão com sotaque vienense. Matava por dever, não por prazer.

Tudo começou com uma canção.

Em 1943, aniversário de um oficial. Os prisioneiros foram obrigados a entreter. Helena foi chamada. Cantou “Liebe war es nie” (“Nunca foi amor”), uma canção de amor proibida no campo.

A voz dela - clara, trêmula, mas firme - cortou o ar gelado. Franz estava de guarda. Parou. Olhou. Não piscou. No dia seguinte, ele a procurou. Mandou chamá-la ao Kanada. Deu-lhe um pedaço de pão com manteiga. Disse apenas: “Cante de novo.” Ela cantou. Ele ouviu.

Depois, trouxe chocolate. Um pente. Um bilhete: “Du bist schön.” (Você é bonita.) O amor cresceu em segredo. Ele a tirou do trabalho pesado. Colocou-a no Kanada, onde havia menos fome.

Dava-lhe comida, roupas, remédios. Quando a irmã de Helena, Róžka, foi selecionada para a câmara de gás em 1944, Franz interveio. Correu até a rampa, gritou o nome dela, arrancou-a da fila.

Róžka sobreviveu. Helena nunca esqueceu. Helena disse depois, em entrevista à BBC em 1996:

“Ele estava apaixonado por mim. Eu não o amava. Eu o usava. Mas sem ele, eu estaria morta. E minha irmã também.” Não foi conto de fadas. Foi sobrevivência. Foi medo. Foi culpa.

Franz escrevia poemas para ela. Guardava um retrato dela escondido no uniforme. Dizia que desertaria se pudesse. Ela pedia: “Leve-me embora.” Ele respondia: “Não posso. Morreria. E você também.”

Em janeiro de 1945, Auschwitz foi evacuado. Marcha da morte. Helena sobreviveu. Franz fugiu para a Áustria. Casou-se com outra. Teve filhos. Nunca falou dela.

Depois da guerra: Helena emigrou para Israel. Casou-se. Teve filhos. Cantou em corais novamente. Guardou silêncio por décadas. Em 1972, Franz foi julgado em Viena por crimes de guerra.

Acusado de participar de seleções e espancamentos. Helena voou da Israel para testemunhar. Subiu ao banco. Olhou para ele. Disse:

“Ele me salvou a vida. Salvou minha irmã. Nunca o vi bater em ninguém. Ele era bom comigo.” O tribunal ficou em silêncio. Franz chorou. Foi condenado à prisão perpétua - mas por pertencer às SS, não por atos específicos de crueldade.

Morreu em 2009, aos 87 anos, em liberdade condicional. Helena morreu em 2007, aos 85. Nunca mais se viram. Em 2003, o documentário Love in the Shadow of Death reuniu gravações dela e cartas dele.

Ela disse, já idosa:

“Eu não o odiava. Como poderia? Ele me deu vida. Mas também era parte do inferno.” Uma chama de amor que brilhou - fraca, suja, contraditória - na noite mais escura da humanidade. Não redime o mal. Não apaga o horror. Mas lembra: mesmo no pior lugar, algo humano pode sobreviver.