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quarta-feira, julho 10, 2024

Papillon, O Filme que conta a história de Henri Charrière


Papillon: A Jornada Épica de Henri Charrière Rumo à Liberdade

Papillon é um filme dramático de prisão lançado em 1973, dirigido pelo renomado Franklin J. Schaffner, conhecido por obras como O Planeta dos Macacos (1968).

Com um roteiro assinado por Dalton Trumbo e Lorenzo Semple Jr., a produção é baseada na autobiografia homônima de 1969 do francês Henri Charrière, que narra sua experiência como prisioneiro na brutal colônia penal da Guiana Francesa.

Estrelado por Steve McQueen, no papel de Henri "Papillon" Charrière, e Dustin Hoffman, como Louis Dega, o filme é uma poderosa história de sobrevivência, amizade e a busca incansável pela liberdade.

Com um orçamento elevado para a época, superior a US$ 12 milhões, Papillon foi filmado em locações exóticas e desafiadoras, como Espanha, Jamaica e Havaí, o que contribuiu para sua autenticidade visual.

Apesar do alto custo, o filme foi um sucesso comercial, arrecadando mais do que o dobro de seu orçamento no primeiro ano de exibição. O título, que em francês significa "borboleta", faz referência à tatuagem de borboleta no peito de Charrière, um símbolo de sua luta por liberdade e transformação.

Enredo: Uma Saga de Resiliência e Amizade

A trama acompanha Henri Charrière, apelidado "Papillon" por causa de sua tatuagem, um arrombador de cofres injustamente condenado pelo assassinato de um cafetão na França dos anos 1930.

Sentenciado à prisão perpétua, ele é enviado em 1933 para o infame sistema penal da Guiana Francesa, conhecido por suas condições desumanas. Durante a travessia de navio para a colônia, Papillon conhece Louis Dega, um falsificador condenado que acredita que sua esposa conseguirá sua libertação.

Apesar de personalidades opostas - Papillon é impulsivo e destemido, enquanto Dega é reservado e intelectual -, os dois formam uma aliança improvável. Papillon oferece proteção a Dega em troca de apoio financeiro para planejar uma fuga.

Na colônia penal de St-Laurent-du-Maroni, os prisioneiros enfrentam trabalhos forçados, violência dos guardas e condições de vida degradantes. A amizade entre Papillon e Dega se fortalece em meio aos horrores do campo.

Em um momento crucial, Papillon defende Dega de um guarda sádico e tenta fugir pela selva, mas é capturado e condenado a dois anos de confinamento solitário.

Essa punição brutal o deixa à beira da loucura, forçado a comer insetos para sobreviver, mas sua lealdade a Dega permanece inabalável, mesmo quando os guardas tentam forçá-lo a revelar quem lhe contrabandeou comida extra.

Após ser libertado do confinamento, enfraquecido, mas determinado, Papillon planeja uma nova fuga com a ajuda de Dega, do prisioneiro Clusiot (Woodrow Parfrey) e de André Maturette (Robert Deman), um jovem homossexual.

A tentativa, no entanto, é marcada por traições e imprevistos: Clusiot é ferido, Dega fratura o tornozelo, e Pascal, o homem que deveria ajudá-los, os entrega às autoridades.

Apesar disso, os fugitivos conseguem apoio de um caçador local, que os guia até uma colônia de leprosos, onde recebem suprimentos e um barco.

A fuga os leva a Honduras, mas a liberdade é novamente interrompida quando soldados abrem fogo, ferindo Maturette, que é capturado junto com Dega.

Papillon escapa e encontra refúgio temporário com uma tribo nativa, vivendo em harmonia até que, misteriosamente, a tribo desaparece, deixando-lhe apenas um saco de pérolas. Determinado, ele tenta buscar asilo em um convento, mas é traído pela Madre Superiora e recapturado.

