Tanquinho? Que nada! – A Tribo onde a Beleza Está na Barriga
Na região de Bodi, no sudoeste da Etiópia,
vive a tribo Me’en - um povo cujo ideal de beleza contrasta radicalmente com os
padrões modernos ocidentais. Lá, o homem mais desejado, admirado e respeitado é
justamente aquele que tem a maior barriga.
Isso mesmo: quanto mais volumoso o abdômen,
mais prestígio e status ele conquista dentro da comunidade. Mostre isso para
qualquer amigo que critique seu shape - talvez você só esteja vivendo na tribo
errada!
O Culto ao Corpo “Grande”: Um Padrão de Beleza Único
Para os Me’en, o abdômen avantajado
simboliza: força e fertilidade; abundância e prosperidade; a capacidade de
suportar desafios físicos; qualidade de provedor; bênçãos espirituais e orgulho
familiar. A valorização do corpo volumoso não está ligada à estética pela
estética, mas a uma profunda visão simbólica de bem-estar, riqueza e poder.
O Ritual Ka’el: A Competição dos Homens Barrigudos
Todos os anos, sempre no mês de junho,
acontece a grande cerimônia chamada Ka’el, um dos rituais mais importantes e
sagrados da tribo. Ele celebra a identidade Me’en e escolhe o homem considerado
o mais forte e favorecido pelos espíritos, representado por sua enorme barriga.
Seis meses antes da cerimônia, cada família
indica um homem solteiro para competir. A partir desse momento, sua rotina muda
completamente.
Seis Meses de Engorda: Dieta de Sangue e Leite
Os escolhidos iniciam um período de reclusão:
passam a viver isolados em pequenas cabanas, sem realizar nenhum esforço
físico. O objetivo é simples: engordar o máximo possível.
A dieta tradicional consiste em grandes
quantidades de: sangue de vaca fresco, leite cru e integral. A mistura é
preparada diariamente, quente e extremamente calórica.
Os competidores chegam a beber vários litros
por dia. Segundo a crença local, essa combinação fortalece o corpo, traz
energia vital e favorece a conexão espiritual com a força do gado - animal
sagrado para o povo Me’en.
O Grande Dia: Danças, Cores e Barrigas em Festa
No dia do Ka’el, os homens finalmente deixam
o isolamento. Suas barrigas enormes e pesadas mal lhes permitem caminhar sem
esforço - e esse é justamente o ponto: quanto mais difícil se mover, mais
impressionante é o resultado.
Vestidos com: ornamentos de búzios, plumas de
avestruz, colares coloridos, pinturas corporais, eles desfilam diante da
comunidade. Cantam e dançam com movimentos lentos, enquanto celebram a bravura
e a identidade do seu clã.
O vencedor se torna um herói local. Seu nome
é lembrado por anos. Mesmo que ele nunca se torne um grande guerreiro, será
tratado com honra e será o orgulho de sua família.
O Sacrifício Sagrado e a Leitura do Futuro
A cerimônia termina com o sacrifício ritual
de uma vaca - animal central na cultura Me’en. Os anciãos examinam
cuidadosamente: a gordura, o estômago, e o sangue do animal, buscando sinais
espirituais para prever se o futuro da tribo será próspero ou desafiador. O
ritual é considerado um diálogo direto entre a comunidade e as forças da
natureza.
Retorno à Vida Normal
Após o Ka’el, os competidores retornam à rotina habitual, abandonam a dieta extrema e, com o tempo, perdem naturalmente o peso acumulado. A barriga desaparece - mas o prestígio permanece.









0 Comentários:
Postar um comentário