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terça-feira, novembro 25, 2025

Isabella Boye Singer - O Rosto da Estátua da Liberdade

 

A Viúva do Criador da Máquina de Costura Singer e a Lenda por Trás de um Ícone

Isabella Eugénie Boyer nasceu em Paris, filha de uma mãe inglesa e de um pai confeiteiro de origem africana. Desde cedo, sua beleza chamou atenção, e ainda muito jovem ela se tornou modelo - algo raro para mulheres na década de 1850, especialmente para mulheres mestiças, que enfrentavam preconceitos e limitações sociais importantes.

Aos 20 anos, Isabella casou-se com o empresário Isaac Merritt Singer, o famoso inventor e fabricante das máquinas de costura Singer, que tinha então 50 anos. O casal teve vários filhos, e, após a morte de Singer em 1875, Isabella herdou uma fortuna colossal, tornando-se uma das mulheres mais ricas dos Estados Unidos e da Europa.

Viúva e rica, Isabella ingressou com naturalidade nos círculos culturais e aristocráticos europeus. Anos depois, casou-se novamente, dessa vez com o violinista e nobre holandês Victor Reubsaet - frequentemente citado como “conde” por causa de seu prestígio e influência.

Com esse casamento, Isabella passou a ser tratada socialmente como condessa, circulando entre artistas, políticos, músicos e mecenas de toda a Europa. Foi nesse ambiente que ela conheceu o escultor francês Frédéric Auguste Bartholdi, já envolvido no grandioso projeto de criar uma estátua monumental como presente da França aos Estados Unidos, em comemoração ao centenário da independência americana.

A obra, que mais tarde seria conhecida mundialmente como Estátua da Liberdade, representaria a deusa romana Libertas, portando uma tocha e uma tábua com a data da assinatura da Declaração de Independência (4 de julho de 1776).

A beleza serena e marcante de Isabella impressionou Bartholdi, e desde o final do século XIX circula o rumor de que ela teria servido como modelo para o rosto da estátua. De fato, há registros de que Bartholdi conhecia Isabella pessoalmente, e ela era considerada uma das mulheres mais elegantes e influentes de seu tempo.

No entanto, não há documentação oficial confirmando que Isabella Boyer foi a inspiração direta do escultor. Alguns historiadores afirmam que Bartholdi utilizou como referência o rosto da própria mãe, Charlotte Bartholdi. Outros defendem que ele recorreu a diferentes modelos para compor o rosto idealizado de Libertas.

Ainda assim, a associação entre Isabella e a Estátua da Liberdade permanece viva, em grande parte porque sua notoriedade, riqueza, beleza e ligação com figuras influentes da época fizeram dela uma personalidade fascinante - uma mulher cuja imagem parecia adequada para representar liberdade, força e elegância.

Posteriormente, Isabella casou-se pela terceira vez, já com cerca de 50 anos, com Paul Sohée (ou Sohej, segundo algumas fontes), um conhecido colecionador de arte. Continuou vivendo entre Paris e Londres, mantendo-se como figura respeitada e admirada na alta sociedade.

Isabella Boyer morreu em 1904, em Paris, aos 62 anos, deixando para trás uma vida marcada por fortuna, reinvenção e um dos boatos mais intrigantes da história da arte: teria ela sido, ou não, o verdadeiro rosto da Estátua da Liberdade?

Fato ou lenda, sua história permanece entrelaçada ao mito - e isso, por si só, é parte da magia que envolve a criação desse símbolo universal de liberdade.

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