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sábado, abril 19, 2025

Ser feliz ou ter razão

  


Oito da noite, uma avenida movimentada. O casal está atrasado para um jantar na casa de amigos. O endereço é novo, e ela, previdente, consultou o mapa antes de saírem.

Ele dirige o carro; ela, ao seu lado, orienta. "Vire à esquerda na próxima rua", diz ela. Ele, convicto, retruca: "Não, é à direita". A discussão começa. Percebendo que o atraso poderia se transformar em mau humor, ela cede. Ele vira à direita e, logo em seguida, percebe o erro.

Com certa relutância, admite que insistiu no caminho errado enquanto faz o retorno. Ela sorri, tranquila, e diz que alguns minutos a mais não são problema.

Ele, ainda intrigado, pergunta: "Se você tinha tanta certeza de que eu estava errado, por que não insistiu mais?" A resposta dela é simples e profunda: "Entre ter razão e ser feliz, prefiro ser feliz. Estávamos à beira de uma discussão; se eu tivesse forçado o ponto, teríamos estragado a noite."

A Moral da História

Essa história foi compartilhada por uma empresária durante uma palestra sobre simplicidade no mundo do trabalho. Ela usou o episódio para ilustrar como, muitas vezes, desperdiçamos energia tentando provar que estamos certos, independentemente de estarmos ou não. A lição é clara: a busca por "ter razão" pode custar caro - seja em tempo, paz ou relacionamentos.

Desde que ouvi esse relato, passei a me questionar com mais frequência: "Quero ser feliz ou ter razão?" A escolha nem sempre é fácil. Há momentos em que o orgulho fala mais alto, como quando discutimos uma ideia no trabalho, insistindo em detalhes triviais só para não "dar o braço a torcer". Ou em casa, quando brigamos por algo banal, como quem esqueceu de apagar a luz, e o silêncio azedo que segue é pior que o erro em si.

Um Passo Além

Outro pensamento que ecoa essa ideia diz: "Nunca se justifique. Os amigos não precisam, e os inimigos não acreditam." É uma verdade libertadora.

Quantas vezes nos desgastamos explicando o que não precisa ser explicado? Por exemplo, imagine que você chega atrasado a um compromisso por causa de um imprevisto.

Um amigo verdadeiro entende; alguém que já te julga não vai mudar de ideia, por mais que você se esforce.

A história do casal nos convida a refletir sobre prioridades. Não se trata de abrir mão de convicções importantes - como defender a justiça ou lutar por algo que realmente importa -, mas de reconhecer quando a batalha por "ter razão" é apenas vaidade disfarçada.

Às vezes, ceder é um ato de força, não de fraqueza. É escolher a harmonia em vez do confronto, o sorriso em vez da tensão.

Eu já decidi: quero ser feliz. E você? O que vale mais no seu dia a dia - a satisfação de estar certo ou a leveza de deixar para lá? Talvez a verdadeira sabedoria esteja em saber quando cada escolha faz sentido.

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