Não
é de hoje que as encruzilhadas são tidas como sítios especiais para as gentes.
Ponto de propiciação para algumas religiões é também lugar onde se celebra
acordos e se firma compromissos.
Para
alguns é ponto de encontro com o diabo, para outros é ponto certo para se
deixar oferendas aquele que abre os caminhos, como Exu, no candomblé; como um
dia a Hécate pelos gregos, sempre associada a lua, a magia e a bruxarias.
Não
só os caminhos em cruz, mas os encontros em X ou em T trazem os seus
significados e servem a demandas diversas. Lugar em que se pode mudar sentido e
direção é sempre significativo e sugere tempo e lugar de decisões.
Histórias
contadas pelo sertão e pelo Brasil afora situam nas encruzilhadas aparecimento
de fantasmas, e não vai longe o tempo em que nelas se enterravam os pagãos,
indignos do solo sagrado dos cemitérios.
Foi
num desses cruzamentos que, na zona rural do Mississipi, Robert Johnson
americano famoso guitarrista e compositor de blues “comprou” ao diabo o seu
talento ao preço de sua alma. À meia noite, claro!
Rezas
fortes também têm seu lugar em caminhos que se atravessam e ganham poder quando
ali pronunciadas.
Está
no livro de Ezequiel: “com efeito, o rei da Babilônia se deteve na
encruzilhada, no começo dos dois caminhos, a fim de recorrer à sorte.” Estava
lá o rei seguindo a palavra de Iahweh Deus!
Mitos,
lendas, superstições e religiosidade são servos do tempo que tudo modifica e
ressignifica, degringolando significados, debulhando verdades, revelando
História!
Helenita Monte de Hollanda
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