Propaganda

sexta-feira, novembro 28, 2025

China e a Extração órgãos de pessoa viva


Durante décadas, diversas organizações de direitos humanos, pesquisadores independentes e testemunhos individuais têm denunciado que o sistema médico-militar chinês utilizou - e ainda utiliza - órgãos de prisioneiros executados para transplantes.

Em muitos desses relatos, há suspeitas de que a extração teria ocorrido enquanto as vítimas ainda estavam vivas, a fim de garantir que os órgãos tivessem a melhor qualidade possível para o transplante.

O testemunho abaixo, atribuído ao Sr. Wang e concedido ao jornal Epoch Times, é um dos relatos mais detalhados sobre o funcionamento dessas operações clandestinas. O conteúdo foi editado para maior clareza e dividido em seções temáticas.

Recrutamento em “missão militar”

O episódio ocorreu na década de 1990. Eu era um jovem estagiário de urologia no Hospital Geral Militar de Shenyang, província de Liaoning. Em um dia comum, o hospital recebeu um telefonema urgente da Região Militar de Shenyang, requisitando imediatamente uma equipe médica para uma missão classificada como “sigilosa” e de natureza militar.

À tarde, o diretor da divisão médica convocou seis profissionais: dois enfermeiros, três médicos e eu. Fomos instruídos a não manter nenhum tipo de contato com o mundo exterior até que a missão estivesse concluída. Nem mesmo telefonemas a familiares eram permitidos.

Fomos colocados em uma van modificada, escoltada por veículos militares. As janelas estavam cobertas por panos azuis, impedindo que víssemos o caminho ou o destino.

Após várias horas, chegamos a uma área montanhosa fortemente vigiada por soldados armados. Um oficial nos informou que estávamos em uma prisão militar nas proximidades da cidade de Dalian. Nada mais foi explicado.

A extração de um rim de uma pessoa viva

Na manhã seguinte, uma das enfermeiras retirou amostras de sangue de um prisioneiro, sempre acompanhada por soldados. Em seguida, fomos novamente levados à van. No local onde paramos, soldados armados cercaram o veículo para impedir qualquer observação externa.

Quatro soldados então trouxeram um homem e o deitaram sobre um grande saco plástico preto. Seu corpo estava rigidamente amarrado por um fio extremamente fino e resistente, preso aos tornozelos, pulsos e pescoço, apertado a ponto de provocar sangramento. O método era claramente projetado para impedir qualquer movimento.

Ao tocar suas pernas, percebi que estavam quentes. Os médicos rapidamente vestiram aventais cirúrgicos. Minha função seria cortar a artéria, a veia e o ureter durante a remoção do rim. A enfermeira cortou sua camisa e aplicou desinfetante no peito e no abdômen. Em seguida, o médico fez uma incisão do subxifoide até o umbigo.

As pernas daquele homem tremeram.

Ele não podia emitir sons - a forma como estava amarrado impedia qualquer vocalização adequada. Quando a incisão foi feita, o sangue jorrou com força, indicando claramente que ele estava vivo, com o coração em pleno funcionamento.

Os rins foram removidos rapidamente e colocados em uma caixa termostática para transporte imediato. Quando olhei para o rosto dele, vi seus olhos tremendo. A expressão era de puro terror. Tive a sensação de que ele tentava me olhar diretamente.

A lembrança de uma conversa ouvida na noite anterior me golpeou: um militar comentando com o cirurgião responsável que o prisioneiro “não tinha nem 18 anos”. Era “jovem, saudável, cheio de vida”. Só então percebi: realmente estávamos extraindo órgãos de alguém consciente e vivo. Fiquei paralisado de horror.

Disse ao médico que não poderia continuar. Outro médico veio então e, com brutalidade, arrancou os globos oculares da vítima com um fórceps. Meu corpo inteiro tremia. Suava sem parar. Não conseguia reagir.

O descarte do corpo

Após o procedimento, o médico bateu na lateral da van - o sinal para os soldados. Eles se comunicaram por rádio. Em poucos minutos, quatro militares envolveram o corpo ainda quente no saco plástico e o colocaram em um caminhão militar como se fosse lixo.

Voltamos imediatamente ao hospital militar. Os órgãos foram entregues a outra equipe cirúrgica, já preparada para realizar o transplante em algum paciente - possivelmente um oficial do Partido ou alguém de alto escalão.

Colapso emocional

Quando cheguei em casa, entrei em febre intensa, tremendo de horror. Não consegui contar a ninguém. Até hoje, nenhum membro da minha família sabe o que aconteceu. Logo após o episódio, pedi demissão e deixei o Hospital Geral Militar de Shenyang.

Mas o terror não terminou ali. Por meses - talvez anos - eu via constantemente o rosto daquele jovem. De olhos arregalados, tentando me olhar, pedindo socorro sem poder emitir qualquer som. Vivo ou acordado, ele aparecia para mim. Eu acordava gritando. Eu não queria mais existir.

Confirmando o que outros denunciavam

Em 2006, quando a mídia internacional começou a denunciar casos de extração forçada de órgãos de praticantes do Falun Gong, soube imediatamente que tudo aquilo era verdade.

O que eu testemunhara não era um caso isolado, mas parte de uma estrutura já existente dentro do sistema militar chinês. A perseguição ao Falun Gong - um movimento espiritual que o Partido Comunista classificou como “ameaça ideológica” - apenas ampliou enormemente o fornecimento de prisioneiros saudáveis, aptos a fornecer órgãos sob demanda.

Contexto histórico e internacional ampliado

Pesquisadores como David Kilgour, David Matas e Ethan Gutmann passaram anos investigando denúncias de extração forçada de órgãos na China, especialmente a partir dos anos 2000. Relatórios internacionais estimam dezenas de milhares de transplantes de origem não explicada, muito acima da capacidade oficial de doadores voluntários no país.

Diversos parlamentos e instituições ocidentais realizaram audiências e condenações formais do suposto sistema, que incluiria: Prisioneiros de consciência (especialmente praticantes do Falun Gong), Uigures detidos em campos na região de Xinjiang, Cristãos de igrejas clandestinas e Presos políticos diversos

Embora o governo chinês negue sistematicamente essas acusações, a combinação de testemunhos, discrepâncias estatísticas, investigações independentes e relatos de desertores continua alimentando forte preocupação internacional.

0 Comentários: