Propaganda

sexta-feira, outubro 21, 2022

Morte de Sharon Tate


 

No dia 8 de agosto de 1969, Sharon Tate estava a quinze dias de ter seu bebê. Ela almoçou em casa com duas amigas e contou a elas sobre seu desapontamento por Roman não estar ainda ali, tendo adiado por alguns dias seu retorno de Londres.

De tarde ele telefonou, assim como suas irmãs, Debra e Patti, pedindo para passar a noite com ela na casa, o que ela negou. De noite, ela foi com alguns amigos jantar no restaurante El Coyote e retornaram à casa cerca de 22h30. 

Com ela estavam Jay Sebring, Abigail Folger e Wojciech Frykowski. Na casa também estavam o caseiro William Garretson, que morava numa construção menor afastada da casa principal, e seu amigo, o estudante de 18 anos, Steven Parent.

Nos primeiros minutos da madrugada do dia 9, a mando de Charles Manson, um grupo de seus seguidores, todos eles jovens entre 20 e 23 anos, formado por Charles “Tex” Watson, Susan Atkins, Patricia Krenwinkel, e Linda Kasabian, invadiu a casa de Cielo Drive e massacrou seus moradores.

Parent foi morto a tiros quando saía da casa e deu de frente com o grupo que entrava e Tate, Sebring, Folger e Frykowski assassinados a tiros e facadas na sala da residência e nos jardins. Sharon Tate foi assassinada com 16 facadas, várias delas na barriga. O crime foi classificado como assassinato ritual.

Na noite seguinte, o mesmo grupo, acrescido de Steve Grogan e Leslie Van Houten, cometeria outro bárbaro assassinato nos mesmos moldes, em outro local da cidade, matando o casal Leno e Rosemary LaBianca.

Depois de semanas de investigação, os membros da família Manson foram todos localizados, presos, processados e condenados à morte em 1971, após um dos julgamentos mais cobertos pela mídia na história criminal dos Estados Unidos.

Durante os meses que se seguiram, sem a descoberta dos culpados e mesmo depois da identificação deles, todo o Condado de Los Angeles entrou em pânico e paranóia, pela revelação de que os assassinatos da Família tinham sido aleatórios.

Pessoas famosas e ricas acreditavam que poderiam ser as próximas e abandonavam a cidade. Outros contratavam guarda-costas e instalavam sofisticados sistemas de alarme em suas casas. O ator Christopher Jones, astro de A Filha de Ryan, devastado com a morte brutal de Tate, teve um bloqueio psicológico e abandonou a carreira de ator durante as filmagens, precisando ser dublado na versão final do filme pelo diretor David Lean. 

O escritor e jornalista investigativo Dominick Dunne deu seu testemunho da dimensão do pavor que se instalou por Los Angeles nas semanas e meses seguintes:

“A onda de choque provocada pelos crimes Tate-LaBianca criou uma convulsão social na cidade como nunca havia se visto. As pessoas estavam convencidas de que os ricos e famosos da comunidade estavam em perigo. Crianças foram mandadas para fora da Califórnia. Cercas eletrificadas foram instaladas e guardas pessoais foram contratadas. Steve McQueen compareceu armado ao enterro de Jay Sebring.”

Sharon Tate foi enterrada em 13 de agosto de 1969 no Holy Cross Cemetery em Culver City, com o filho natimorto Paul Richard Polanski – assim batizado postumamente pelos pais de Roman e Sharon – em seus braços. Anos depois, sua mãe Doris e sua irmã mais nova Patti seriam enterradas no mesmo local, dividindo a mesma lápide.

Charles Manson, o mentor intelectual das chacinas, Tex Watson, Patricia Krenwinkel, Susan Atkins e Leslie Van Houlen, todos condenados à morte, tiveram suas penas comutadas para prisão perpétua quando as leis da Califórnia foram mudadas em 1972, considerando a pena de morte inconstitucional.

Linda Kasabian, que participou dos ataques, mas não matou ninguém, recebeu imunidade e atuou como testemunha de acusação contra os ex-companheiros durante os julgamentos, sendo, como testemunha ocular, a principal peça para a condenação de todos à pena máxima pedida pelo promotor Vincente Bugliosi.

Em 1974, Bugliosi escreveu o livro Helter Skelter, contando em detalhes todo o Caso tate-LaBianca, um Best-seller nos Estados Unidos com mais de sete milhões de exemplares vendidos.

À exceção de Susan Atkins (que morreu na prisão em 2009) e de Charles Manson (que morreu em 2017 no hospital), todos os outros assassinos continuam a cumprir suas penas em prisões da Califórnia, tendo negados através dos anos todos seus pedidos de liberdade condicional. 

0 Comentários: