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quarta-feira, outubro 22, 2025

Nem Tudo Vale a Pena Consertar


 

Nem tudo na vida vale a pena consertar, pois há coisas que, por mais que desejemos, simplesmente não têm mais solução. Há momentos em que insistir em reparar o que se quebrou - seja um objeto, uma relação ou uma situação - custa mais energia, tempo e emoção do que o próprio ato de seguir em frente.

Às vezes, o gesto mais sábio e amoroso consigo mesmo é o de deixar ir permitindo que o ciclo se encerre com dignidade. A verdade é que nem tudo que se quebra está destinado a ser remendado.

Existem despedidas silenciosas que acontecem mesmo sem palavras, e rupturas que não pedem conserto, mas aceitação. Pense, por exemplo, em uma amizade que se desgastou com o tempo, marcada por mal-entendidos, promessas não cumpridas e caminhos que seguiram em direções opostas.

Ou em um amor que, embora intenso no início, perdeu o brilho diante das mudanças inevitáveis da vida. Nesses casos, tentar reconstruir o que já não tem base sólida pode ser como insistir em reacender uma chama que se apagou há muito - o calor que resta é apenas o da lembrança.

Há também os projetos e sonhos que, por mais dedicação que recebam, simplesmente não florescem. É difícil admitir, mas às vezes o que nos parecia um propósito é apenas uma etapa do aprendizado.

Reconhecer o fim não é desistir; é respeitar o tempo das coisas e compreender que o destino, em sua sabedoria, muitas vezes fecha portas para que possamos enxergar outras janelas.

A vida tem um modo curioso de nos ensinar isso. Pense em alguém que passa anos tentando salvar um relacionamento que já não lhe traz paz, acreditando que mais uma tentativa poderá curar o que foi corroído pela indiferença.

Ou em uma pessoa que insiste em permanecer em um emprego que a sufoca, com medo do incerto, até que um dia percebe que o preço da segurança é a própria felicidade. Em ambos os casos, o verdadeiro recomeço nasce no instante em que se escolhe o desapego.

Tentar consertar o irremediável é como colar um vaso estilhaçado: por mais que as peças se encaixem, as rachaduras sempre estarão lá, lembrando-nos de que algumas histórias cumprem seu papel e precisam ser deixadas no passado.

Seguir em frente, portanto, não é abandono, é maturidade. É reconhecer que o que foi já cumpriu sua missão, e que a vida continua chamando - com novas pessoas, novos lugares, novos sonhos.

Ao fim, tudo se resume a uma escolha: insistir em remendar o que dói ou abrir espaço para o que pode florescer. Deixar ir é um ato de coragem e, muitas vezes, o primeiro passo para reencontrar a própria paz. Porque há coisas que não foram feitas para durar - foram feitas para ensinar.

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