As
palavras têm uma força que transcende o tempo e o espaço. Elas não apenas
comunicam, mas criam mundos, constroem pontes e guardam pedaços da alma.
Quando
me dizes que me amas, tua voz aquece meu coração, e eu acredito. Mas, se
escreves essas palavras, elas ganham raízes, tornam-se eternas, como uma carta
que posso revisitar, reler e sentir novamente, mesmo quando o silêncio se
instala.
Se me
falares da tua saudade, com um olhar distante ou um suspiro, eu a
compreenderei, pois o tom da tua voz carrega verdade. Mas, se a descreveres com
tinta e papel, ou mesmo em linhas digitais, essa saudade ganha corpo.
Ela se
torna uma história que posso tocar, um vazio que divido contigo, como se, ao
ler, eu pudesse caminhar pelas mesmas ruas desertas que tua alma percorre.
E
quando a tristeza vier, pesada como uma tempestade, e me contares sobre ela, eu
saberei que estás sofrendo. Mas, se a transformares em palavras escritas, se a
descreveres com detalhes - o nó na garganta, o peso no peito, as cores opacas
do dia -, essa dor se torna compartilhável.
Escrever
é um ato de coragem: é dar forma ao intangível, é dividir o fardo. As palavras,
ao serem lidas, dissipam um pouco do sofrimento, como se o papel absorvesse
parte da tua angústia.
As
palavras escritas não apenas expressam, elas constroem. Quem escreve ergue
castelos, frágeis ou imponentes, com torres de sonhos e alicerces de memórias.
Quem
lê, ao entrar nesses castelos, não é apenas um visitante: torna-se morador,
vive as emoções do autor, habita seus mundos. E, ao longo da história, foram as
palavras escritas que preservaram amores impossíveis, revoluções, confissões e
esperanças.
Pensa
nas cartas de amor trocadas em tempos de guerra, nos diários que guardaram
segredos de gerações, nos poemas que atravessaram séculos. Elas não apenas
contam histórias - elas as mantêm vivas.
Por isso, nunca subestime o poder de escrever. Quando colocas no papel o que sentes, estás criando algo maior que o momento: estás deixando um legado, uma ponte para o outro, um convite para que alguém, em algum lugar, sinta contigo.
E, ao fazê-lo, transformas o efêmero em eterno, o solitário em compartilhado, o
intangível em real.
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