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quinta-feira, julho 06, 2023

Não Digas Nada!



Não digas nada! Nem mesmo a verdade, há tanta suavidade em nada se dizer e tudo se entender - tudo metade de sentir e de ver.

Não digas nada deixa esquecer. Talvez que amanhã em outra paisagem digas que foi vã toda essa viagem. Até onde quis ser quem me agrada, mas ali fui feliz não digas nada.

(Fernando Pessoa)

Fonologia é o ramo da linguística que estuda o sistema sonoro de um idioma, do ponto de vista de sua função no sistema de comunicação linguística.

Esta é uma área muito relacionada com a fonética, mas as duas têm focos de estudo diferentes.

Enquanto a fonética estuda a natureza física da produção e da percepção dos sons da fala (chamados de fones), a Fonologia preocupa-se com a maneira como eles se organizam dentro de uma língua, classificando-os em unidades capazes de diferenciar significados, chamadas fonemas.

f/ e /v/ são exemplos de unidades distintivas da língua portuguesa. É o que podemos observar num par mínimo como faca/vaca, pois o que garante a diferenciação entre essas duas palavras é a permutação entre os dois fonemas referidos.

Unidades como [d] e [d͡ʒ], por sua vez, não fazem distinção entre palavras no português brasileiro, embora sejam diferentes sob a ótica da fonética.

Por exemplo, em quase todas as variedades do português no Brasil, o fonema /d/ é pronunciado de maneiras diferentes, dependendo de sua posição relativa a outros sons: diante de [i], é realizado como [d͡ʒ], ao passo que, diante de outras vogais, é pronunciado como [d] (cf. a diferença na pronúncia do primeiro som das palavras dívida e dúvida).

Por não haver contraste entre as duas formas de pronúncia, a fonologia não concebe os dois sons como fonemas distintos; entende-os como uma unidade do ponto de vista funcional e examina as condições sob as quais se dá a alternância entre eles.

Além disso, a fonologia também estuda outros tópicos, como a estrutura silábica, o acento e a entonação.

Fonologia gerativa

Há uma abordagem para fonologia que trabalha com uma contrapartida mental e abstrata do som.

Baseada em um sistema de traços distintivos, essa abordagem é uma das bases, por exemplo, da fonologia gerativa.

A seleção de uma entidade abstrata como foco remete aos trabalhos do Círculo Linguístico de Praga. Nessa abordagem, é mais relevante a estrutura de traços de um fonema do que sua realidade concreta.

A partir do uso de traços distintivos em um plano mental, é possível explicar fenômenos fonológicos como o da assimilação /d/ por /n/ na formação do gerúndio na norma não padrão do português brasileiro.  

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