Machu Picchu - Há 112
anos, em 24 de julho de 1911, o mundo conheceu a cidade inca de Machu Picchu. Foi
o professor norte-americano Hiram Bingham quem, à frente de uma expedição
da Universidade de Yale, redescobriu e apresentou ao mundo Machu Picchu.
Este
antropólogo, historiador ou simplesmente, explorador aficionado da arqueologia,
realizou uma investigação da zona depois de haver iniciado os estudos
arqueológicos. Bingham criou o nome de "a Cidade Perdida dos Incas"
através de seu primeiro livro, Lost City of the Incas.
Porém,
naquela época, a meta de Bingham era outra: encontrar a legendária capital dos
descendentes dos Incas, Vilcabamba, tida como baluarte da resistência contra os
invasores espanhóis, entre 1536 e 1572.
Ao
penetrar pelo cânion do Urubamba, Bingham, no desolado sítio de Mandorbamba,
recebeu do camponês Melchor Arteaga o relato que no alto de cerro Machu Picchu
existiam abundantes ruínas. Alcançá-las significava subir por uma empinada
ladeira coberta de vegetação.
Quando
Bingham chegou à cidade pela primeira vez, obviamente encontrou a cidade tomada
por vegetação nativa e árvore. E também era infestada de víboras.
Embora
céptico, conhecedor dos muitos mitos que existem sobre as cidades perdidas,
Bingham insistiu em ser guiado ao lugar. Chegando ao cume, um dos meninos das
duas famílias de pastores que residiam no local o conduziu aonde, efetivamente,
apareciam imponentes construções arqueológicas cobertas pelo manto verde da
vegetação tropical e, em evidente estado de abandono há muitos séculos. Enquanto
inspecionava as ruínas, Bingham, assombrado, anotou em seu diário:
“Acreditará
alguém no que encontrei?”
Depois
desta expedição, Bingham voltou ao lugar em 1912 e, nos anos seguintes (1914
e 1915), diversos exploradores levantaram mapas e exploraram detalhadamente o
local e os arredores.
Suas
escavações, não muito ortodoxas, em diversos lugares de Machu Picchu,
permitiram-lhe reunir 555 vasos, aproximadamente 220 objetos de bronze, cobre,
prata e de pedra, entre outros materiais.
A
cerâmica mostra expressões da arte inca e o mesmo deve dizer-se das peças
de metal: braceletes, brincos e prendedores decorados, além de facas e machados.
Ainda
que não tenham sido encontrados objetos de ouro, o material identificado por
Bingham era suficiente para inferir que Machu Picchu remonta aos tempos de
esplendor inca, algo que já evidenciava seu estilo arquitetônico.
Bingham
reconheceu também outros importantes grupos arqueológicos nas imediações:
Sayacmarca, Phuyupatamarca, a fortaleza de Vitcos e importantes trechos de
caminhos (Caminhos Inca), todos interessantes exemplos da arquitetura desse
império.
Tanto
os restos encontrados como as evidências arquitetônicas levam os investigadores
a crer que a cidade de Machu Picchu terminou de ser construída entre fim do
século XV e início do século XVI.
A
expedição de Bingham, patrocinada não somente pela Universidade de Yale como
também pela Nacional Geographic Society, foi registrada em uma edição especial
da revista, publicada em 1913, contendo um total de 186 páginas, que incluía
centenas de fotografias.
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