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domingo, outubro 19, 2025

Natureza

 

A Árvore Cortada e a Vida que Persiste: Uma Reflexão sobre a Natureza e a Sociedade.

Na natureza, há fenômenos que nos surpreendem e ensinam. Uma árvore cortada, que deveria sucumbir, às vezes sobrevive, sustentada pelas raízes de outra árvore que, generosamente, compartilha seus nutrientes.

É uma maravilha da natureza, um exemplo de solidariedade e interdependência que transcende a lógica da sobrevivência individual. As árvores, em sua sabedoria silenciosa, nos mostram que a vida pode persistir mesmo nas condições mais adversas, desde que haja conexão, apoio mútuo e equilíbrio.

Assim como na natureza, há pessoas que vivem de maneira semelhante, dependendo umas das outras para sobreviver. No entanto, essa metáfora também revela uma faceta sombria da nossa sociedade.

Muitos dos representantes que elegemos para nos guiar e melhorar nossas vidas comportam-se como parasitas, sugando os recursos e a energia do povo que os colocou no poder.

Enquanto a terra, tão rica em recursos naturais e possibilidades, poderia nutrir a todos, vemos o contraste gritante de um povo empobrecido, privado de oportunidades e sobrecarregado por desigualdades.

Como já dizia Cecília Meireles, em sua crítica poética: “A terra tão rica e – ó povo tão pobre... Ninguém que proteste!”

Essa ausência de protesto, apontada pela poetisa, reflete um silêncio que ainda ecoa em muitos contextos. Hoje, no Brasil e no mundo, enfrentamos desafios que intensificam essa disparidade: a exploração desenfreada dos recursos naturais, a corrupção enraizada em sistemas políticos e a apatia de uma sociedade cansada, mas muitas vezes resignada.

Enquanto algumas “árvores” - os poderosos - florescem, outras, cortadas e enfraquecidas, lutam para sobreviver, dependendo de migalhas para continuar de pé. Porém, a metáfora da árvore cortada também nos convida a refletir sobre a esperança e a resistência.

Assim como a natureza encontra formas de se regenerar, o povo tem o potencial de se unir, de fortalecer suas raízes coletivas e de exigir mudanças. Movimentos sociais, protestos pacíficos e a conscientização coletiva são como as raízes que se entrelaçam, sustentando a luta por justiça e igualdade.

É preciso romper o silêncio, protestar contra a exploração e construir uma sociedade onde os nutrientes - sejam eles educação, saúde, moradia ou oportunidades - sejam distribuídos de forma justa.

Que a lição da árvore cortada nos inspire a reconhecer nossa interdependência e a lutar por um mundo onde ninguém precise sugar a vida do outro para prosperar.

Que a terra rica, em sua generosidade, deixe de ser espelhada por um povo pobre, mas sim por uma comunidade unida, consciente e disposta a transformar a realidade.

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