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sábado, dezembro 13, 2025

Sinéad O'Connor - Cantora


 

Sinéad O'Connor: Uma Vida de Talento, Controvérsia e Resiliência

Sinéad O'Connor (nascida Sinéad Marie Bernadette O'Connor, em 8 de dezembro de 1966 - falecida em 26 de julho de 2023) foi uma cantora, compositora e ativista irlandesa, conhecida pela voz poderosa, emotiva e pela postura rebelde contra injustiças sociais, especialmente abusos na Igreja Católica, direitos das mulheres e questões de saúde mental.

Ao longo da carreira, mudou de nome várias vezes refletindo buscas espirituais: em 2017, adotou Magda Davitt; em 2018, converteu-se ao Islã e passou a se chamar Shuhada' Sadaqat (ou Shuhada' Davitt inicialmente), embora continuasse a usar Sinéad O'Connor profissionalmente.

Início da Vida e Traumas

Sinéad nasceu em Dublin, filha de Sean O'Connor (engenheiro que virou advogado) e Marie O'Connor. Era a terceira de cinco filhos, incluindo o escritor Joseph O'Connor. Sua infância foi marcada por abusos físicos e emocionais graves por parte da mãe, o que ela revelou publicamente anos depois.

Esses traumas moldaram sua personalidade rebelde e contribuíram para lutas com saúde mental, incluindo tentativas de suicídio na adolescência, diagnóstico de transtorno bipolar (posteriormente revisado para PTSD e transtorno de personalidade borderline) e internações. Ela também se identificou como lésbica em certos períodos, mas mais tarde descreveu sua sexualidade como fluida.

Carreira Musical

Destacou-se pela voz doce e intensa, e pela cabeça raspada, sua marca registrada por décadas. Estreou em 1987 com The Lion and the Cobra, dedicado à mãe recém-falecida. O álbum trouxe visibilidade internacional, com turnês pela Europa e EUA.

O sucesso global veio em 1990 com I Do Not Want What I Haven't Got e a cover de "Nothing Compares 2 U" (original de Prince), que alcançou o topo das paradas em vários países e rendeu prêmios, incluindo indicações ao Grammy.

Em 1990, participou de The Wall - Live in Berlin, de Roger Waters, cantando "Mother". Em 1992, lançou Am I Not Your Girl?, com covers como "Don't Cry for Me Argentina”.

Lançou álbuns como Universal Mother (1994, com "Fire on Babylon" sobre abuso infantil), o EP Gospel Oak (1997, dedicado a causas humanitárias como Ruanda e Palestina), Faith and Courage (2000), Sean-Nós Nua (2002, folk irlandês), Throw Down Your Arms (2005, reggae), Theology (2007), How About I Be Me (and You Be You)? (2012) e I'm Not Bossy, I'm the Boss (2014).

Publicou memórias em Rememberings (2021). Controvérsias e Ativismo Em 1992, no Saturday Night Live, rasgou uma foto do Papa João Paulo II em protesto contra abusos sexuais na Igreja Católica, dizendo "Fight the real enemy".

A ação gerou boicotes, vaias (como em tributo a Bob Dylan) e impacto negativo na carreira nos EUA, mas anos depois foi reconhecida como profética, com escândalos confirmados.

Em 1999, foi ordenada sacerdotisa por um grupo católico independente, desejando ser chamada "Mother Bernadette Mary" - controverso, pois a Igreja Católica não reconhece ordenação feminina.

Após conversão ao Islã em 2018, postou declaração polêmica sobre não querer tempo com "pessoas brancas não muçulmanas", chamando-as de "nojentas"; depois explicou como reação a islamofobia e pediu desculpas.

Acusou Prince de comportamento violento em encontro (detalhado em memórias). Anunciou aposentadorias várias vezes, mas continuou. Era ativista por Irlanda unida, direitos humanos e contra abusos.

Vida Privada e Falecimento

Casou-se quatro vezes: primeiro com o produtor John Reynolds (pai de Jake Reynolds), depois com jornalistas e outros; teve quatro filhos de pais diferentes: Jake (1987), Roisin (1996), Shane (2004, com Donal Lunny) e Yeshua (2006).

Apenas um nasceu em casamento. Em janeiro de 2022, Shane, de 17 anos, cometeu suicídio após fugir de hospital onde estava em vigilância suicida. Sinéad ficou devastada, cancelou shows e lutou publicamente com luto.

Faleceu em 26 de julho de 2023, aos 56 anos, em Londres. A polícia não tratou como suspeita; em 2024, certidão revelou causas naturais: exacerbação de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), asma brônquica e infecção respiratória.

Sinéad deixou legado de coragem, voz única e luta por justiça, inspirando gerações apesar das batalhas pessoais. Seu ativismo contra abusos foi vindicado pelo tempo, e sua música continua emocionando milhões.


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