De volta à Guiana Francesa, Papillon enfrenta mais cinco anos de confinamento solitário, emergindo como um homem envelhecido e fisicamente debilitado, mas com o espírito inquebrantável.

Transferido para a Ilha do Diabo, uma prisão remota cercada por águas traiçoeiras, ele reencontra Dega, agora resignado e sem esperanças de liberdade.

Observando as correntes marítimas de um penhasco, Papillon descobre que as ondas poderiam levá-lo ao continente. Ele constrói flutuadores com cocos ensacados e convida Dega para uma última tentativa de fuga.

Dega, porém, opta por permanecer, enquanto Papillon, em um ato de coragem, salta do penhasco e é levado pelas ondas. O narrador revela que Papillon alcançou a liberdade, vivendo o resto de sua vida como homem livre.

Produção: Um Esforço Monumental

Papillon foi um empreendimento ambicioso, filmado em locações desafiadoras que capturaram a crueza da narrativa. As cenas da colônia penal de St-Laurent-du-Maroni foram gravadas em Falmouth, Jamaica, com cenários construídos a partir das plantas originais da prisão, garantindo fidelidade histórica.

As cenas iniciais na cidade foram filmadas em Hondarribia, Espanha, enquanto as sequências no pântano ocorreram perto de Ferris Cross, Jamaica. A icônica cena do salto do penhasco, realizada pelo próprio Steve McQueen, foi gravada nos penhascos de Maui, no Havaí.

McQueen, que recebeu US$ 2 milhões e exigiu faturamento principal sobre Dustin Hoffman, descreveu o salto como "uma das experiências mais estimulantes" de sua vida.

O próprio Henri Charrière atuou como consultor, compartilhando detalhes de sua experiência para garantir autenticidade. As imagens finais do filme mostram a verdadeira prisão de St-Laurent-du-Maroni, abandonada e tomada pela selva, um testemunho silencioso da brutalidade do sistema penal colonial francês.

Contexto Histórico e Impacto

Papillon não é apenas uma história de fuga, mas um retrato das condições desumanas das colônias penais francesas, onde prisioneiros eram submetidos a trabalhos forçados, torturas e isolamento.

A Guiana Francesa, usada como colônia penal entre 1852 e 1953, era notória por sua alta taxa de mortalidade devido a doenças, violência e desnutrição. A autobiografia de Charrière, embora questionada por alguns como parcialmente ficcional, trouxe atenção global para essas injustiças.

O filme foi aclamado por sua direção, atuações e cinematografia, com McQueen e Hoffman entregando performances memoráveis. A química entre os dois atores, combinada com a intensidade emocional da história, cativou o público.

A trilha sonora de Jerry Goldsmith, indicada ao Oscar, reforçou a atmosfera de tensão e esperança. Contudo, Papillon também recebeu críticas por sua duração (150 minutos) e por certas liberdades criativas em relação ao livro.

Curiosidades e Legado

Autenticidade em Debate: Embora baseado em uma autobiografia, alguns historiadores e críticos sugerem que Charrière pode ter embelezado partes de sua história, incorporando experiências de outros prisioneiros. Mesmo assim, o filme permanece fiel à essência de sua luta.

Remake de 2017: Papillon ganhou uma nova versão em 2017, com Charlie Hunnam e Rami Malek nos papéis principais, mas o original de 1973 segue sendo o mais celebrado.

Impacto Cultural: O filme inspirou gerações de cineastas e permanece como um marco no gênero de filmes de prisão, ao lado de clássicos como Um Sonho de Liberdade (1994).

Conclusão

Papillon é mais do que um filme sobre fuga; é uma celebração da resiliência humana e da força da amizade em meio à adversidade. Com atuações poderosas, uma produção visualmente impressionante e uma história que mistura coragem e desespero, o filme continua a emocionar e inspirar espectadores.

A jornada de Henri Charrière, seja ela totalmente verdadeira ou parcialmente mítica, ressoa como um hino à liberdade e à determinação de superar o impossível.

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